Carta Aberta a Salazar

Seguida de "Cântico do País Emerso", de Natália Correia

de Henrique Galvão

editor: Esfera do Caos, fevereiro de 2010
Uma crítica acutilante e demolidora, saída da pena do Capitão dos Impossíveis.
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"Ninguém conhece melhor o amo que o seu criado de quarto."
Henrique Galvão recorria frequentemente a esta ideia para, de forma alegórica ¿ considerando ter sido «criado de quarto de Salazar» ¿, significar que, por ter servido intimamente o ditador e o regime, ninguém os conhecia melhor do que ele.
E de facto, esta Carta Aberta a Salazar é uma das mais brilhantes análises, a que podemos ter acesso, da ideologia salazarista e da personalidade do ditador, por um lado, e, por outro, dos resultados obtidos pelo Estado Novo ¿ a sua «ver­dadeira obra» ¿ nos planos social e económico.
As três primeiras edições deste livro, de 1959, foram apreendidas pela PIDE quase à saída da máquina. Uma nova edição surgiu na Venezuela, em 1960, e entrou clandes­tinamente em Portugal ¿ também desta, poucos foram os exemplares que escaparam às garras da polícia política. A edição que agora fica disponível não vai ter, naturalmente, o mesmo destino!

Uma crítica acutilante e demolidora, saída da pena do Capitão dos Impossíveis.

Nem os Homens se medem a palmo, nem os livros a peso. Neste "leve e breve livro" ficamos a conhecer muito melhor, por diferentes e contraditórias razões, três grandes figuras da nossa história contemporânea, nos domínios da governação, da revolução democrática e da poesia. Salazar, o Déspota, Henrique Galvão, o Libertador, e Natália Correia, a Poetisa.
Velhos e novos, seja qual for a nossa preferência ideológica, todos devíamos ficar a conhecer o "Manholas" segundo a exaustiva e profunda descrição que dele faz o "Impala". Salazar e Galvão, símbolos e actores incontornáveis de quase meio século da sofrida vida dos portugueses, são-nos aqui diversamente revelados. Galvão e Natália por obra própria, Salazar pela virulenta mas lúcida escrita de Galvão.

Carta Aberta a Salazar

Seguida de "Cântico do País Emerso", de Natália Correia

de Henrique Galvão

Propriedade Descrição
ISBN: 9789896800017
Editor: Esfera do Caos
Data de Lançamento: fevereiro de 2010
Idioma: Português
Dimensões: 162 x 236 x 13 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 128
Tipo de produto: Livro
Coleção: Palavras com História
Classificação temática: Livros em Português > História > História de Portugal
EAN: 9789896800017
Henrique Galvão

Henrique Galvão (Barreiro, 1885 - São Paulo, 1970). Concluiu os cursos da Escola Militar, da Escola Politécnica e da Escola Joinville-le-Pont, em França. Foi um dos cadetes que em 28 de Maio de 1926 participou no pronunciamento militar de cariz nacionalista que levou ao poder Sidónio Pais, que pôs termo à Primeira República e que estaria na origem da implantação do Estado Novo. Foi Director da Emissora Nacional, Inspector Superior da Administração Colonial e Governador de Huíla, em Angola. Já como deputado por Angola, denunciou com veemência a corrupção existente na administração colonial. No início dos anos cinquenta, desiludido com o regime salazarista, entrou em rota de colisão com o Estado Novo e conspirou com outros militares, tendo sido preso e expulso do Exército. A partir desta altura, afirmou-se como um dos principais lutadores pela liberdade. Com Humberto Delgado, foi uma das figuras mais populares nos meios oposicionistas. Entre 1952 e 1958 passou pelas cadeias de Peniche, Penitenciária de Lisboa e Caxias. Em 1959 protagonizou uma das mais espectaculares fugas de um preso político ¿ estava hospitalizado, mas ao mesmo tempo detido pela PIDE, no Hospital de Santa Maria ¿, refugiando-se na embaixada da Argentina. Em 1961 liderou o assalto ao paquete «Santa Maria» ¿ o primeiro desvio de um navio de passageiros com fins políticos alguma vez registado. No mesmo ano, tomou parte no apresamento de um avião da TAP que fazia a linha Casablanca-Lisboa. Autor de numerosos trabalhos sobre as colónias portuguesas e a sua fauna, assim como de vários romances, contos e peças teatrais, para além de marcantes documentos de contestação ao salazarismo.

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