Confissões de Santo Agostinho

Numa época de ruína civilizacional, na qual a vida em sociedade se tornou num caos, nada melhor há ao voltar à companhia reflexiva com um homem que na sua solitude nos mostra caminhos para pensarmos nós o que é importante na Vida.

Apesar de ser um homem do seu tempo, esta obra é muito atual. Ajuda-nos a refletir sobre a nossa essencia, a importancia da espiritualidade no mundo em que vivemos.

Com quase 2000 mil anos a primeira entrada no mundo literário de um compêndio emocional sente-se mais atual do nunca, na raíz do que significa ser humano as questões fundamentais atormentaram Santo Agostinho com a mesma intensidade com que a nós hoje. o problema da maldade, relações que não duram, luto. a análise do pecado e comportamentos maldosos nos retratos e análise que Agotinho faz dos seus próprios, o cenário onde a acção se passa é o Imperio Romano se não oficialmente católico, com a maioria dos cidadãos a professar essa fé, não sei precisar, obrigam-nos a refletir sobre a nossa própria conduta em sociedade. Num mundo em que Deus ou a ideia da promessa de um reino nos céus adequado à nossa redenção em vida e condutas solidárias já não impera e a nossa consciencia livre nos liberta para um mundo de consequência de acção imediata, Agostinho lembra-nos que o que importa é reconhermos o errado e melhorar continuamente

Santo Agostinho, é provavelmente, o maior pensador da história da igreja católica, o Papa Francisco recorre, por inumeras vezes, aos seus escritos, como complemento dos seus pensamentos. De leitura obrigatória.

Uma reflexão que o mundo moderno precisa de ler, aliada a uma edição explicativa muito útil. Inclui também um excelente estudo introdutório de Eduardo Lourenço. Recomendo vivamente.