Uma Outra Voz
Prémio Leya 2013
de Gabriela Ruivo Trindade
Sobre
o LivroJoão José Mariano Serrão foi um republicano convicto que contribuiu
decisivamente para a elevação de Estremoz a cidade e o seu posterior
desenvolvimento. Solteiro, generoso e empreendedor como poucos, abriu
lojas, cafés e uma oficina, trouxe a electricidade às ruas sombrias e criou um
rancho de sobrinhos a quem deu um lar e um futuro. É em torno deste homem
determinado, mas também secreto e contido, que giram as cinco vozes que
nos guiam ao longo destas páginas, numa viagem que é a um tempo pessoal e
colectiva, porque não raro as estórias dos narradores se cruzam com
momentos-chave da história portuguesa. Assim conheceremos um adolescente
que espreitava mulheres nuas e ria nos momentos menos oportunos; a noiva
cujos olhos azuis guardavam um terrível segredo; um jovem apaixonado pela
melhor amiga que vê a vida subitamente atravessada por uma tragédia; a mãe
que experimentou o escândalo e chora a partida do filho para a guerra; e
ainda a prostituta que escondia documentos comprometedores na sua alcova e
recusou casar-se com o homem que a amava. Por fim, quando estas vozes se
calam, é tempo de ouvirmos o protagonista através de um diário escrito noutras
latitudes e ressuscitado das cinzas muitos anos mais tarde.
Baseado em factos reais, Uma Outra Voz é uma ficção que nos oferece uma
multiplicidade de olhares sobre a mesma paisagem, urdindo a história de uma
família ao longo de um século através das revelações de cada um dos seus
membros, numa interessante teia de complementaridade.
Tantas vozes a contar a sua história e assim permitir-nos conhecer "a verdadeira" história. Surpreendente e apaixonante, até que a última voz se calou.
Bem escrito, multifacetado, bem pensado. Entrelaçar de vozes, factos e contextos familiares.
É a nossa história. A estória de um país que estão a matar, sem identidade, sem soberania.
Gabriela Ruivo Trindade mostrou que com 5 vozes que o Alentejo é mais para além de uma Terra. Tudo é descrito que verdade. Mesmo muito bom este livro. Eu recomendo-o! É um livro maravilhoso!
É uma grande responsabilidade ser publicado como vencedor do Prémio Leya, dada a dimensão (cultural, mediática, e sobretudo financeira) do concurso. Neste caso, pode dizer-se que o júri não tem razões para se envergonhar da sua decisão. Gabriela Ruivo Trindade recorre a uma estrutura de cinco estilos distintos com narradores diferentes na primeira pessoa, todos envolvidos enquanto personagens na mesma trama: um retrato de costumes da Estremoz do início do século XX. A grande virtude da obra reside na consistência das suas personagens, não sendo difícil ao leitor acreditar que quase se tratam de confissões de gente de carne e osso. E a ficção não pode aspirar a mais que a confundir-se com uma irrealidade que se confunde com o real. Valioso.
A autora tem a força de nos agarrar à história de um Alentejo pobre mas empreendedor. Um Alentejo pobre mas com "fibra", onde não há medo de desvendar os amores de sacristia, as casas de prostituição e os amores não correspondidos.
Fantasticamente bem escrita, esta narrativa a 5 vozes. É o nosso povo, a nossa sociedade e várias épocas retratadas de uma forma vívida e real. A mim, particularmente, agradou-me pela forma como o nosso Alentejo foi apresentado; é mesmo assim na sua essência - os termos, as expressões, as mentalidades. Parabéns à autora pelo prémio muito merecido e aguardo o próximo livro com muita expectativa! 30-07-2014
Recomendar este Livro é mais que um dever! É uma obrigação!!! Além de o recomendar aos Leitores mais próximos, entre Colegas, Amigos e Família, devo ainda recomendá-lo a todos que, como eu, são viciados em Leitura! Boa Leitura! Este Livro é uma descoberta maravilhosa a cada "Voz" que se lê, a cada capítulo, a cada página virada! Adorei! Adoro! Espero ansiosamente pelo próximo Livro da Autora. - Gabriela!! Não se esqueça de nós...!!! Muito, muito obrigada!!!! (6 Estrelas)
Já estou a preparar-me para o próximo... Muito bom ! E o Alentejo para mim é o céu... Adoro esta parte de Portugal e fico contente quando leio algo sobre ele. Estremoz não é a minha terra mas é quase... Leiam!
É sem dúvida uma boa revelação no panorama literário português. Uma obra que se lê quase de um fôlego mas... que merece mais do que uma leitura! Retratos de época e de locais diferentes com um "toque de magia" dados pela Gabriela Trindade. A merecer a nota máxima.
Um livro muito interessante. Várias pessoa a contar a sua história. Lê-se com agrado e é um livro a revisitar, ou seja a reler. Uma perspectiva interessante da vida portuguesa de uma pequena cidade alentejana de finais do século 19 e século 20. Gostei da forma de escrever da autora. Espero que esta autora continue a escrever pois vou seguir com interesse as suas próximas obra.
TOP! Excelente narrativa, fluente, corajosa, incisiva. Converte-se numa história familiar, tipicamente alentejana. A autora revela ter um profundo conhecimento da vida vivida dos seus antepassados, da época e, da região. E, escrever sobre os nossos, não é tarefa fácil. Ela conseguiu. Pega em várias personagens, dá-lhe uma voz e um rosto e, põe-as a falar literalmente com os leitores. Contém uma fantástica história de amor, sem preconceitos, capaz de ultrapassar todas as barreiras e obstáculos, um amor verdadeiro, daqueles que todos ambicionam. Essa voz é para mim, a cereja no topo do bolo. È um livro que está construído para ter muitas mais vozes. Aguardo o próximo volume. Esta "voz" não vou esquecer tão cedo. Recomendo!
Uma história com raizes no Alentejo; o contributo de um empreendedor de tempos idos para o progresso; um retrato da vida...
a leitura é um vício, com a surpresa de, por vezes, ser um imenso prazer. assim a leitura desta outra voz, uma voz nova e tão antiga, na literatura portuguesa. as vozes que nos fazem, que fazemos fazerem-nos. vozes da voz, dos tempos em que só a voz. há tantas vozes nesta outra voz, mas uma só fica a soar do princípio ao fim do livro: -há uma nova e bela voz cujo rasto se não pode deixar de seguir, a da gabriela. o prazer de ler é uma outra voz