Relatos de Um Peregrino Russo ao seu Pai Espiritual
Tradução a partir do original russo
Sobre
o LivroO Cristianismo, nos seus primórdios, como referiu João Paulo II, respirava a dois pulmões - a Igreja do Oriente e a Igreja do Ocidente -, e a Tradição Oriental, até hoje, testemunha as riquezas dessa Igreja indivisa. É, por isso, uma experiência enriquecedora e estimulante adentrar o mundo da espiritualidade ortodoxa, através da reflexão destes Relatos de Um Peregrino Russo ao Seu Pai Espiritual, considerado um dos seus melhores manuais de meditação. As descrições e as narrações que contém mergulham-nos na vastidão geográfica e cultural da Rússia, nas suas tradições de acolhimento simples e caloroso e na inquieta e intensa procura da comunhão com Deus. O peregrino partilha com o leitor o seu desassossego pela experiência de Deus, descrevendo as suas itinerantes errâncias, pelos caminhos, pelas florestas e pelos aglomerados urbanos, sempre na procura de um aconselhamento que lhe permita alcançar a proximidade do Deus vivo.
Contém o método da celebre Oração do Coração.
Os Relatos de um Peregrino Russo, redigidos por um anônimo do século XIX, são a um tempo tratado de ascética e mística, manual de oração e — graças a esta excelente tradução da Paulus — narrativa deleitosa. Enquanto narrativa, têm por protagonista um homem à procura de quem possa ensiná-lo a rezar. Enquanto tratado e manual de oração, contam a jornada de todo cristão para as profundezas de si mesmo. Eis o que significa, para o cristão oriental, "aprender a rezar": mergulhar em si mesmo e ter com o Deus que habita o fundo da nossa alma. Recomendo vivamente esta edição, que vem atualizar as traduções anteriores — muito fajutas, diga-se de passagem — para a língua portuguesa e divulgar um clássicos de espiritualidade que deveria ser lido pelos cristãos de todas as denominações.