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Gaspar da Noite

Fantasias à maneira de Rembrandt e Callot

de Aloysius Bertrand; Tradução: Aníbal Fernandes

editor: Sistema Solar, junho de 2017
André Breton chamou-lhe - quando quis enunciar no seu Primeiro Manifesto os precursores do movimento - «surrealista no passado». […]

Baudelaire lembrou-se dele quando publicou Le Spleen de Paris e escreveu na dedicatória a Arsêne Houssaye: «Tenho uma pequena confissão a fazer-lhe. Ao folhear pela vigésima vez, pelo menos, o famoso Gaspar de la Nuit de Aloysius Bertrand […] é que tive a ideia de tentar qualquer coisa análoga e de aplicar à descrição da vida moderna, ou antes, a uma vida moderna e mais abstracta, o processo que ele aplicou à pintura da vida antiga e estranhamente grotesca.» […]

Todo o reconhecimento de Aloysius Bertrand é póstumo. E hoje pode ser-lhe colada a etiqueta de «autor de culto», que levanta sempre a suspeita de venerações alheias à verdadeira consciência crítica. Transbordou da literatura. René Magritte lembrou-se dele para um quadro que se inspira em «O Pedreiro», o segundo texto de Gaspar da Noite; e em 1908 Maurice Ravel deu a conhecer em três momentos de piano Ondine, Scarbô e A Forca (este pertencente à série dos eliminados pelo autor na edição original). Para se compreender todo este sortilégio vale a pena ouvir de novo André Breton: — «Ele precipita-nos, desde o presente, num passado onde as nossas certezas não tardam a cair em ruínas.»
[Aníbal Fernandes]

Gaspar da Noite

Fantasias à maneira de Rembrandt e Callot

de Aloysius Bertrand; Tradução: Aníbal Fernandes

Propriedade Descrição
ISBN: 9789898833181
Editor: Sistema Solar
Data de Lançamento: junho de 2017
Idioma: Português
Dimensões: 148 x 207 x 34 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 184
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789898833181
Aloysius Bertrand

Aloysius Bertrand [Ceva (Piemonte), 20 de Abril de 1807 – Paris, 29 de Abril de 1841]. Viveu em Dijon, cidade que o marcou profundamente, mas fez algumas incursões em Paris, onde experimentou enormes dificuldades materiais e de relacionamento com o meio literário e editorial. Aí se instalou de 1833 até à sua morte, vítima da tuberculose, e aí foi enterrado na vala-comum do cemitério de Montparnasse.

Deixou-nos a obra Gaspar da Noite – Fantasias à maneira de Rembrandt e Callot, editada postumamente pelo seu amigo, o escultor David d’Angers, com a ajuda de Sainte-Beuve. Alguns fragmentos já tinham sido publicados no jornal literário Le Provincial. A sua forma inovadora – «nem-prosa-nem-verso» – causou estranheza nos meios literários. Baudelaire reconheceu a sua influência no Spleen de Paris e alguns dos seus textos inspiraram René Magritte e Maurice Ravel.

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