Trinta Anos de Democracia e Depois, Pronto
CRÍTICAS DE IMPRENSA
"Um «sermão» sobre o Portugal dos últimos trinta anos, que muita gente devia ouvir, ou antes, devia ler. Uma visão lúcida, sem meias palavras e, sobretudo, muito, mas mesmo muito clara, sobre uma «nova ditadura» que a autora diz ainda entendermos mal."
AMV, Magazine Artes, Maio 2005
EXCERTOS
«A correria tira o sentido a tudo. A berraria impede que se diga ou que se oiça um único fragmento de um único pensamento. O abuso das imagens atordoa o receptor ao ponto de o mensageiro matar completamente a mensagem. Quando dentro de um mesmo ecrã temos pelo menos quatro possibilidades de zapping e nenhum marco discernível nos indica o que é que é prioritário no meio de tanta informação, ficamos sem filtros e só conseguimos ouvir um imenso ruído de fundo que constitui a banda sonora de uma espécie de aurora boreal digitalizada, e ainda por cima passada de fast forward a fundo. Não há uma fracção de segundo de silêncio que nos permita pelo menos respirar fundo e tentar pôr as ideias em ordem antes de passarmos ao ponto seguinte. Quando vemos televisão, pura e simplesmente entupimos os neurónios até estarmos completamente drogados. O ópio do povo recicla-se, e estão sempre a ser sintetizadas novas fórmulas. Cada vez mais precisas e eficazes.
Como até estas fórmulas podem encontrar organismos que lhes são resistentes, como precaução adicional recorre-se à censura.
Existe.
Existe mesmo.
Mas, uma vez mais, é impossível de combater porque não se vê.»
«A correria tira o sentido a tudo. A berraria impede que se diga ou que se oiça um único fragmento de um único pensamento. O abuso das imagens atordoa o receptor ao ponto de o mensageiro matar completamente a mensagem. Quando dentro de um mesmo ecrã temos pelo menos quatro possibilidades de zapping e nenhum marco discernível nos indica o que é que é prioritário no meio de tanta informação, ficamos sem filtros e só conseguimos ouvir um imenso ruído de fundo que constitui a banda sonora de uma espécie de aurora boreal digitalizada, e ainda por cima passada de fast forward a fundo. Não há uma fracção de segundo de silêncio que nos permita pelo menos respirar fundo e tentar pôr as ideias em ordem antes de passarmos ao ponto seguinte. Quando vemos televisão, pura e simplesmente entupimos os neurónios até estarmos completamente drogados. O ópio do povo recicla-se, e estão sempre a ser sintetizadas novas fórmulas. Cada vez mais precisas e eficazes.
Como até estas fórmulas podem encontrar organismos que lhes são resistentes, como precaução adicional recorre-se à censura.
Existe.
Existe mesmo.
Mas, uma vez mais, é impossível de combater porque não se vê.»
DETALHES
Propriedade | Descrição |
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ISBN: | 9789727088102 |
Editor: | Relógio D'Água |
Data de Lançamento: | abril de 2004 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 140 x 210 x 10 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 114 |
Tipo de produto: | Livro |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Ensaios |
EAN: | 9789727088102 |
Idade Mínima Recomendada: | Não aplicável |