A Pedra ainda Espera Dar Flor - Dispersos Livro
de Raul Brandão
Sobre
o LivroPlano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura.
"Recolhido de quase quarenta publicações de todo o tipo,
calibre e geografia, emergia pela primeira vez um imenso corpo
textual de nítida proximidade com os temas recorrentes de
Raul Brandão, que algumas vezes, e a considerável distância
temporal, serve de base a passagens das suas Memórias,
outras comenta livros da época, outras ainda, como os
verbetes do Guia de Portugal, desdobra a escrita
impressionista de Os Pescadores e de As Ilhas
Desconhecidas, ou enfatiza todo o seu envolvimento com o
teatro e desde muito cedo (1892). Ficava também em
evidência a atenção central concedida a Columbano Bordallo
Pinheiro e a Guerra Junqueiro (a quem, na verdade e recorde-se,
Raul Brandão dedicou, respectivamente, Memórias e Os
Pobres), a sua compaixão por Almeida Garrett janota,
impiedosamente troçado nas gazetas e nas tertúlias, o seu
fascínio por Camilo Castelo Branco, e trazia-se a primeiro
plano a «História do batel Vai com Deus e da sua companha»,
folhetim da nossa vida piscatória publicado em 1901,
claramente preanunciador de Os Pescadores, escrito duas
décadas depois — e que não devia faltar, como anexo, a
nenhuma edição desse livro digna do nome. As suas
reportagens sobre jovens delinquentes, sem-abrigo, presos ou
hospiciados de Lisboa, que Guilherme de Castilho mencionara
e depois dele José Cardoso Pires, puderam pela primeira vez
ser lidas nesses meus livros."
Da nota introdutória por Vasco Rosa.