Águas Passadas

Tudo começa na praia de Assentiz onde dá à costa o cadáver de uma jovem de 15 anos sem os dois olhos. A primeira pessoa a chegar ao local é a subcomissária da PSP, Pilar Benamor. Fiquei fascinada com esta personagem, esta espectacularmente bem construída. Uma jovem subcomissária, cujo pai também era polícia, morto em serviço, que é adicta de sexo. E mais não posso adiantar para não dar spoiler. Imediatamente a investigação desta morte começa a ter contornos ainda mais misteriosos e a tomar diversas direcções. Surgem muitas outras personagens que de alguma forma se vão interligando umas às outras e nos mantêm agarrados à leitura sem querermos parar de ler. Nem por um segundo consegui chegar à identidade do serial killer fui formulando inúmeras teorias que num estalar de dedos se desfaziam. Acho que é isso que um bom thriller pede, mistério até ao fim. É incrível a quantidade de voltas que a narrativa vai sofrendo, deixando-nos por um lado com vontade de ler mais e, por outro lado, com vontade de chegar ao fim para desvendar tudo. O autor superou-se neste livro, se “A Noite em que o Verão Acabou” tinha sido muito bom. Este é ainda melhor. Absolutamente fantástico, ao nível de grandes thrillers internacionais. Arrisco até à dizer que foi o melhor thriller que li em toda a minha vida. Fiquei mesmo agarrada à leitura. No início li 200 páginas em 2 dias. Não conseguia parar de ler. Que livro! Não sei o que dizer mais, faltam-me as palavras para vos explicar quão bom é este livro. Leiam, por favor. Vão adorar. Como é que esperei tanto tempo para conhecer a escrita do autor…