Cister a Sul do Tejo

A transição de Quatrocentos para Quinhentos marcou profundamente a vida da cidade de Évora. Segunda cidade do reino, assento de Corte, cidade cosmopolita testemunhando a diaspora das Descobertas, ganhou não só novo alento na sua interioridade, comno também um novo estatuto entre as cidades portuguesas, estatuto que a sua História já justificava. Se a politica, a diplomacia, a cultura e o urbanismo foram testeumnho dessa vivacidade, também o foram as instituições religiosas, particularmente as comunidades regulares, que se afirmaram definitivamente na Évora de Quinhentos, influenciando não só a sua malha urbana como a paisagem periurbana. Pela importância que essas comunidades tiveram enquanto elementos estruturantes da sociedade portuguesa, os estudos que tenham como objectivo uma abordagem mais aprofundada acerca do modo e forma como se estruturaram e afirmaram no tempo e no espaço, são de importância fulcral para o conhecimento da sociedade, das instituições, das relações entre poderes. Assim, o estudo de uma comunidade religiosa, como a do mosteiro eborense de S. Bento de Cástris, afigura­se­nos de particular importância para a compreensão da história local e regional, num período significativo da sua história, contribuindo ainda para um melhor conhecimento acerca da presença, neste caso, da Ordem de Cister em Portugal e, mais especificamente, no Sul do país. Palmira Morais Rocha de Almeida nasceu em Lisboa, onde se licenciou em Filologia Românica e fez pós-graduação em Literaturas Brasileira e Africanas de Expressão Portuguesa, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Doutorou-se em Línguas e Literaturas Românicas, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, na qual exerce funções docentes desde 1982.