Cartas ao Léu

de Luiz Pacheco
editor: Quasi Edições, janeiro de 2006
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Pacheco, que cultivou como poucos o género epistolar, sempre viu na correspondência com ami¬gos, uma pos¬sibilidade de partilha de gostos li¬terários. Leitor ávido e exigente, nunca pactuou com corporativismos vãos, distribuindo elogios e críticas ferozes na exacta medida do que a consciência lhe ditava. A truculência verbal de que nunca abdicou tornou célebres as alter¬cações com Fernando Namora, Vergílio Ferreira ou David Mourão-Ferreira. Mais profícuo, na presente edi¬ção, é o trabalho desenvolvido por António Cândido Franco - res¬ponsável pela organização e no¬tas - na tentativa de aclarar o real papel da personagem no meio li¬terário português. Elevando a crítica ao estatuto de criação - com uma continuida¬de e independência que talvez só encontre paralelo nacional em João Gaspar Simões -, Luiz Pa¬checo foi, acima de tudo, um di¬vulgador incessante da literatura portuguesa do século XX.

Cartas ao Léu

de Luiz Pacheco

Propriedade Descrição
ISBN: 9789895521531
Editor: Quasi Edições
Data de Lançamento: janeiro de 2006
Idioma: Português
Dimensões: 153 x 237 mm
Páginas: 144
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Epístolas e Cartas
EAN: 9789895521531
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável

SOBRE O AUTOR

Luiz Pacheco

Escritor português, Luíz José Machado Gomes Guerreiro Pacheco nasceu a 7 de maio de 1925, em Lisboa. Oriundo de uma família de raízes alentejanas ligada às artes, frequentou o Liceu Camões, em Lisboa, e matriculou-se no curso de Filologia Românica, que não chegou a concluir.
Colaborou em várias publicações periódicas como Bloco, Seara Nova, Globo, Afinidades, Diário Popular, Diário Ilustrado. Foi inspetor dos espetáculos e acumulou a escrita com a tradução e com a atividade editorial, publicando em Contraponto, editora fundada por si em 1950, textos coletivos de autores surrealistas e neorealistas como Mário Cesariny, Natália Correia, Herberto Helder e Vergílio Ferreira, assim como a primeira tradução portuguesa de Sade.
O seu primeiro livro data de 1959 Carta-Sincera a José Gomes Ferreira, iniciando uma escrita de crítica inteligente, agressiva e irreverente, face aos costumes e nomes consagrados.
Assume-se como um agitador intelectual, ironizando e satirizando a vida literária e cultural do país. De salientar na sua produção os textos de circunstância e a encenação epistolar: Pacheco versus Cesariny e as coletâneas Crítica de Circunstância,Literatura Comestível e Textos de Guerrilha 1 e 2.
Figura representada por Benjamim Marques (cf. MARTINHO, Fernando J. B. - Tendências Dominantes da Poesia Portuguesa da Década de 50, Lisboa, 1996, p. 79) entre os autores e artistas abjecionistas (ao lado de Manuel de Lima, Mário de Cesariny, Raul Leal, José Manuel Simões, Hélder Macedo, João Rodrigues, Gonçalo Duarte, Escada, Cargaleiro, António José Forte, Manuel de Assunção, Virgílio Martinho e Saldanha Gama) do grupo reunido entre 1956 e 1959 no Café Gelo, grupo associado a uma segunda geração surrealista, definida pela perda do que o surrealismo tinha de aventura exaltante para revelar uma faceta autoirónica, trágica e iconoclasta, que rejeita não apenas a ordem social e moral "do establishement com que, num plano mais imediato, se defronta, mas todo e qualquer establishement, e que parece descrer de qualquer saída para o mal-estar insanável que é o seu" (id. ibi., p. 80).
Autor inclassificável, aproxima-se do abjecionismo e de uma manifestação tardia do libertinismo por um inconformismo radical, por uma recusa essencial face a tudo o que possa vir a converter-se em obstáculo (conceitos, bom senso, dogmas) diante da afirmação plena da liberdade existencial e artística, firmada num ato de escrita que equivale a um ato de revolta contínuo (cínico, agressivo, satírico) contra uma sociedade que receia enfrentar as zonas mais obscuras da sua condição.
A sua obra desenvolve-se em duas vertentes frequentemente confluentes: por um lado, a escrita panfletária, polémica e crítica (cf. Textos de Circunstância, Textos de Guerrilha I e II), e, por outro, uma ficção que tende com frequência para a autobiografia romanceada, na linha de um autor como Céline, onde confessa com desinibição as contingências de um eu ostensivamente pícaro, anti-herói sem dinheiro, incapaz de sustentar a família, boémio, sem teto certo, alcoólico, mendigo, em colisão frontal com os valores burgueses - concedendo apenas nas imagens da amada e do amor sensível materializado nos filhos momentos de rara exaltação da vitalidade -, e onde a desmistificação do eu encontra equivalente na desconstrução e experimentação linguística do próprio texto.
Bibliografia: Carta Sincera a José Gomes Ferreira, Lisboa, 1959; Comunidade, Porto, s/d; Crítica de Circunstância, Lisboa, 1966; Exéquias de Manuel Lima, o Careca: Manifesto, s/l, 1967; Textos Locais, s/l, 1967; O Libertino Passeia por Braga, A Idolátrica, o seu Esplendor, Porto, 1969; Exercícios de Estilo, Lisboa, 1971; Literatura Comestível, Lisboa, 1972; Pacheco versus Cesariny, Lisboa, 1974; Textos Malditos, Lisboa, 1977; Textos de Circunstância,, seguido de A PIDE Nunca Existiu, Amadora, 1977; Textos de Guerrilha, 1.a série, Lisboa, 1979; 2.a, 1981; Textos do Barro, Porto, 1985; O Caso das Criancinhas Desaparecidas, Lisboa, 1981; O Teodolito e a Velha Casa, Lisboa, 1985; Textos Sadinos, Setúbal, 1991; Memorando Mirabolando, Setúbal, 1995; Cartas na Mesa: 1966-1996, Lisboa, 1996; O Uivo do Coiote, Palmela, 1996; Torga: a Minha Homenagem, s/l, 1979
Luís Pacheco. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2008. [Consult. 2008-01-11].

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