Um Bom Partido

Apesar de não achar que é um livro maravilhoso e absolutamente fantástico, havendo alguns momentos maçadores e sem grande nexo na narrativa, cumpriu as minhas expectativas por ser uma recriação moderna e divertida de "Orgulho e Preconceito". Quando digo moderna é porque é mesmo moderna, transformando a família Bennet numa mistura de gerações, idades e profissões que pode não apelar a todos os leitores. Em suma, não é de todo um dos meus livros favoritos, mas achei hilariante algumas passagens e acho que para os fãs de Jane Austen, que não querem levar a história demasiado a peito e apenas passar um bom bocado, é uma boa recomendação e um must read.

Tinha as expectativas elevadas para este livro e só tenho uma justificação para isso: porque sou fã de Jane Austen (que mulher não é?). Achei, com muita inocência, que iria encontrar uma história tão fantástica como a original mas com o tal twist moderno, como era prometido. Não encontrei nada disso. O livro torna-se massudo porque as descrições são infindáveis, muitas desnecessárias tal como alguns dos capítulos. A descrição das personagens é muito detalhado o que torna cansativa e pesada a leitura. Detestei o facto de Jane e Liz estarem praticamente nos 40, para mim isto quebrou completamente a magia logo no início e não devemos esquecer que estas personagens carregam um significado clássico muito grande. Senti quase que as personagens na sua essência foram violadas. Deixaram de ser elas. Para piorar, o tipo de escrita da autora é terrível. A fluidez é cortada constantemente com vírgulas e observações desnecessárias que não acrescentam nada á narrativa. Às tantas eu já não sabia do que estávamos a falar. A autora quis reinventar a roda mas correu-lhe muito mal.

É um livro que se lê bem com algumas cenas engraçadas com uma ou outra personagem que nos cativa ,baseado na obra de Jane Austen Orgulho e Preconceito mas nos dias de hoje.

Como fã de Jane Austen, romance chamou-me logo a atenção quando foi lançado, não só pela referência a uma das obras desta autora como pela capa. Um Bom Partido, como podem ler na capa, é uma versão moderna, com os mesmos personagens, mas como se eles vivessem agora, neste século. Os nomes mantiveram-se, o orgulho e o preconceito também. Curtis Sittenfeld pegou no romance de Jane Austen e alterou-o um pouco, colocando vocabulário mais "moderno", cenas mais "modernas" (e com isto quero dizer sexo e orientações sexuais). Acho por isso que Curtis arriscou demasiado e não conseguiu criar algo original e que correspondesse às nossas expectativas. Se olharmos para este romance sem pensarmos no que o inspirou não deixa de ser um livro medíocre com uma história muito contemporânea e normal. Há muitas reviravoltas e muitas personagens, mas acabou por ser uma história muito monótona pela forma como foi contada. Não vou dizer que não teve acção, porque teve, mas cenas como as das gravações, ou as inúmeras viagens de Liz, não dinamizaram assim tanto, só se tornaram repetitivas como se a história tivesse a avançar e a retroceder. Depois temos as personagens. Sinceramente achei-as bastante irritantes pela sua futilidade e QI baixo, começando da Sra. Bennet, seguindo pelas suas filhas e acabando na irmã de Chip (incluindo o próprio Chip). São todas personagens muito ocas e ainda quem se aproveita é a própria Liz, que nos meio daquilo tudo, mesmo sendo pobre ainda consegue financiar casas e apartamentos! A sua relação com Darcy é de facto demasiado actual, mas não bate a de Ham e Lidia. No meio disto tudo acabei por gostar bastante da personagem de Ham que traz alguma novidade e ingrediente novo a esta confusão. Também é neste casal que encontramos alguma disparidade em relação ao livro original, já que em Orgulho e Preconceito Lidia foge com ??? E o primo das Bennet? Will? A autora deu-lhe um toque demasiado grande de loucura e excentricidade e ainda lhe conseguiu arranjar um par, mas de forma muito repentina e drástica, a meu ver. Se há coisas que detesto em romances são resoluções forçada só para atar aquele nó e colocar-lhe um toque final. O mesmo acontece com Jane e Chip. No livro original achei uma história tão romântica, 100% empática (entre eles e nós leitores). Aqui achei que eles não tinham nada haver um com o outro e ainda por cima acaba por parecer uma farsa. Resumindo, como podem ver não tenho nada muito positivo para dizer, o que se conclui que foi uma grande desilusão para mim. Demasiadas expectativas? Talvez. Mas estes últimos livros que tenho lido pecam por terem grandes histórias mas as autoras não os saberem aproveitar e "metem os pés em várias poças".

Quando vi que a Editora Saída de Emergência ia publicar a versão moderna de 'Orgulho e Preconceito' pus logo na minha wishlist. Esta história está completamente modernizada, colocando à vista dos leitores os costumes e princípios da sociedade nos tempos de hoje. Gostei bastante da leitura, foi divertida e, também, uma boa maneira de relembrar a família Bennet, Darcy e Bingley (de uma forma bastante moderna).