A Cultura Popular no Estado Novo
de Daniel Melo
Sobre
o LivroEsta obra aborda a política cultural do Estado Novo para o povo. Nela analisam-se os principais discursos sobre o tema e os resultados obtidos nas áreas privilegiadas - casas do povo, ranchos folclóricos, artesanato, museus etnográficos, literatura e marchas populares - e nas subvalorizadas, como a educação popular. O salazarismo promoveu um modelo ruralista, tradicionalista e nacionalista de cultura popular, recorrendo à cultura de massas e à linguagem moderna, com o fito de se legitimar, de criar uma 'almofada' social e de impor um núcleo duro de valores, práticas e representações que enformariam a identidade portuguesa. Subjazeu-lhe a vontade de transformar e condicionar a cultura do povo, e não só de preservar as tradições eleitas, a maioria com teor católico. Contudo, a sociedade resistiu ao cerco oficial, sustentando propostas alternativas, como as da democratização cultural, do associativismo livre (sociocultural, cooperativo, etc.) e da leitura pública fomentada pelas bibliotecas da Fundação Gulbenkian e outras. Também a Igreja católica salvaguardou uma estrutura institucional autónoma (a Acção Católica), conquanto ideologicamente próxima do regime.
De leitura acessível, esta obra permite conhecer com mais profundidade os contornos da cultura popular durante o regime Salazarista em Portugal. Útil não só do ponto de vista da cultura geral mas, acima de tudo, para quem se interessa ou trabalha temas relacionados com os Estudos de Cultura.
Uma excelente síntese sobre a vida popular e as tradições portuguesas duante o período do Estado Novo. Óptimo para quem pretende conhecer a vida durante esta época.