Porto - Crónicas da Cidade de Dentro Livro
de Helder Pacheco
Sobre
o LivroA cidade de dentro é sonho e fantasia, aspiração e desejo. Nela, as ruas «estão já dentro de mim» (Jorge Luís Borges). É contentamento, nostalgia e raiva. Ilusão (ou desilusão), inconformismo ou renúncia. Paixão e sentimento, desencanto e expectativa. A cidade de dentro é contínuo desencontro entre o que temos e o que gostaríamos de ter. Entre o projecto e o inconcretizado, o que estava para ser feito e o que ficou por fazer. É frivolidade e angústia, aspiração e renúncia do irremediavelmente ausente (não já a sonoridade do trompete, tocado na Praça por um músico ambulante, mas os ecos da infância que ele nos evoca, na lembrança dos dias de leite e mel dos circos de rua na Cordoaria). A cidade de dentro é uma canção triste («j’aimerais te faire une chanson légère», Bernie Beaupère), uma despedida constante (de nós). Um adeus ao que vamos deixando para trás. A cidade de dentro é um grito. É um alerta pelo que muda e não devia mudar (e, nesse caso, significa destruição, agressão, esquecimento e, quando não, desprezo), ou um brado de insatisfação pela inexistência, lentidão ou apagamento da mudança longamente ansiada.
Detalhes
do ProdutoLivros em Português > História > História de Portugal