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Livro de Mágoas

de Florbela Espanca
editor: Padrões Culturais, junho de 2014
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Flor Bella era uma mulher simples, afectuosa, despida de artifícios e manifestava por vezes a graciosidade fácil das crianças, como também não se prendia aos sortilégios de aduladores, nem se enredava com banalidades.
Como tal, não agradava a todos, como nem todos lhe agradavam. Sabemos bem que onde estiver o talento, estará sempre, associado, a inveja, a calúnia, os descontentes e os ignorados… Porém, em vida sofreu ofensas mas nunca foi vingativa.
Em parte, a sociedade da época, pode sentir-se responsável pelos desgostos de Flor Bella que, por culpa nossa, se tornou a pouco e pouco na mulher esquiva, isolada e dolorida, perdendo a confiança na vida e em todos nós.
Alguns de nós sabem que não é a morte que nos liberta dos desgostos, nem das ansiedades, nem dos sofrimentos, mas sim a própria vida, se nela encontramos o apoio moral que tantas vezes faltou a Flor Bella, ainda que desesperadamente pedisse a Deus a sua gota de água.
A pior de todas as mortes é a que sofremos, morrendo em cada hora que passa, em cada instante que nos traz a certeza de sermos retalhados em ofensas, em injustiças e, mesmo contra a nossa vontade, temos de continuar a viver.
Porém, é no desespero da sua inspiração que procura refugiar-se e em cada verso que escreve, soa assim, dentro de si a primeira badalada chamando-a à vida.
Pressentindo a proximidade da morte, agarrava-se à vida e compunha apressadamente na sua lira, mais prodigiosa que nunca, os mais belos sonetos que enviava a Guido Batelli, pedindo-lhe quase aflitivamente que os entregasse ao editor porque temia morrer antes de ver publicado o seu livro «Charneca em Flor», do qual foi extraído o presente livro, e com ele veio, postumamente, o sucesso, o seu talento e a glória do seu nome.

Livro de Mágoas

de Florbela Espanca

Propriedade Descrição
ISBN: 9789897090660
Editor: Padrões Culturais
Data de Lançamento: junho de 2014
Idioma: Português
Dimensões: 133 x 199 x 4 mm
Páginas: 88
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Poesia
EAN: 9789897090660

SOBRE O AUTOR

Florbela Espanca

Poetisa e contista. Depois de concluir os estudos liceais em Évora, frequentou a Faculdade de Direito de Lisboa. A abordagem crítica da sua obra poética, marcada pela exaltação passional, tem permanecido demasiado devedora de correlações, mais ou menos implícitas, estabelecidas entre o seu conturbado percurso biográfico - uma existência amorosa e socialmente malograda que culminaria com um suicídio aos 36 anos de idade -, e uma voz poética feminina, egotista e sentimental, singularmente isolada no contexto literário das primeiras décadas do século. Na verdade, a leitura mais imparcial das suas composições, entre as quais se contam alguns dos mais belos sonetos da língua portuguesa, permite posicioná-la quer na matriz de uma poesia finissecular que, formalmente, cruza caracteres decadentistas, simbolistas (são várias as referências na sua poesia a autores simbolistas) e neorromânticos (acusando a admiração por certos autores da terceira geração romântica, como Antero de Quental), "à maneira de um epígono de António Nobre" (cf. PEREIRA, José Augusto Seabra - prefácio a Obras Completas de Florbela Espanca, vol. I, Poesia, Lisboa, D. Quixote, 1985, p. IV), quer, ainda, pela forma como a vivência do amor promove, a cada passo, uma mitificação do eu, na senda de certos autores do primeiro modernismo como Sá-Carneiro, Alfredo Guisado ou António Botto. Por outra via, a da literatura mística, Florbela Espanca reata conscientemente ("Soror Saudade") com a tradição da literatura claustral feminina que recebera, no período de maior florescimento, uma marca conceptista, mantida na poética de Florbela por certa propensão para a exploração das antíteses morte/vida, amor/dor, verdade/engano. A imagem da mulher que sofre de ilusão em ilusão amorosa, que reitera até ao desespero a sua fatalidade, que dá expressão a uma existência irremediavelmente minada pela ansiedade e pela incompreensão, acabou por, na receção alargada da sua poesia, sobrepor-se a outros nexos temáticos com igual pertinência, como a dor de pensar e a aspiração à simplicidade ("Quem me dera voltar à inocência / Das coisas brutas, sãs, inanimadas, / Despir o vão orgulho, a incoerência: / - Mantos rotos de estátuas mutiladas!" ("Não Ser"); ou a forma como a busca do amor se volve essencialmente em busca de si mesma através dos estilhaços de um ser que não sabe ser sozinho: "Ó pavoroso mal de ser sozinha! / Ó pavoroso e atroz mal de trazer / Tantas almas a rir dentro da minha!" ("Loucura", in Sonetos). Florbela Espanca.

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