O Mito da Monogamia
de Judith Eve Lipton e David P. Barash
Sobre
o LivroA monogamia pode ser a regra, mas não é a prática corrente - nem mesmo para os animais.
Recorrendo à mesma tecnologia do ADN utilizada nos tribunais, os biólogos são hoje capazes de determinar com absoluta segurança a paternidade nos animais. Os resultados têm sido surpreendentes: mesmo entre as espécies anteriormente consideradas monogâmicas, enganar o parceiro é uma prática comum - para ambos os sexos.
Em O Mito da Monogamia, David P. Barash e Judith Eve Lipton descrevem o modo como estas novas pesquisas nos permitiram alcançar uma resposta definitiva à pergunta: O desejo sexual por múltiplos parceiros é "natural"? É. E a monogamia? Não é.
Munidos de novas provas, os cientistas têm também conseguido explicar diversas questões importantes - por que razão os animais (e os seres humanos) são infiéis; qual a origem do mito da monogamia e quem beneficia mais com a sua perpetuação; e qual a verdadeira relação entre o instinto reprodutivo e o desejo sexual por diferentes parceiros. Por último, O Mito da Monogamia explora as implicações destas dramáticas descobertas para os seres humanos, em termos de relações interpessoais, paternidade e maternidade, agressividade, e muito mais.
O Mito da Monogamia é um estudo provocador de uma questão controversa e de forte carga emocional, iluminando um traço da nossa natureza que é tão fascinante quanto frustrante.
A antropóloga Margaret Mead sugeriu certa vez que a monogamia é a mais complicada de todas as combinações maritais humanas. É também uma das mais raras. Mesmo casados há muito tempo, os casais fiéis são novatos em termos de monogamia, quer tenham consciência disso ou não. Ao tentarem manter uma ligação social e sexual que consiste exclusivamente num homem e numa mulher, aqueles que aspiram à monogamia vão contra algumas das mais arreigadas inclinações evolucionárias com que a biologia dotou a maior parte das criaturas, incluindo o Homo sapiens. Como veremos, há provas muito fortes de que os seres humanos não são "naturalmente" monogâmicos, assim como provas de que muitos animais, outrora tidos por monogâmicos, não o são. É certo que os seres humanos podem ser monogâmicos (e é uma questão totalmente diferente se o devem ser), mas não nos iludamos: a monogamia é rara - e difícil.
Como G.K. Chesterton observou certa vez a respeito do Cristianismo, o ideal da monogamia não tem sido experimentado e considerado deficiente; em vez disso, tem sido considerado difícil e muitas vezes fica por experimentar. Ou, pelo menos, não é experimentado por muito tempo.