Récita do Liceu Livro
O Liceu Rodrigues de Freitas/D. Manuel II no Estado Novo
de Luís Grosso Correia
Sobre
o LivroOs liceus trabalham em silêncio, não fazem reclamos, não têm invejas, nem competições e a sua vida íntima é preciso como que surpreendê-la e adivinhar. Quem julgar que a nossa actividade se confina no estreito âmbito das salas de aula, engana-se; se a alguém veio à ideia que é nossa preocupação exclusiva, ou mesmo predominante, preparar alunos para exame, aqui apresento o mais formal desmentido. [JOSÉ DIAS VIEIRA, reitor do Liceu (1941)]
A escola sede do agrupamento, Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas, é, de facto, uma escola com história. O Liceu, como era designado, foi assumindo diferentes denominações, refletindo as mudanças de regime político do país. Para uns será sempre o Liceu Rodrigues de Freitas, para outros, o Liceu D. Manuel II. A verdade é que, ao longo de uma tão vetusta existência, foi marcando indelevelmente muitas gerações de estudantes, que, volvidas décadas, regressam para se reencontrarem e recordarem com emoção alguns dos momentos mais significativos que viveram juntos: as gargalhadas e brincadeiras, as angústias e frustrações, os sucessos e insucessos e até os amores e desamores; as alcunhas dos professores e funcionários, as cábulas, as cumplicidades e algumas brigas, a contestação das normas e as atitudes ditadas pela irreverência da juventude. As memórias podem ser distintas, mas são, invariavelmente, fortes e gratas. [do Prefácio, de Maria José Ascensão]