Ecce Homo

Como se chega a ser o que se é

Livro 1

de Friedrich Nietzsche
editor: Guimarães Editores, abril de 1997
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Ecce Homo - Como se chega a ser o que se é, um escrito estranho, mas de leitura apaixonante, projecta, na verdade, viva luz sobre os outros livros editados e já conhecidos do nosso público em geral e dá elementos admiráveis de compreensão sobre o pensador, a sua maneira de ser e de pensar, a sua situação histórica, a missão extraordinária que realizou.

O pensamento de Nietzsche, surgindo das mais profundas nascentes, auscultando as relações primordiais, assinala reacção poderosa e consistente contra a filosofia cultural, contra a filosofia científica e contra todo o saber que viva, consciente ou não, da tradição precária. A estesia, e e religiosidade, o ímpeto vital que o caracterizam, são sinais do seu desvio do saber feito. Torna-se-lhe suspeito tudo quanto é técnico, mesmo que seja a técnica de bem pensar, tudo quanto é regra, e principalmente a regra para ser justo e para ser santo. Romper com toda a espécie de facto, com todo o ídolo ou todo o ideal imóvel, com todo o fim já anquilosado e rígido - eis outro aspecto essencial da obra transmutadora de Nietzsche que Ecce Homo ajuda a desvendar. [do prefácio]

Prefácio e tradução de José Marinho.

Ecce Homo

Como se chega a ser o que se é

de Friedrich Nietzsche

Propriedade Descrição
ISBN: 9789726650898
Editor: Guimarães Editores
Data de Lançamento: abril de 1997
Idioma: Português
Dimensões: 120 x 187 x 10 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 144
Tipo de produto: Livro
Coleção: Filosofia e Ensaios
Classificação temática: Livros em Português > Ciências Sociais e Humanas > Filosofia
EAN: 9789726650898
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável

SOBRE O AUTOR

Friedrich Nietzsche

Um dos filósofos emblemáticos dos finais século XIX, nasceu em 1844, em Röcken, e morreu em 1900, atacado pela demência, em Weimar. As suas reflexões caracterizam-se por uma violenta crítica aos valores da cultura ocidental.

Com efeito, para Nietzsche, a decadência do Ocidente começou quando o discurso filosófico, depois de Sócrates, veio afastar a síntese que se realizara na tragédia grega, substituindo a harmonia apolíneo/dionisíaco (representando a ambivalência da essência humana, dividida entre a desmesura passional e a medida racional) por um discurso das aparências, enganador e ilusório, que transforma a realidade autêntica em metáforas ocas. Esse processo de desvitalização encontrará o apogeu com a afirmação da moral judaico-cristã, «moral de escravos», reflexo de uma maquinação hipócrita de indivíduos débeis, ignóbeis e vis numa tentativa de enfraquecer e dominar pela astúcia os valorosos.
A crítica nietzschiana acaba mesmo por abranger os fundamentos da razão, considerando que o erro e o devaneio estão na base dos processos cognitivos e que a fé na ciência, como qualquer fé em verdades absolutas, não passa de uma quimera.
Não se limitando, porém, à denúncia de um estado de espírito dominado pela submissão a valores ancestrais, impotentes para criar algo de novo e propagando a obediência e a servidão como princípios supremos, ao proclamar a «morte de Deus» e a abolição de qualquer tutela, Nietzsche passa ao anúncio de uma nova era centrada na exaltação da vontade de poder, apanágio do homem verdadeiramente livre, o super-homem, que não conhece outros ditames além dos que ele próprio fixa. No entanto, o super-homem não é unicamente dominado pelo egoísmo, cabendo-lhe dirigir a «massa», anónima e ignorante, para um estádio superior em que os valores vitais, a alegria e a espontaneidade permitam a reafirmação do instinto criador da humanidade.

Pensador paradoxal, associa ao super-homem a consciência do eterno retorno, procurando, talvez, exprimir o aspeto cíclico dos movimentos históricos ou a impossibilidade de, alguma vez, ser atingido um grau supremo de perfeição no devir do Homem.
Expressando-se de forma aforística e mantendo todas as suas afirmações no limiar da inteligibilidade imediata, Nietzsche foi um filósofo ímpar, tão inovador como polémico: ao exaltar, em detrimento da razão, a faculdade da vontade como núcleo da essência humana e verdadeiro motor do devir e colocando-se numa posição de profundo ceticismo face aos fundamentos da ética e da moral, abalou profundamente os pilares do racionalismo, sendo por isso considerado como um dos «filósofos da suspeita» (ao lado de Marx e Freud), na esteira da «crise da razão» que marcou profundamente a filosofia no século XX. Entre as suas obras são de destacar:
A Origem da Tragédia (1872), Humano, Demasiado Humano (1878), Aurora (1881), A Gaia Ciência (1882), Assim Falou Zaratustra (1883-85), Para além do Bem e do Mal (1886), A Vontade de Poder (1886, editado em 1906), A Genealogia da Moral (1887), Ecce Homo (1888), O Anticristo (1888).

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