A Fábrica de Nada
de Judith Herzberg
Estes operários que preferem fazer nada a nada fazer inscrevem-se mais na linha do saber ver quando se vê do Alberto Caeiro e do fazer não fazendo do Lau Tsu, do que no preferia não o fazer do Bartleby. Em lugar da angústia do desaparecimento das coisas e dos seres que a palavra vazio sugere, o vazio que o patrão deixa ao fechar a fábrica permite o vazio do espaço côncavo em que tudo pode acontecer precisamente porque está vazio. Permite a boa projecção do som. E os músicos, atrás dos actores, seguem atentamente o que se vai passando com as vozes. Estes operários dizem-nos assim, a cantar: a fábrica fecha, não faz mal, nós continuamos na mesma, não nos vão ver aos molhos nos noticiários a protestar à porta da fábrica, nem vamos calados para casa perder a nossa dignidade no sofá. Não precisamos de mais nada do que estarmos uns com os outros porque força como esta só existe outra, que também temos: a música.
Propriedade | Descrição |
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ISBN: | 9789729945083 |
Editor: | Cotovia |
Data de Lançamento: | novembro de 2005 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 153 x 104 x 13 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Tipo de produto: | Livro |
Coleção: | Livrinhos de Teatro |
Classificação temática: | Livros em Português > Arte > Artes de Palco Livros em Português > Literatura > Teatro (Obra) |
EAN: | 9789729945083 |
Idade Mínima Recomendada: | Não aplicável |