Khora
de Rui Chafes e Alberto Carneiro
Sobre
o LivroEste livro recupera a estrutura interior do Caderno Preto (1968-71) de Alberto Carneiro e procura reproduzir uma aproximação a um lugar a que chamaremos Khora (termo platónico) simbolizado neste objecto pela folha branca. Esta "descida" ao mais singelo, ao lugar «anterior», talvez nos faça reconsiderar que a elevação a que comummente se chama transcendência não esteja acima ou fora de nós, mas penetrante, entre a inteireza dos sentidos e uma consciência mais funda do que a inteligência pode controlar. Numa altura em que o mito ainda não estava definitivamente separado da ciência e da filosofia, Platão apresenta o universo como génese dos princípios metafísicos, distinguindo as oposições binárias que marcaram o pensamento ocidental. As distinções entre ser e devir, inteligível e sensível, ideal e material, eram pensadas como mundo perfeito da razão e mundo material imperfeito. Platão problematiza essa oposição, introduzindo uma categoria intermediária — Khora — como possibilidade de mediação ou transição entre a polaridade. Foi a procura deste lugar-comum que fez convergir na exposição a obra de dois escultores, que, embora recorrendo ambos ao vocabulário da tridimensionalidade, o fazem com linguagens, meios e percursos absolutamente distintos.
Opinião
dos leitoresDetalhes
do ProdutoLivros em Português > Literatura > Ensaios
Arte é o artista e também o espectador com uma lente ampliada uma visão platónica e pessoal num construtivismo narrativo transformado em lógica por detrás do espaço e tempo e da descorporização da arte "uma casa de imagens hápticas" como pedagogia no estudo da psicologia profunda.