E Se Eu Gostasse Muito De Morrer

de Rui Cardoso Martins

editor: Dom Quixote, outubro de 2006
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Na confusão do mundo, um rapaz sobe a rua. O Interior é igual em toda a parte.
Mas hoje vai mudar. Ele traz um segredo terrível no bolso do kispo.
Faz calor na província dos suicidas. Dá vontade de rir: uma cidade em que até o coveiro se mata... São estatísticas, tudo em números.
Na Internet, há sexo e doidos japoneses e americanos para conversar em directo. No campo, granadas e ervas venenosas. No prédio, um jovem assassino toca órgão.
O space-shuttle leva cortiça do Alentejo para o Espaço. O Bispo viu o maior massacre da guerra de África e calou-se.
Mas hoje vai responder. Os factos verdadeiros são os piores.
O amor do rapaz rebentou. Que responsabilidades temos quando nada fizemos?
Em que fado parámos, onde fica Portugal?

E Se Eu Gostasse Muito De Morrer

de Rui Cardoso Martins

Propriedade Descrição
ISBN: 9789722031707
Editor: Dom Quixote
Data de Lançamento: outubro de 2006
Idioma: Português
Dimensões: 156 x 234 x 14 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 216
Tipo de produto: Livro
Coleção: Autores de Língua Portuguesa
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789722031707
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Rui Cardoso Martins, e se eu gostasse muito de morrer, a minha leitura a três andamentos

jaime manuel basso pequito crespo

reflexões acima do joelho motivadas pela leitura do livro "e se eu gostasse muito de morrer" de rui cardoso martins portalegre. cidade que não passou de aldeia grande. terra de lagóias. abençoadas margens de baco. a jornalista que acompanhou o escritor à cidade chamou-lhe "twin peaks". desta nunca me lembrei eu. mas há anos, quando ainda por lá escorregava na calçada inclinada da rua do comércio, achei-a parecida à cidadezinha que servia de fundo a um policial francês e que tinha o sugestivo título de "balada da cidade triste", de pierre simiac (les femmes blafardes, no original). curiosamente foi no cinema que encontrei a denominação perfeita para a minha aldeia natal, tolosa, no distrito de portalegre, nada mais nada menos que "dogville". pois claro, já estão mesmo a ver os ambientes, twin peaks, cidade triste, dogville… é uma 5ª dimensão escondida ali num cantinho de portugal. (a música passou para os ladysmith blackmambazo) apesar de termos pisado as mesmas pedras da calçada e provavelmente petiscado nas mesmas mesas das sedutoras tascas marchão, david, escondidinho ou marmelo; bebido uns canecos no joia, painel; cafézadas no alentejano, facha, central ou tarro (eu ainda as sorvi no finado plátano, hoje banco ou seguradora ou as duas coisas). mesmo encontrando velhos conhecidos, tininho, matcha, pelo livro afora, nunca me cruzei com o autor. o pai sim, foi meu professor. habituei-me a ler e a gostar de ler rui martins nas crónicas "levante-se o réu", primeiro através da internet, quando estava emigrado, depois sentindo bem o cheiro da tinta e o deslizar das páginas, sedosas, sedentas, entre os dedos. vai ser com tristeza que hoje ao tomar da bica matinal não a acompanharei com o levante-se o réu de um lado e a crónica do pulido valente do outro. o meu pequeno almoço ficará mais só. mas temos que mudar e ir à vida senão paramos e ficamos com vontade de morrer. muita. não é rui? (muda o disco para carlos paredes – verdes anos) o que poderei dizer do livro? que gostei, transmite na perfeição as vivências e ambientes da portalegre que conheci e me habituei a gostar (afinal é a minha primeira cidade). vidas e ambientes a adivinhar o drama e ele acaba sempre por chegar, por vezes da maneira mais cruel, inesperada e dolorosa. por isso no alentejo gostamos muito de morrer. felizmente muito menos de matar ainda que às vezes… o livro é uma diversão pegada de leitura. dá prazer ler um livro assim, bem construído e bem escrito. vai de carrinho até ao episódio do bispo, aí embatuca um poucochinho, trava, haverá algumas contas mal ajustadas entre o autor e a igreja ou algum seu representante terreno? não é da minha conta apenas noto alguma quebra na fluidez da história. ou seria eu que já estava cansado por ler de seguida sem parar pela tarde, noite, madrugada até manhã… entre as gotas grossas de chuva lá fora. o livro fala da morte mas é afinal uma autópsia, escrupulosa, muito bem feita, como aquelas que vemos nos filmes tipo csi em que não escapa nada, ao modo de ser portalegrense. recomendo vivamente a leitura do livro. eu vou reler para ver se na pressa e extasiamento da primeira leitura não deixei escapar mesmo nada. Jaime crespo

Rui Cardoso Martins

Rui Cardoso Martins (Portalegre, 1967) é escritor, cronista e argumentista. É autor dos romances E Se Eu Gostasse Muito de Morrer (2006), Deixem Passar o Homem Invisível (2009, Grande Prémio de Romance e Novela APE), Se Fosse Fácil Era para os Outros (2012) e O Osso da Borboleta (2014), bem como das coletâneas de crónicas Levante-se o Réu (2015) e Levante-se o Réu Outra Vez (2016, Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários APE). É autor da coletânea Passagem pelo Vazio e Outros Contos (2022). Tem livros traduzidos em diversas línguas e publicou contos em várias revistas nacionais e internacionais.
Licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, foi repórter internacional e cronista do Público na sua fundação, recebeu dois prémios Gazeta e é hoje cronista no Jornal de Notícias.
É autor de peças de teatro como Última Hora (Teatro Nacional D. Maria II, 2020) e coautor de A Sorte Que Tivemos, comemoração dos 50 anos do 25 de Abril (Teatro de Almada, 2024). É argumentista de cinema e televisão, destacando-se nesta área o argumento original do filme A Herdade (2019, coautoria), candidato ao Leão de Ouro e Melhor Argumento no Festival de Veneza; as séries policiais da RTP Sul, Causa Própria, Matilha (2019 a 2023, coautor e argumentista); e os filmes Em Câmara Lenta (2012), Zona J (1998), Sombras Brancas (2023, coautoria). Foi cofundador das Produções Fictícias e cocriador e autor dos históricos programas de humor Contra-Informação, Herman Enciclopédia e Conversa da Treta.
É professor convidado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde leciona a cadeira de Arte da Crónica na pós-graduação em Artes da Escrita, e no Departamento de Cinema e Artes dos Media da Universidade Lusófona.

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