A Estranha Ordem das Coisas

A vida, os sentimentos e as culturas humanas

de António Damásio

Livro eBook
editor: Temas e Debates, novembro de 2017
RECOMENDADO PELO PLANO NACIONAL DE LEITURA i
O que levou os seres humanos a criar culturas, esse conjunto impressionante de práticas e instrumentos onde se incluem a arte, os sistemas morais e a justiça, a governação, a economia política, a tecnologia e a ciência?
A resposta habitual a esta pergunta remete para a excecional inteligência humana, auxiliada por uma faculdade ímpar: a linguagem. Em A Estranha Ordem das Coisas, António Damásio proporciona uma resposta diferente. Ele afirma que os sentimentos - de dor, sofrimento ou prazer antecipado - foram as forças motrizes primordiais do empreendimento cultural, os mecanismos que impulsionaram o intelecto humano na direção da cultura. Além disso, propõe que os sentimentos monitorizaram o sucesso ou o fracasso das nossas invenções culturais e permanecem, ainda hoje, envolvidos nas operações subjacentes ao processo cultural, para o melhor e para o pior.

A interação favorável e desfavorável de sentimento e razão deve ser reconhecida se quisermos compreender os conflitos e as contradições que afligem a condição humana, desde os dramas humanos pessoais até às crises políticas.
Novidade Novo livro António Damásio

Novo livro de António Damásio

Capa do novo livro de António Damásio INÍCIOS O presente livro tem a ver com um interesse e uma ideia. Há muito que me interesso pelos afetos humanos, o mundo das emoções e dos sentimentos, e que os investigo - como e porquê nos emocionamos e sentimos, como usamos os sentimentos para construir as nossas personalidades, como os sentimentos ajudam ou prejudicam as nossas melhores intenções, como e porquê o cérebro interage com o corpo em apoio dessas funções. Disponho hoje de novos factos e interpretações sobre essas perguntas que gostaria de partilhar com o leitor. Quanto à ideia, é enganadoramente simples: os sentimentos ainda não receberam o apreço que merecem como motivadores e negociadores da grande empresa cultural humana. Os seres humanos distinguiram-se de todos os outros seres ao criarem espantosas coleções de objetos, práticas e ideias, conhecidas coletivamente como «culturas». Nelas se incluem as artes, o inquérito filosófico, os sistemas morais e as crenças religiosas, a justiça, os sistemas governativos e as instituições económicas, a tecnologia e a ciência. Como e porquê teve início este processo? Uma resposta frequente a esta pergunta invoca uma faculdade importante da mente humana - a linguagem verbal - a par de outras caraterísticas notáveis, como a sociabilidade intensa e um intelecto superior. Não tenho quaisquer dúvidas de que a capacidade intelectual, a sociabilidade e a linguagem desempenharam papéis fundamentais no processo, mas julgo que terá sido preciso algo mais para dar início à saga das culturas humanas. Esse «algo mais» foi um motivo poderoso. Estou a referir-me especificamente aos sentimentos, desde a dor e o sofrimento ao bem-estar e ao prazer. Para pôr a claro a ideia, pensemos na medicina, um dos mais significativos empreendimentos culturais. A combinação de ciência e tecnologia que deu origem à medicina teve início como resposta à dor e ao sofrimento provocados por toda a espécie de doenças, desde os traumatismos físicos às infecções e ao cancro, como um meio de substituir dor e sofrimento por bem-estar e possibilidade de desenvolvimento A medicina não começou como desporto intelectual destinado a estimular a nossa capacidade de fazer diagnósticos difíceis ou resolver mistérios da fisiologia. Começou simplesmente como consequência dos sentimentos específicos dos pacientes e dos sentimentos que a situação desses doentes provocou nos primeiros médicos, nomeadamente a compaixão nascida da empatia. Tais motivos ainda hoje perduram. Imagino que todos os leitores se terão apercebido de como as visitas ao dentista e os procedimentos cirúrgicos têm vindo a melhorar ao longo da nossa vida. O motivo principal por detrás de melhorias, tais como anestésicos eficazes e os instrumentos precisos, é a redução dos sentimentos de desconforto. A atividade dos engenheiros e dos cientistas desempenha um papel louvável neste processo, e tem a sua própria lista de motivos. A busca de lucro por parte das indústrias farmacêuticas e da instrumentação também desempenha um papel importante, pois o público precisa de reduzir o sofrimento e as indústrias respondem a essa necessidade. A procura do lucro é alimentada por vários anseios, como sejam o desejo de progresso, de prestígio e a ganância, mas todos esses anseios são, antes de mais, sentimentos. Não é possível compreender o esforço imenso despendido para desenvolver curas para o cancro ou para a doença de Alzheimer sem ter em conta os sentimentos como motivadores e negociadores do processo (também não é possível compreender o menor esforço das culturas ocidentais na procura de uma cura para a malária, em África, ou do controlo da toxicodependência, um pouco por toda a parte, sem ter em conta os respetivos sentimentos que as têm inibido). A linguagem, a sociabilidade, o conhecimento e o raciocínio são, por certo, os principais inventores e os executores dessas realizações, mas os sentimento motivam-nas, permanecem em cena para que possam avaliar os resultados e ajudam a negociar os ajustamentos necessários.
A ideia, na sua essência, é que a atividade cultural teve início nos sentimentos e dele continua a depender. Se quisermos compreender os conflitos e as contradições da condição humana, precisamos de reconhecer a interação, tanto favorável como desfavorável, entre sentimento e raciocínio.

António Damásio
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A Estranha Ordem das Coisas

A vida, os sentimentos e as culturas humanas

de António Damásio

ISBN: 9789896443344
Editor: Temas e Debates
Ano: 2017
Idioma: Português
Dimensões: 109 x 169 x 24 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 384
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Ciências Sociais e Humanas > Psicologia
EAN: 9789896443344
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
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A minha sincera opinião

Ana Rita Ramos

O autor é, sem dúvida, detentor de um conhecimento sem par. A obra é bastante técnica e cheia de referências que aguçam a curiosidade de pesquisa de qualquer leitor. Aqui os sentimentos são explorados aquando da tomada de decisões. Somos seres rodeados de outros seres em constante mutação e alguns também em evolução.

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Ciência para todos

M.C.

Este autor fantástico consegue através de uma escrita simples explicar conceitos bem complicados relativos à génese da humanidade levando nos à reflexão e compreensão de muitos "mistérios" científicos.Livro para ler e reler! Recomendo!

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Um livro interessante e importante

LVT

Podem os nossos atos, pessoais ou comunitários, plasmados nas culturas, serem influenciados pelas experiências marcadas por objetivo de homeostasia desde que se conhece a vida? Em A Estranha Ordem das Coisas, António Damásio propõe-nos uma viagem, estranha porque não a partir das respostas habituais, desde os começos da vida até ao desenvolvimento das culturas e a influencia recíproca no ser humano, do sentimento e da razão, para ele ser o que é. Um livro interessante, e importante, para conhecermos melhor as razões do desenvolvimento humano não ser constante, seguro e homogéneo e, ao mesmo tempo, sabermos que, no dizer do próprio autor, não temos uma teoria (definitiva) de tudo o que nos diz respeito, desde o próprio ser humano até ao Universo.

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Livro de Excelência

Isabel Carvalho

Recomendo vivamente a leitura deste livro. Aborda assuntos científicos de forma leve e prática. Explica como os sentimentos são absolutamente necessários para a vida, no particular e no plural. ADOREI

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Ciência no seu melhor.

Vasco Costa

Apesar de complexidade, a leitura é directa e muito interessante. Dá-nos margem para reflectir. Um monte de experiências muito bem escritas.

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Recomendo

mariana

Para todos os interessados neste livro, não hesitem. vale mesmo a pena. Apesar de ser um livro complexo e um tanto ou quanto científico, as ideias expostas estão trabalhadas e escritas de forma acessível e torna-o adequado a qualquer pessoa que tenha curiosidade pelo tema. É muito bom!

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Leitura obrigatória para o comum dos mortais

MHelena Horta

Um livro científico, mas escrito de forma acessível e compreensível para todos os que se interessam pela génese da Humanidade.

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Leitura de Excelência

Rosa Carvalho

Todos os que sabem ler, podem desfrutar e aprender muito com este livro!Simplesmente Excelente!

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" E assim vai acontecendo..."

Justina Dias

Uma escrita simples de entender, fácil entender. É um livro que me está supreender...

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A Estranha Ordem das Coisas

Jose Coutinho

Já vou a meio e estou a gostar imenso. Embora não seja a minha área de conhecimento. Escrita muito acessivel e comprensivel para o leitor que gosta de ler.

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Espectacular

RG^3

Muito bom livro, uma viagem ao inicio dos tempos e ao crescimento e desenvolvimento das culturas. Excelente "teoria" da nossa evolução.

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Prolongamento

A.F.

António Damásio, com este livro, prolonga a sua pesquisa acerca do sentimento e da homeostasia. Um excelente livro, que recomendo a estudantes e curiosos na área.

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Viagem à consciência da cultura

LB

Um livro fantástico que mostra os mecanismos pelos quais o ser humano produz a cultura, para assim melhor viver em sociedade.

António Damásio

António Damásio é professor da cátedra David Dornsife de Neurociência, Psicologia e Filosofia, e diretor do Brain and Creativity Institute na University of Southern California, em Los Angeles. Neurologista e neurocientista, Damásio tem dado contributos fundamentais para a compreensão dos processos cerebrais subjacentes às emoções, aos sentimentos e à consciência. O seu trabalho sobre o papel do afeto na tomada de decisões teve um impacte profundo na neurociência, psicologia e filosofia. É membro da National Academy of Medicine, American Academy of Arts and Sciences e da Bavarian Academy of Sciences. Recebeu a Medalha Freud [2017] e foi distinguido com numerosos prémios, entre os quais o Prémio Grawemeyer [2014] e o Prémio Honda [2010], o Prémio Príncipe das Astúrias de Investigação Científica e Técnica [2005], e os prémios Nonino [2003], Signoret [2004] e Pessoa [1992]. Descreveu a sua investigação e as suas ideias em diversos livros, entre os quais O Erro de Descartes [1995], O Sentimento de Si [2000], Ao Encontro de Espinosa [2003], O Livro da Consciência [2010] e A Estranha Ordem das Coisas [2017], que estão traduzidos em mais de trinta línguas e são ensinados em universidades de todo o mundo.

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