É orgulhosa. Por ter dado nome a Portugal, por ser Invicta, Nobre e Leal. E por milhares de outras razões, todas elas válidas e presentes nas páginas de um livro que as narra - "História do Porto". Agora na sua 3.ª edição, é cada vez mais um livro notável, pela sua objectividade, clareza e actualidade, e que deve constituir uma referência para quem quiser partir à descoberta do Porto Milenar.

No seu terceiro número, a Argos afirma-se como uma revista singular de museologia marítima. O projecto editorial nasceu da dinâmica de projecto do Museu Marítimo de Ílhavo, instituição que continua a assumir responsabilidades ousadas no campo da cultura marítima. Propositadamente, a Argos navega em águas internacionais. Pela simples razão de que o conhecimento dos museus deve ser multicultural, ainda que os museus do mar sejam muito diversos entre si. A Argos também navega em águas portuguesas. Embora o campo institucional da museologia marítima não exista em Portugal, importa construir redes, partilhar os melhores projectos, exaltar as experiências mais incrustadas nas comunidades e destacar as organizações que mobilizam conceitos criativos em torno dos patrimónios marítimos. O presente número da Argos segue estas correntes e salienta o que se faz no Museu Marítimo de Ílhavo, sobretudo à volta da recriação imaterial do seu extraordinário património da pesca do bacalhau, a marca de água de um museu que, à semelhança do Oceano, tem os seus marcos, mas não conhece fronteiras.

O presente trabalho é o resultado da compilação das comunicações ao 1.º Encontro Nacional da Cultura Avieira, realizado em Santarém nos dias 8 e 9 de Novembro de 2008. Estamos em presença de uma colecção sobre a caracterização da cultura Avieira, que integrará progressivamente temas como a etnografia, a antropologia, a filologia, a monografia, a arquitectura Avieira, a gastronomia, as artes de pesca, as migrações, as ligações históricas à costa ocidental Portuguesa.

Igreijinha. Uma aldeia no Alentejo situada no concelho de Arraiolos, transportada para esta obra através de desenhos realizados pela mão de José Pinto Nogueira das suas ruas, casas e praças simples...

Esta é uma edição revista e actualizada da obra publicada em 1997, que testemunha todo o historial de construção, decoração e actividade dos moliceiros, embarcações típicas da ria de Aveiro.

Os olhares e o sentir destes dois portuenses, Maria de Lourdes dos Anjos a autora e o fotógrafo António Amen, deram origem a este precioso trabalho documental da história da Cidade do Porto. Testemunho de uma época , Nobre Povo traça o percurso singular, tão surpreendente como inspirador , de ambientes vividos no Porto , ao longo de várias gerações e que marcaram de modo indelével o sentir do Porto de Outros Tempos, a nobreza de personagens como a Drª Adelaide Estrada ilustre discípula de Abel Salazar e cúmplice de ideais de Humberto Delgado, Eugénio de Andrade, o génio do Porto, o Dr. Albino Aroso porque poucas mulheres sabem o muito que fez por elas antes de terem nascido, a polícia judiciária e finalmente o Nobre Povo nos retratos de Emilinha dos jornais e da Miquinhas Esgazeada.

Esta obra, pelas relações que estabelece entre a família, os modelos de residência e o contexto social, trata-se de um contributo fundamental para o conhecimento da cidade do Porto e dos portuenses numa época-chave da sua história.

No Porto de finais do século XIX, num período de grande crescimento demográfico, de industrialização e de transformações urbanas decisivas, não se verificaram a contracção e a nuclearização dos agregados domésticos, nem sequer um aumento das situações de isolamento, ao contrário do que pretendiam as teses tradicionais sobre a família.

No caso das famílias portuenses aqui analisadas, a persistência de um padrão de forte autoridade paterna, a importância das funções assistenciais da família, a forte feminização da população urbana, os espaços residenciais e a inserção sócio-económica dos agregados domésticos condicionaram, em grande medida, as trajectórias individuais e familiares.

Os estudos de género dispõem, em nossos dias, de uma bibliografia bastante extensa e igualmente significativa, sobretudo - mas não só - nas áreas das Ciências Humanas e Sociais. Eles têm contribuído para que se tornem mais visíveis as contradições existentes nas convenções e, como consequência, representam uma espécie de reacção à marginalidade e à excentricidade de sujeitos antes silenciados.

A presente colectânea quer juntar-se a esse movimento mais amplo de desconstrução e de implosão várias, para tanto fazendo de África o centro de um debate por muito tempo obstaculizado pelas imposições da colonialidade do poder e do saber. O objectivo principal é proceder a uma abordagem crítica, nas várias áreas das artes e do saber, do lugar de mulheres excluídas das reflexões culturais e de seus cânones nacionais.

Pretende-se, com esta publicação, colocar mais uma pedra no edifício construído com a argamassa da diferença, sempre com o cuidado científico e teórico-metodológico de não se sucumbir ao falso apelo de redutores essencialismos.

Mais uma vez o Município de Penafiel, através do Museu Municipal e em parceria com as Edições Cão Menor, dá à estampa uma obra fundamental há muito esperada, onde o património histórico, vernacular e imaterial do Burgo de Entreos- Rios é aqui retratado pela mão competente e profundamente conhecedora da autora, Teresa Soeiro.
Entre-os-Rios sempre foi um lugar especial no imaginário penafidelense, mas também muito apreciado por aqueles que se deixam embuir pelo seu genius loci. Naturalmente brindado pela confluência do Tâmega e Douro, iluminado na noite de Quinta-Feira de Endoenças e celebrado pelo paladar da lampreia, ao lugar não faltam razões seculares para ter uma magia própria que contamina quem o visita.
A Rua do Burgo guarda na memória a importância histórica do seu cais ribeirinho, lugar de acostagem, lugar de passagem, lugar de portagem. A ligação umbilical ao rio é ainda hoje um elemento fundamental da raiz identitária do burgo e da sua comunidade, desde sempre geradora da dinâmica própria do lugar em relação ao seu entorno e factor de abertura de horizontes e mentalidades, como meio de circulação e de contactos privilegiado.
O velho Burgo soube manter-se mas também modernizar-se, integrando novos motivos de atracção a que hoje assistem as águas pacíficas dos seus rios, com o seu renovado cais pronto a receber aqueles que ainda fazem do rio a sua estrada e os amantes dos desportos náuticos. Abrem-se os horizontes e as mentalidades, e os rios são ainda as artérias do lugar, trazendo no seu caudal, outora tão temido e avassalador nas suas fúrias, novas gentes e novas oportunidades com o tanto que têm para oferecer.
É no final do Inverno e com a chegada da Primavera que Entre-os-Rios acolhe também prazenteiro e com a arte de bem receber os amantes da afamada lampreia, preparada de forma tradicional pelas mãos de quem há séculos apanha, prepara, consome e degusta esta iguaria, preservando assim o património gastronómico da região. Na Páscoa, é anualmente o palco ímpar das Endoenças e da Procissão do Encontro na noite de Quinta-Feira Santa, revestindo-se o lugar de especial encanto nesta ocasião, em que a escuridão da noite é quebrada pela luz tremelicante de milhares de velas, distribuídas pelas duas margens do Tâmega, oferecendo esta celebração um sentimento único e impressionante a quem a ela assiste.
Com esta obra quisemos dar-vos a conhecer este lugar especial, tão rico de história e de património, nas suas simplicidade e singularidade únicas e mágicas, que vos convidamos a conhecer e a fruir. E é, por isso, com especial agrado que partilho convosco a leitura deste livro.

Alberto S. Santos Presidente da Câmara Municipal de Penafiel

O Nadir, que nasceu na Quinta dos Codeçais, perto da cidade, parece ter vindo ao mundo como um menino afortunado. Contam os seus amigos que os pais estavam a pensar em chamar-lhe Orlando.

Naquela altura as crianças tinham de ser levadas presencialmente ao Registo Civil para serem registadas. Quando o pai de Nadir fazia o percurso até à cidade, cruzou-se com um cigano que, ao saber da intenção de darem o nome de Orlando à criança, se virou para o senhor Artur Maria Afonso e lhe disse: "Muito Orlando será ele! Ponha-lhe antes Nadir!"

«Com o correr do tempo, a vida transforma-se em paisagem que vamos percorrendo e da qual, a partir de certo momento, podemos ver a totalidade do cenário, de um panorama que é mistura de passado e presente. Nossos, num determinado espaço, concreto, em que nos movemos. O Porto é o meu espaço, paisagem, panorama. E, certamente, afecto. Insubstituível. da passagem ou do correr dos últimos cinco, seis anos, no quotidiano portuense, ficaram estes escritos. São crónicas, reflexões, lembranças. Coisas ligeiras e vulgares, dispersas e esquecidas, juntam-se em livro e convertem-se - apenas isso - em testemunhos de um tempo de viver. (Na cidade de todos os fascínios, contradições e incongruências, que permanece, inconfundível e única, na austera e conflituosa vocação da sua perenidade).»

Os anos da guerra representaram para os portuenses um período carregado de sobressaltos e dificuldades que foram superando conforme as artes de viver que cada um ia inventando todas as manhãs. Os anos da guerra foram, vendo bem, anos de uma paz imoregnada de expectativas e dúvidas acerca do conflito distante que indirectamente nos atingia, e de interrogações permanentes dos mais velhos quanto ao futuro.
De tudo isto nos dá conta Helder Pacheco, no estilo próprio que o caracteriza e que já todos reconhecemos.

A colecção que ora se inicia pretende ser um contributo para a divulgação e incremento de estudos na área da Demografia e Demografia Histórica.

Nela incluiremos trabalhos inéditos de investigação, como por exemplo teses de mestrado e de doutoramento, bem como traduções de trabalhos internacionais de referência.

Livro em português

Ce livre est la publication de la dissertation de Master de Cristina Mendonça, et découle du 1er prix «Jeunes Chercheurs en Études Françaises et Francophones au Portugal » décerné par l’Association Portugaise d’Études Française (APEF) à l’issue de la Journée tenue en février 2021. À travers une analyse comparée de trois romans contemporains - Les Sept Noms du peintre, de Philippe Le Guillou, Terrasse à Rome, de Pascal Quignard et et Lorsque J’étais une oeuvre d’art d’Éric-Emmanuel Schmitt - et deux contes de Marguerite Yourcenar - «Comment Wang-Fô fut sauvé» et «La tristesse de Cornélius Berg» des Nouvelles Orientales - la figure de l’auteur émerge dans toute la complexité de sa persona fictionnelle. Les processus de construction artistique sont examinés au moyen de la notion d’ekphrasis, réactualisée et exploitée comme véritable outil critique.

De há muito a cidade segunda de um país ora de vocação atlântica, ora africana e agora europeia, o Porto chega aos dias de hoje como polo de saber, de serviços, de produção.

No velho burgo, erguido, sobretudo, a partir do séc. XII, foram-se acumulando heranças várias.

Enrugados pelo tempo, tradições, hábitos e costumes marcam o seu carácter e traduzem a ligação afectiva que une à cidade quem aqui vive.

Urbano Tavares Rodrigues, Memória das Palavras resulta do tributo prestado ao escritor português Urbano Tavares Rodrigues, no âmbito do evento multidisciplinar escritaria, realizado no ano de 2008.

O livro Canoas do Tejo aborda o tema das embarcações tradicionais do Tejo na actualidade. Não é um livro histórico. Procura antes, descrever a forma como se continuam a construir canoas, falar das Câmaras Municipais que mantêm embarcações ao serviço das populações, do Tejo e suas paisagens e das artes associadas à construção naval em madeira, como a dos calafates, carpinteiros e modelistas.

Sempre na perspectiva do que actualmente se passa, aborda também o tema das regatas e encontros, de Cascais a Valada, passando por Lisboa, Seixal, Barreiro, Alhos Vedros, Moita, Sarilhos Pequenos, Montijo, Alcochete, Alhandra, Vila Franca de Xira e Azambuja. Por fim, tem uma relação com fotografias de todas as embarcações do Tejo, bem como de outros veleiros tradicionais que participam nestes encontros.

Lê-se em duas horas mas a fotografia está sempre presente, pelo que o próprio folhear acaba por ser uma experiência enriquecedora e agradável. Foi com um pequeno catraio, comprado em Porto Brandão, recuperado e adaptado à vela, que me desloquei e participei nestas regatas e concentrações, pelo que o tema é visto com uma grande proximidade.

No decurso do "Levantamento do Património Etno­-Arqueo­lógico Marítimo do Concelho do Montijo", tornou­-se pertinente a recolha de testemunhos orais relacionados com a actividade náutico­-piscatória. O projecto centrou­-se no registo de testemunhos orais da comunidade piscatória do concelho do Montijo. Comunidade que esteve sempre ligada às diversas actividades ribeirinhas, tendo sido estas um dos principais meios de subsistência, ao longo dos tempos. A recolha foi realizada através de uma abordagem à população sénior e à população piscatória ainda activa, incluindo alguns testemunhos relacionados com a construção, manutenção de embarcações e transporte fluvial.

Com excepção do conjunto formado pela Igreja e Convento de São Tiago e pelo Castelo medievo e seu perímetro amuralhado, o Património do actual concelho de Palmeia é ainda muito desconhecido de visitantes e estudiosos. O projecto de inventário que ora se cumpre, com levantamento e análise o mais possível sistemática das existências patrimoniais nas cinco freguesias do concelho - Palmeia, Pinhal Novo, Poceirão, São Pedro da Marateca e Quinta do Anjo - vem atestar a importância de um acervo artístico que é por demais relevante, não só o que foi produzido à sombra da poderosa Ordem militar de Santiago, mas também uma série de igrejas, capelas, solares, quintas, conjuntos arquitectónicos urbanos e rurais, com seus recheios atestando uma diversidade de peças de escultura, de azulejaria, de pintura, de talha, de mobiliário e de outras artes que testemunham a constante e qualificada encomenda artística que foi produzida nesses espaços ao longo da Idade Média e da Idade Moderna e continua a ter continuidade no nosso tempo. Fruto de uma pesquisa estruturada com incidência nos levantamentos de campo e na investigação de arquivos e outras fontes, pode-se dar agora a conhecer um património histórico-artísrico assaz valioso, e que inclui algumas peças e conjuntos de qualidade excepcional, o que confere ao concelho de Palmeia significado social e assume papel de destaque nas rotas turístico-culturais do nosso país.

De uma forma que pretendemos mais do que descritiva, procuramos apresentar o culto à Senhora da Serra, que ocorre, anualmente, no alto da Serra da Nogueira, em Rebordãos conselho de Bragança. Para tal, fazemos uma primeira aproximação, em género de contextoalização, ao local. Depois, procuramos conhecer o culto mariano e, em particular, este no que concerne à sua origem, lendas, área de influência e elementos constitutivos. Mais à frente, o objectivo é caracterizar esta novena, para que se possam perceber as várias manifestações e seus particularismos. Por fim, analisamos todas as actividades que, em simultâneo, decorrem no recinto do Santuário e a sua relação com o culto religioso.

Na Serra do Gerês o viandante é cativado de forma arrebatadora pelo relevo de austera beleza e pela deslumbrante policromia sazonal que, artisticamente, pincela os prados e as vertentes graníticas em telas únicas e esplendentes. Simultaneamente ela oferece-nos uma luminosidade própria e desafia-nos a recordar os costumes comunitários de uma sociabilidade familiar, criando nesse povo uma estreita convivência entre sentimento e trabalho. Na actualidade permanece essa irrefutável sazonalidade paisagística, mas a vida destes povos raianos mudou ao ritmo da expansão urbana e industrial e de conjunturas políticoeconómicas à escala nacional e internacional. Para contrariar o despovoamento deve urgentemente optar-se por um modelo de organização territorial que incentive a produção de produtos de qualidade, o Termalismo de implantação secular, o Turismo Cultural e de Natureza, e concretamente o desenvolvimento polifacetado das singulares potencialidades destes espaços rurais periféricos.

«O estudo de Jorge Cruz que tem como título: O Instituto Nacional do Pão - A coordenação do ciclo económico do pão e cereais panificáveis durante o Estado Novo Português (1936 - 1972).
Tratando-se de uma investigação conduzida no âmbito de um mestrado em História, o livro agora apresentado destaca-se pela quantidade e variedade de fontes consultadas bem como pela bibliografia diversificada e atualizada que permite ao autor contextualizar o objeto de análise na problemática dos organismos corporativos no Estado Novo.
Num momento em que a humanidade se debate com os impactos de uma guerra que tem implicações graves na alimentação dos países a nível global, com particular acuidade nos mais carenciados, o estudo agora publicado reveste-se de grande e especial relevância.»

Margarida Sobral Neto
Professora Catedrática Jubilada da UC

Pombal de Ansiães: Entre o Rio Tua e o Planalto - Estudo sobre a Freguesia (Pombal, Paradela e S. Lourenço) é uma monografia histórica sobre a Freguesia de Pombal, concelho de Carrazeda de Ansiães, região de Trás-os-Montes e Alto Douro. O estudo abrange todo o tempo histórico possível e foca os aspectos essenciais da vida da comunidade que aqui tem habitado, designadamente a administração, a demografia, a economia, a sociedade, os transportes e comunicações, o ensino, a cultura e a religião. Indica também um pequeno roteiro da freguesia aos naturais e visitantes. Este trabalho de investigação pretende, ainda, tornar-se um contributo para uma futura história do concelho