Livros sobre parentalidade

Por Ana Bárbara Pedrosa
6 de maio de 2024
Pouca coisa criará mais pânico na vida do que a chegada a casa com um recém-nascido. Com um berço ao lado da cama, sente-se subitamente a falta do botão que chama a enfermeira a meio da noite na maternidade. Aqui seguem os livros que tentam ensinar alguma coisa.
 
Nada nos prepara para sermos pais (mas este livro ajuda muito)
Nada nos prepara, sobretudo, para a quantidade de opiniões que surgem sem serem pedidas. Aqui, pelo menos, quem lê já sabe ao que vai. A autora acompanhou centenas de famílias e escreveu um livro em que relata toda a sua experiência. Claro, cada experiência, por banal que pareça a reprodução humana, é irrepetível: cada bebé é apenas um. Entre as páginas, não será coisa pouca a parte em que a autora lista os gastos a evitar. Haja, afinal, quem contrarie o paleio das lojas de puericultura, essas que têm convencido as novas gerações de que as suas mãos são incapazes de medirem a temperatura da água do banho. A amamentação também tem lugar de destaque, assim como a privação de sono. Quem tiver interesse em lê-lo talvez deva escolher o período do pré-parto. Depois, já terá as mãos cheias, e não é de livros.
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Os bebés também querem dormir
Nisto, os bebés são como eu. Só passa bem os dias quem passa bem as noites. Mas os bebés chegam e fazem barulhinhos e abrem os olhos a dormir e parece que se engasgam. Quem nunca despertou um bebé para ver se estava vivo provavelmente nunca teve filhos. Ora, um bebé a dormir descansado não quer ser beliscado – quer continuar a dormir. Neste livro, a autora ajuda a perceber os sinais. Parece sempre fácil, mas implica aprender a linguagem de quem não sabe falar e, pior ainda, de quem ainda não percebeu que está fora do útero. É caso para dizer, aqui que ninguém nos lê: que totós. Seja como for, entender os padrões dá sempre jeito para se facilitar a vida a quem chegou agora à vida.
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Primeiros socorros pediátricos
Nem é preciso explicar a importância deste livro. Se os bebés chegam sem manual de instruções, eis o manual de reparações. A pequenada não está imune e, sobretudo, não tem grande jeito para se defender. Venham então os salvadores chamados mães e pais safar os miúdos em caso de convulsões febris ou engasgamentos ou reações alérgicas ou picadas ou o mais que possa acontecer e estragar logo uma tarde. Ler não custa nada e, claro, finda a leitura, a conclusão é caso único. Quem o lê diz o seguinte: «Espero que ter lido isto nunca venha a servir para nada.»
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Como educar filhos para não serem idiotas
E este também não é de se deitar fora. Não estamos aqui a falar de evitar que as crianças sejam terraplanistas – para isso, existirão outros livros –, mas de as levar para o caminho certo na vida, esse que inclui o respeito e a verdade e a doçura. Aquelas coisas que nascem pequenas – e que são fofura total – um dia serão adultos, e há que torná-los assim ou assado. Escolher o caminho dita a chegada, e para quê trazer gente ao mundo se não é para o fazer melhor? O livro ajuda a encontrar o caminho que, na verdade, se quer quase estático: que as coisas fofas, uma vez crescidas, continuem fofas.
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Porque é que o Meu Filho se Comporta Assim?
Já que as crianças estão longe de apresentar teses de mestrado, haja quem as explique. Neste livro, o pediatra Hugo Rodrigues explica aos perdidos as cabeças dos pequenos, mostrando o que se passa nos primeiros anos da infância. O livro toca nos tópicos que importam, desde perturbações à relação das crianças com a família, e também à própria importância da família para o desenvolvimento infantil. Como é coisa que preocupa os pais, o choro também tem direito a um capítulo inteiro: o que significa, de onde vem, o que se deve e não se deve fazer. E os mesmo se passa com as birras, essas que, apesar da individualidade, parecem condição colectiva. Os medos, a alimentação, as noites cheias de despertares, as perguntas e as perguntas e as perguntas... Neste livro, tudo parece ter resposta.
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