Uma Fábula
de António Franco Alexandre
editor:
Assírio & Alvim, outubro de 2001
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Cada novo livro de António Franco Alexandre (n. 1943) tem a capacidade de nos surpreender. Fora assim com “Quatro Caprichos”, é também assim agora com “Fábula”. E se do anterior resta neste uma espécie de diálogo entre os vários monólogos, digamos assim, que constituem “Fábula” (“Poema simples”, “Duplo”, “Eco” e “Epitímio”), a métrica e rima da primeira destas sequências criam uma cadência musical que muito difere do livro anterior. Podemos então falar de um longo poema, uma “fábula” humana que discorre e pensa o amor, a vida, o tempo, a linguagem, e também as viagens, as leituras, etc..
« António Franco Alexandre (...) tem sabido alargar e aprofundar uma linguagem própria, configurando ao mesmo tempo um dos mais singulares universos da poesia portuguesa contemporânea (...).»
Fernando Pinto do Amaral, Público, “Mil Folhas”
“Pudesse eu agora ingenuamente dizer ‘amo-te’ e
ser ouvido pelo ouvido humano da tua boca
não como quem pede mas como quem traz
um desconhecido até à mesa posta
para connosco celebrar a saída de egipto
voltaria a juventude de outrora até ao lume claro
do teu rosto; mas, desse lado da vida, vês
somente a pele antiga que se dobra em rugas
e vai pelas ruas interrogando os passante
como um provérbio em línguas estrangeiras...
Em Fürstgraben 16 escrevias o ensaio
‘ética da fantasia’, com os comboios parados
em estações desertas, ou a meio da planície cinzenta
sob o céu do inverno. Ouvias continuamente
os pequenos sinais do tamagochi,
todo o silêncio do mundo cabia
na palma da mão, como o inócuo pesadelo
da fantasia fina. Entendias de terra e de árvores
e de gente; rias, citando hamann: ‘a minha rude
imaginação não imagina pensadores sem genitalia’,
e nesta minha condição já só o medo esconde
a dor miúda, o parco sofrimento;
não mais serás amado, daquele amor inteiro
com que se escolhe, numa montra, um bicho
doméstico que nos acompanhe em lentas horas;”
excerto de “Fábula”
« António Franco Alexandre (...) tem sabido alargar e aprofundar uma linguagem própria, configurando ao mesmo tempo um dos mais singulares universos da poesia portuguesa contemporânea (...).»
Fernando Pinto do Amaral, Público, “Mil Folhas”
“Pudesse eu agora ingenuamente dizer ‘amo-te’ e
ser ouvido pelo ouvido humano da tua boca
não como quem pede mas como quem traz
um desconhecido até à mesa posta
para connosco celebrar a saída de egipto
voltaria a juventude de outrora até ao lume claro
do teu rosto; mas, desse lado da vida, vês
somente a pele antiga que se dobra em rugas
e vai pelas ruas interrogando os passante
como um provérbio em línguas estrangeiras...
Em Fürstgraben 16 escrevias o ensaio
‘ética da fantasia’, com os comboios parados
em estações desertas, ou a meio da planície cinzenta
sob o céu do inverno. Ouvias continuamente
os pequenos sinais do tamagochi,
todo o silêncio do mundo cabia
na palma da mão, como o inócuo pesadelo
da fantasia fina. Entendias de terra e de árvores
e de gente; rias, citando hamann: ‘a minha rude
imaginação não imagina pensadores sem genitalia’,
e nesta minha condição já só o medo esconde
a dor miúda, o parco sofrimento;
não mais serás amado, daquele amor inteiro
com que se escolhe, numa montra, um bicho
doméstico que nos acompanhe em lentas horas;”
excerto de “Fábula”
ISBN: | 978-972-37-0657-4 |
Editor: | Assírio & Alvim |
Ano: | 2001 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 146 x 205 x 6 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 80 |
Tipo de produto: | Livro |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Poesia |
EAN: | 9789723706574 |
Idade Mínima Recomendada: | Não aplicável |
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Extraordinariamente Belo
Nanda
cada página é uma surpresa. fala-nos de identidade ("somos todos mera fábula") e da angustia emotiva, do amor e da falta dele ("como posso agora começar a falar-te?ninguém melhor conhece o amor, e o desprezo do amor").