Irmãos de Armas
de António Brito
Sobre
o LivroEsta é a história dos Rolling Stones, treinados e armados para o combate na floresta. Irmãos de Armas, sobreviveram a mortes e desvarios. Quando os desmobilizaram, largaram-nos no mundo, incapazes de sobreviver sem guerra. Só as mulheres da sua vida os ampararam e amaram na adversidade.
Tudo começou no Dondo, Moçambique, em setembro de 1970.
«Chamo-me Alex, Alex Baldaia, e comandei os Rolling Stones até à desmobilização. Decorreram décadas desde que passei o Bojador e na Guiné me alcunharam de Príncipe - o meu nome de guerra. Desconheço porque me deram esse nome. Talvez por me verem transportar na mochila com as rações de combate, o livro de Nicolau Maquiavel - sardinhas em tomate, feijão enlatado e intriga política - uma mistura explosiva a sacolejar nas costas.»
- Muito bem escrito e focando temas importantíssimos. - Para quando, um livro sobre as mulheres que ficaram na "retaguarda", e de quem ninguém fala? - Quem vai escrever sobre as mulheres, as irmãs que não tiveram apoio NENHUM do estado fascista nem do democrático para carregar o fardo pós traumático dos guerreiros que, depois de usados, foram deitados fora, sem qualquer apoio económico ou psicológico?
Muito melhor que «Olhos de Caçador» Já li e gostei. É um livro muito bem escrito, com temas antigas, de uma geração sofrida e de temas tão atuais ainda: o stress traumático de um pó guerra que ainda não resolvido. Aconselho a leitura deste livro, não só aos mais idosos, mas também e sobretudo à juventude para compreender fenómenos da nossa sociedade.
A acção descrita pelo autor, coincide com o período temporal em que também combati em Mueda-Cabo Delgado. A narração prende-nos da primeira à última página. Na realidade a opinião do autor "...prepararam-nos para a guerra e depois abandonaram-nos...", é a pura realidade. Comovente a parte final do livro. Embora um pouco romanceado, era assim que nos sentíamos quando regressávamos à vida civil. Completamente deslocados. Era preciso muita coragem para nos reintegrarmos. Também verdadeiro que encontrávamos refúgio nos braços de quem nos amava e conseguia compreender-nos. Lapidar uma frase proferida por minha mãe quando regressei da guerra: "... este não é o meu filho, o meu filho ficou lá pela guerra...".