O Que Pode a Arte? Livro
50 anos do Maio de 68
Sobre
o LivroAutores: Ana Vidigal, Carla Filipe, João Louro, Jorge Queiroz, Júlio Pomar, Ramiro Guerreiro, Tomás Cunha Ferreira
O que pode a arte, então? A arte abre espaço para outra coisa,
outras alternativas de representar o mundo, dando lugar a
hipóteses imprevistas, alternativas desconhecidas, posições
híbridas e desviantes que descentram os poderes opressivos.
Este catálogo é publicado por ocasião da exposição «O que pode a arte? 50 anos do Maio de 68» (15.05-
-29.09.2018), com curadoria de Nuno Crespo e Hugo Dinis.
A exposição, que recorda e comemora o 50.º aniversário do movimento estudantil francês, junta obras de Júlio Pomar,
Ana Vidigal, Carla Filipe, João Louro, Jorge Queiroz, Ramiro Guerreiro e Tomás Cunha Ferreira. De diferentes
modos, estes artistas continuam a encontrar na arte uma forma de afirmar os seus posicionamentos críticos sobre o mundo
onde vivem, sobre as suas crises e formas de superação, mostrando o modo como a produção artística é contagiada
pelas transformações políticas e sociais.
O Maio de 68, em França, teve na sua base greves e manifestações estudantis que rapidamente assumiram proporções
revolucionárias, tornando-se símbolo de uma nova ordem social, que dizia respeito não só às relações académicas
mas também às instituições sociais, políticas, económicas e culturais.
A consciência do poder reivindicativo dessa classe estudantil, culta e informada, que visava direitos democráticos e
culturais e que reclamava liberdade de expressão, de comportamentos e de participação na construção do mundo, continua
a manifestar-se particularmente entre os artistas e os intelectuais.
Júlio Pomar, a viver em Paris desde 1963, não ficou indiferente
ao movimento, especialmente à agitação social, tendo
feito um grupo importante de pinturas onde fica patente o
espírito de 1968 e a articulação arte-política que lhe era próxima
no início de carreira.