Bruno Vieira Amaral
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28 de novembro de 2024
Bruno Vieira Amaral é um dos escritores contemporâneos mais significativos da literatura portuguesa. Nascido no Barreiro, as suas obras refletem o universo dos bairros periféricos da margem sul do Tejo, abordando temas como a marginalidade, a identidade racial e a experiência do regresso ao lugar de onde se partiu, seja através do regresso ao bairro de infância ou ao país de nascença, como no caso dos, assim chamados, “retornados”. O autor ganhou o Prémio José Saramago em 2015 pelo seu romance de estreia, As Primeiras Coisas, e recebeu também o Prémio Fernando Namora e o Prémio PEN Narrativa. A sua escrita combina análise social com narrativas onde viajamos ao núcleo da emoção, ao indizível humano, que causa na personagem a perplexidade vencida pela acomodação e pelas condições externas.
Hoje Estarás Comigo no Paraíso
Este romance mergulha na vida de um narrador, um homem solitário que decide reconstruir a biografia do primo, João Jorge, que morreu tragicamente nos anos 80 e cuja morte se vê envolta em mistério e negligência. A obra explora o impacto da morte violenta no bairro onde viveram e as marcas deixadas nos seus habitantes. O narrador revisita memórias fragmentadas, enquanto revela o contraste entre a infância e o presente. Destaca-se a narrativa que examina a noção de periferia, sentido urbano, mas também humano, e os seus dilemas, expondo a fragilidade e a criatividade dos mecanismos da memória, mas também das relações entre pessoa e família, homem e contexto, num ambiente marcado pela exclusão social.
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As Primeiras Coisas
O romance de estreia de Bruno Vieira Amaral é o retrato de um bairro da periferia marginal da grande metrópole, o Bairro Amélia, onde o narrador cresceu e regressa para organizar os fragmentos de uma memória coletiva. A narrativa percorre histórias de vidas desfeitas, repletas de sonhos interrompidos, violência e luta por sobrevivência. A escrita do autor dá voz a personagens marginalizadas, que se entrecruzam num rendilhado, construindo um mosaico de experiências que refletem as dificuldades e as contradições do ambiente urbano. A capacidade de captar nuances do quotidiano e as marcas da condição social tornam esta obra essencial para entender a periferia contemporânea sob o ponto de vista da figura humana, das suas aspirações e da forma como o ambiente em que cresce a molda a uma determinada noção de realidade.
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Toda a Gente Tem um Plano
O mais recente romance de Bruno Vieira Amaral apresenta um protagonista à beira do colapso, envolvido num universo onde a violência é imprevisível e a redenção surge de formas inesperadas. A história desenrola-se num cenário onde a marginalidade e a fragilidade humana se cruzam em vivências porosas, expostas, com destaque para a presença de um cão, que serve como um elo entre o passado do protagonista, o seu presente e a possibilidade de esperança num futuro hipotético. A aleatoriedade da violência e o esforço para encontrar significado numa realidade desoladora fazem desta obra um dos pontos altos do autor, um dos livros mais robustos da literatura portuguesa contemporânea, pelas dimensões que acarreta. Em Toda a Gente Tem Um Plano, o protagonista é um conjunto de fragmentos que pretendem formar uma só peça, agarrada a memórias, à imprevisibilidade das suas fugas e à vontade de fazer as coisas certas, sempre interrompida pelas circunstâncias e pela violência.
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