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O Meu Sono e Eu

Mitos e Factos

de Teresa Paiva
Livro eBook
editor: Livros Horizonte, março de 2023
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A experiência individual e coletiva do sono tem conduzido, ao longo de séculos, a múltiplas interpretações empíricas. As crenças e os mitos são por isso inevitáveis. Numa época de conhecimento teoricamente globalizado observa-se que o crescimento de uma maior literacia sobre o sono cresce a par de falsas verdades, falsas soluções absolutas e, pior ainda, erros difundidos como verdades.

Como o sono é considerado o terceiro pilar da saúde, importa conhecer bem as suas funções, os riscos que resultam de ser mal gerido ou mal dormido, e também os enormes benefícios que nos traz.

Um livro útil que vem desmistificar e clarificar muitas inverdades sobre o sono, que é um património inestimável.

Durma bem para viver melhor!
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Entrevista a Teresa Paiva

Teresa Paiva, neurologista e especialista em medicina do sono de referência, dedica-se há mais de 20 anos a estudar esta área e a ensinar a dormir melhor, colaborando regularmente com ensaios clínicos com especialistas em todo o mundo. É diretora clínica do Centro de Medicina do Sono em Lisboa, um laboratório onde este é medido e analisado, professora universitária, e criou o primeiro mestrado em sono. Teresa Paiva O Meu Sono e Eu – Mitos e Factos é o seu novo livro, que se junta a várias outros que publicou sobre o sono. Nele, aborda os mitos e os factos sobre o que ajuda ou prejudica o sono, de uma forma prática dirigida a todos e fundamentada com base em estudos científicos. Desde as «ajudas» para dormir, passando pelas «posições e maneiras de dormir» e pelas «horas de dormir e duração do sono», encontramos neste livro uma verdadeira enciclopédia prática do sono, uma função essencial à nossa vida.
Em entrevista ao Wookacontece, revela que escreveu este novo livro para combater «mar de notícias falsas, de novidades de última hora de coisas conhecidas há anos, de grandes especialistas de quem nunca se ouviu falar» porque «importa escrever sobre o que se sabe com rigor, contestar as soluções únicas e universais, porque, por sermos, tal como a Natureza, diferentes uns dos outros, o que faz bem a um, não faz certamente bem a todos».   «Muitas descobertas terão sido feitas num estado de sonambulismo, ou seja, num dormir/acordado – consciente/inconsciente.» A Dra. Teresa Paiva foi (e é) uma inovadora na área das patologias do sono no nosso país. O que a levou a querer especializar-se em medicina do sono, enquanto neurologista?
Não consigo dar-lhe uma resposta direta e preciso de um pequeno preâmbulo.
Uma doente dizia-me que a frase mais fantástica que tinha ouvido é que «a vida é um caminho entre boas decisões»; torci o nariz… mas procurando a citação certa encontrei uma frase semelhante: «a vida é um equilíbrio delicado entre tomar boas decisões e evitar perigos» (Gabriel Boni). Não acredito nesta perspetiva que não inclui nem a transcendência da vida, nem a pequenez das nossas decisões. Arthur Koestler, no seu livro Os Sonâmbulos, no qual relata a evolução das perspetivas científicas sobre o Universo, considera que muitas descobertas terão sido feitas num estado de sonambulismo, ou seja, num dormir/acordado – consciente/inconsciente. Ortega y Gasset dizia que «nós somos nós e as nossas circunstâncias».
Acho que o «sonambulismo» (no sentido de Koestler) e as «circunstâncias» estiveram na base dessa decisão. Eu estaria no regresso a Portugal num sonambulismo de procura, depois dum treino de 3 anos em Neurociências com o Professor Lopes da Silva, na Holanda. Em conjunto com Engenheiros do Instituto Superior Técnico, tínhamos desenvolvido um sistema automático para monitorização de doentes em coma. Nos anos 80 os equipamentos de monitorização eram grandes e pesados e os computadores tinham uma memória muito pequenina. Quer isto dizer que tudo era grande e pesado e tinha de ser transportado numa grande mesa com rodas, e era eu que devia fazer esse transporte do piso 7 para o piso 9. Uma desgraça para a minha ciática, que refilou veementemente na 1ª e na 2ª vez que lá fui. A circunstância recomendou paragem, mas outras circunstâncias surgiram como se estivessem combinadas: 2 doentes com apneia do sono muito grave apareceram no hospital. A mudança era evidente: o que dava para os comas dava para o sono, e foi assim que surgiu a paixão, essa outra componente emocional que nos leva a decidir (António Damásio). Foi uma paixão e um caminho para a vida, que ainda percorro, em exclusividade, com muita alegria e curiosidade.


Sente que o seu trabalho contribuiu para o reconhecimento, por parte da Ordem dos Médicos, da importância desta especialidade (tendo definido critérios curriculares bem definidos para esta competência médica)?
O meu trabalho e o de muitos outros contribuiu certamente. A Ordem dos Médicos seguiu as recomendações da European Sleep Research Society, na qual também trabalhei num Catálogo de conhecimentos e competência práticas necessárias para a Medicina do Sono.


  O Meu Sono e Eu – Mitos e Factos, o novo livro da Dra. Teresa Paiva. Neste seu novo livro, O Meu Sono e Eu – Mitos e Factos, expõe inclusivamente informações impressionantes que constatou com a sua equipa de investigação – como o facto de que «os cegos congénitos sonham com cenas, imagens e até com cores e que os surdos congénitos sonham com sons». Qual considera ter sido o seu maior contributo para a área do sono enquanto investigadora?
Começo por dizer que tenho uma noção crítica, objetiva e relativizada da minha dimensão científica, mas respondendo à sua pergunta diria que as coisas importantes conseguidas com algum pioneirismo foram os trabalhos sobre Cefaleias e Sono e Fibromialgia e Sono na década de 90; o primeiro grande projeto europeu que envolveu 39 parceiros entre 96 e 99; os sonhos em cegos e surdos mas também em AVCs, Epilepsia, Parkinson; a relação entre violência e sono; e, mais recentemente, a relação entre o sono e a natureza.
Importa salientar que todos estes trabalhos foram feitos com outros, sem os quais não teriam sido possíveis.

Acha que os médicos em Portugal estão sensibilizados (e informados) para a importância dos problemas relacionados com o sono?
Acho que sim, lentamente vão estando mais atentos, mas o caminho a percorrer ainda é longo e sinuoso.


Como afirma, as perturbações do sono comprometem muitas vezes a vida familiar e social de modo grave. E o inverso também se verifica: uma miríade de problemas de cada pessoa pode provocar perturbações do sono. O facto de esta ser uma área interdisciplinar, que envolve valências de psicologia, ciências biomédicas, medicina dentária, entre outras, torna ainda mais complexo conseguir o tratamento para cada patologia e cada pessoa?
Os casos clínicos são efetivamente complexos e a abordagem é necessariamente multidisciplinar. São muitas as especialidades médicas com grande envolvimento: Neurologia, Pneumologia, Psiquiatria, Otorrinolaringologia, Pediatria, Medicina Interna, Reumatologia, Endocrinologia, Cardiologia, etc..
Para além disso, a psicologia e os psicólogos são fundamentais, e também aqui há muitas especialidades necessárias: as cognitivo-comportamentais, psicologia do trabalho e das organizações, especializações por grupos etários, terapias de casal ou familiares, sexologia, psicoterapias, e muitas mais.
Para além do mais há a considerar os dentistas, cronobiólogos, fisioterapeutas, terapeutas do exercício, dietistas e nutricionistas, e tantos outros. E ainda os técnicos que fazem os exames, os engenheiros, informáticos e outros profissionais que garantem qualidade e inovação. Todas estas designações e especialidades não querem dizer que os doentes tenham que ir necessariamente a muitos especialistas para tratar o sono. A maior parte precisará entre 1 a 2 ou 3 especialistas.
O que será importante, diria mesmo fundamental, é a realização duma anamnese detalhada e precisa, numa consulta longa, com tempo para o doente falar e com os dados relevantes do presente e do passado sobre os quais o médico possa meditar para poder ajudar.
Devo dizer que é muito reconfortante ouvir sucessivos doentes dizerem que estão melhor.


Preocupa-se também com a divulgação desta área junto do grande público. Sente que há hoje mais consciência e interesse, por parte dos cidadãos, em relação à importância de se dormir bem?
Certamente, a literacia não é garante de um comportamento com boas práticas, mas é o primeiro passo para as conseguir. Acredito e considero que o conhecimento é não só necessário como fundamental. Preocupo-me em transmiti-lo aos doentes.


Depois de ter publicado vários livros sobre o sono, entre os quais Bom Sono, Boa Vida, dedicados à população não médica, O meu Sono e Eu – Mitos e Factos surge como uma espécie de enciclopédia prática do sono, muito detalhada. O que a levou a querer transpor a sua grande experiência nesta área, neste formato?
Escrevi com a Professora Helena Rebelo Pinto livros para crianças do pré-escolar (Dormir é Bom, Dormir faz Bem), escolar (O Meu Amigo, o Sono) e adolescentes (Os Mistérios do Sono), os de criança ilustrados pela Danuta Wojciechowska. Um deles, O Meu Amigo, o Sono, está traduzido em inglês e em alemão.
Este meu livro O meu Sono e Eu – Mitos e Factos assenta no mesmo princípio de O Polígrafo do Bernardo Ferrão [na SIC]. A necessidade é a mesma: num mar de notícias falsas, de novidades de última hora de coisas conhecidas há anos, de grandes especialistas de quem nunca se ouviu falar, do remédio/comportamento/alimento/bebida/suplemento ou «seja o que for» que «de certeza o vai fazer dormir», importa escrever sobre o que se sabe com rigor, contestar as soluções únicas e universais, porque, por sermos, tal como a Natureza, diferentes uns dos outros, o que faz bem a um, não faz certamente bem a todos.


Aborda todos os problemas e mitos ou falsas verdades de uma forma, além de cientificamente fundamentada, muito pragmática. Chega a dirigir os seus conselhos a pessoas com problemas reais («se é alcoólico» ou «se é violento»). Todos, e tudo, são contemplados. Acredita que estamos a evoluir para uma sociedade mais aberta e informada?
A sociedade está, em muitos aspetos, mais aberta, o que é certamente ótimo. Uma maravilha se comparamos com a minha juventude. Mais informada? Não sei … as pessoas não têm tempo para pensar, andam a correr, apressadas, a resolver múltiplos assuntos, num frenesim. Muita da informação sobrevaloriza em sentido lato a desgraça. Muitos dados nacionais comparativamente aos nossos parceiros europeus deixam-nos em posições negativamente afastadas da média. Muita da informação da internet é incorreta e por muitos tida como verdadeira. Sociedade mais informada? Não sei …   «Houve certamente uma regressão na qualidade do sono dos portugueses. Passámos abruptamente do «tudo está garantido» para o «nada é certo».» A qualidade do sono dos portugueses tem vindo, na generalidade, a melhorar ou a piorar nas últimas décadas?
Nestes últimos anos houve certamente uma regressão: os doentes de insónia têm quadros mais complexos e mais graves. Muitas apneias associam-se a insónias, tanto em homens como em mulheres. As crises, as ameaças e as incertezas contribuem para isso. A época, tanto em termos nacionais como internacionais, não é «pera doce» para se viver; passámos abruptamente do «tudo está garantido» para o «nada é certo». As pessoas sofrem…


Ler pode ser uma boa ajuda para dormir bem, dependendo dos livros, claro. Quais são os escritores que mais gostou de ler na sua vida?
Os gostos dependem das épocas. Em menina lia a Condessa de Ségur, mais velhinha, o Jorge Amado e o Eça Depois, Camus, García Márquez, Koestler e Tolkien, Tolkien, António Lobo Antunes e Agustina Bessa Luís, Lawrence Durrell. Agora, Stefano Mancuso.


E quais os autores da sua área que recomendaria ler a quem quer saber mais sobre a área do sono?
Porque Dormimos do Matthew Walker e A Revolução do Sono da Arianna Huffington.


O que a deixa mais feliz?
Feliz – Ouvir e ver os netos. Saber que as filhas estão bem.
Contente – Ver uma planta crescer, uma ave a sair do ovo, uma cabrinha a mamar, um bando de pássaros a voar, um abraço da minha cadela.
Tranquila – As nuvens, o mar e o pôr-do-sol.

O Meu Sono e Eu

Mitos e Factos

de Teresa Paiva

Propriedade Descrição
ISBN: 9789722420709
Editor: Livros Horizonte
Data de Lançamento: março de 2023
Idioma: Português
Dimensões: 153 x 234 x 15 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 192
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Saúde e Bem-Estar > Vida Saudável
EAN: 9789722420709

SOBRE O AUTOR

Teresa Paiva

Teresa Paiva nasceu em Lisboa em 1945.
Formou-se em Medicina em 1969, é médica neurologista e a maior referência portuguesa em medicina do sono. Há 45 anos que ajuda os outros a dormir e a entender a sua relação com o sono. O seu trabalho foi por diversas vezes premiado e colabora regularmente em ensaios clínicos com especialistas de todo o mundo. Coordenou vários projetos científicos nacionais e internacionais nesta matéria. É autora e coautora de várias obras e artigos científicos sobre o sono e é responsável pelo primeiro mestrado em sono a nível mundial. Atualmente, é diretora clínica do CENC — Centro de Medicina do Sono.

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