Religião para Ateus
Um guia para não crentes sobre as utilizações da religião
de Alain de Botton
Sobre
o Livro
Sinopse
Alain de Botton procura em Religião para Ateus interpretar várias religiões, principalmente o cristianismo e, em menor escala, o judaísmo e o budismo, na esperança de encontrar conhecimentos coligidos que possam ser úteis na vida secular, especialmente no que respeita aos desafios colocados pela comunidade e pelo sofrimento mental e físico.
Opinião
dos leitoresDetalhes
do Produto
Religião para Ateus
ISBN
9789722048880
Editor:
Dom Quixote
Idioma:
Português
Dimensões:
133 x 208 x 21 mm
Páginas:
316
Tipo de Produto:
Livro
Classificação Temática:
Livros em Português
> Religião e Moral
> Ciência e História das Religiões
Este livro é um exemplo que com fé ou sem fé podemos encontrar um sentido e um propósito na religião.
Interessantíssima viagem sobre as crenças humanas metafísicas, que nos permite mapear e perceber alguns dos conflitos e contradições contemporâneos, lançando, ao mesmo tempo, pistas para uma reflexão incontornável: como se pode ser ateu e, simultaneamente, reconhecer utilidade às religiões indo a elas buscar ideias e práticas importantes para a vida secular.
Desde o "Consolo da Filosofia" que Alain de Botton a todos oferece simplicidade e clareza nos que nos transmite. Faz-se entender, podemos com ele concordar, ou discordar... Este livro parece escrito por quem está prestes a deixar de ser um céptico.
A engenhosa tese de Alain de Botton consiste numa re-secularização da parafernália instrumental que serve à religião para confirmar, enfatizar, recordar ou, de alguma forma, coadjuvar na difusão e sedimentação da fé. Despidos das vestes do sagrado e do peso da verdade revelada com que o génio humano os revestiu, num processo de credibilização que transferiu para o Céu o argumentário que este reflectia como imposição universal, o conceito de vida comunitária, a bondade ou a arte e a arquitectura podem servir a necessidade de transcedência e o efeito integrador de que o sistema social tanto pode beneficiar. Na corrida à confirmação da morte de Deus, os ateus mais não fazem que reafirma-la e comprazerem-se com a libertação de obsoletos dogmas. Não compreendem que, entregue a si próprio e à sua solitária individualidade - "desumana anonimidade" -, o indivíduo se sentirá desprotegido, abandonado e sem consololo diante de toda a espécie de violência, perante o sofrimento físico e mental a que a finitude da sua existência o condena, sem respostas convincentes para as suas ânsias de natureza espiritual. Actualizando e dessacralizando uma "arquitectura" social desenvolvida por Auguste Comte, "Religião para Ateus" procura reciclar preceitos e práticas - a vida comunitária e liturgias, a compaixão, biografias exemplares, os benefícios espirituais da arte e da arquitectura... - das religiões, num exercício mimético, que a subtracção da carga sobrenatural descaracteriza, para fundamento de uma ética e de uma moral seculares, tão úteis aos paradoxais tempos modernos. Se estes são instrumentos necessários à resposta ao impulso para o transcendente, como condição de felicidade, no contexto actual, que influência tão nefasta se pode imputar à presença de Deus, que não vá para além de um artificialismo retórico? Mais que religião para ateus, o esforço sincrético de Alain de Botton aparece guiado pela surpreendente necessidade de adopção de um cânone, baseado no costume e na tradição, como forma de humanização do ateísmo. Mesmo que não seja, ainda, a negação deste, esta aculturação traz consigo fortes focos de tensão para o seu edifício racional.
Bem escrito, de fácil leitura.