A Pedagogia da Avestruz
Testemunho de um Professor
de Gabriel Mithá Ribeiro
Sobre
o Livro«Docentes estagiários como eu fui, foram formados tendo por base princípios aberrantes, que ainda funcionam. A ideia mestra do paradigma das ciências da educação era de que tudo se devia centrar no aluno, ao professor cabia o papel de o ajudar a iluminar o caminho que conduzisse ao seu direito inato à felicidade. Daí decorria tudo o resto: os programas eram secundários e tinham de se adaptar às características dos alunos. Cumpri-los não era importante, desde que os alunos se sentissem integrados. A autoridade era uma questão secundária, pois o «bom selvagem» dela não necessitava e, caso fosse necessário, ele próprio construiria as suas regras. Mais do que a avaliação, a auto-avaliação deveria ser incentivada e foi mesmo revertida, em lei. Era preciso dar largas à auto-aprendizagem e ao aprender a aprender, mais do que transmitir conhecimentos.
Em suma, quanto mais apagado fosse o papel do professor, tanto melhor. Tínhamos de perceber que não ensinávamos, eram os alunos que aprendiam; não avaliávamos, era importante a auto-avaliação dos alunos; e, já agora, não modelávamos comportamentos, mas, acima de tudo, devíamos despir-nos de preconceitos culturais e de adultos e negociar regras. Para eventuais dificuldades existiam os contratos pedagógicos. Portanto, a nossa formação, enquanto docentes, servia para nos provar quão preciosos eram os alunos e quão inúteis eram os professores, numa espécie de esfarrapada autocomiseração docente.»
Quem escreve assim sabe muito bem aquilo de que fala. O mundo mudou mas a educação e o civismo continuam (ou deviam continuar) a residir nele. Os alunos devem respeito ao professor SIM! Educadamente o professor deve retribuir o respeito aos alunos, SIM! Parabéns ao autor!
Depois de ler esta obra, só poderei dizer que estamos perante um fundamentalista. Um professor que diz que os alunos é que têm dever de cumprimentar o professor, e náo o inverso, é um falso pedagogo. O mundo mudou e este senhor parou no tempo...