A lebre de olhos de âmbar

Excelente romance com História que nos envolve do princípio ao fim. Recomendadíssimo!

Quando os objectos são os maiores conhecedores da história e da saga de uma família. Edmund de Waal traz-se uma memória de família, da sua família, repleta de viagem. arte, coleccionismo e perversão do Homem. De Paris a Viena, passando pelo Japão, este livro conta o que uma família só poderia relatar através dos olhos dos objectos, já que o anti-semitismo, Hitler, e a profunda História da Europa no Séc. XX determinaram a alteração desta família. É uma memória crua, envolvente, completa, e com várias nuances, da arte à política, da economia à sociedade. O autor traz cor aos momentos a sépsia da sua família. Adorei.

A curiosidade pela capa e pelo nome do livro, levou-me a comprá-lo. Mas ao ler as primeiras páginas acabei por continuar a sua leitura a colocar de lado outros que estavam na calha. Relato de uma família judaica, ao longo de várias gerações, fruto da pesquisa feita por um dos seus descendentes, curioso em saber como viveram, amaram e sobreviveram os seus antepassados. Pegando numa herança familiar, os vários netsukes que lhe chegaram às mãos, relata a vida da sua própria família e que família! Dei por mim a ir à net consultar nomes, obras de arte, lugares, tal foi o interesse que tive pelo relato. Gostei muito e recomendo.

Edmund de Waal é um ilustre ceramista cujos antepassados são os Ephrussi. Ao herdar uma colecção de 264 netsuke , adquiridos por Charles Ephrussi , decide seguir o caminho dessas pequenas esculturas que atravessaram séculos e países, juntamente com a sua família. E assim começa este livro de memórias extraordinariamente mágicas e comoventes, uma história que segue o ritmo de uma investigação que aos poucos vai descobrindo tanto a história dos netsuke, como a relação desses objectos com sua família, os Ephrussis, ao longo de cinco gerações. Um livro encantador e deveras interessante. Curiosodades: Charles Ephrussi foi uma das pessoas que serviram de inspiração a Proust para a personagem genial Charles Swann. Pode também ser visto num quadro de Renoir "Le Déjeuner des canotiers". É o cavalheiro de chapéu alto.

Um livro belíssimo, sustentado numa pesquisa familiar intensa que atravessa a história do continente Europeu. O Autor, Edmund de Waal é um ceramista que recebe por herança uma colecção de 264 pequeníssimas peças japonesas conhecidas como netsuke, e é à volta desta colecção, das suas viagens e das casas em que habitou, que o autor constrói a história de uma família russa (a sua)poderosa, rica e de origem judaica, no decurso dos séculos XIX e XX. Uma família de banqueiros e comerciantes - os Ephrussi - que se estabeleceu em Odessa, Paris, Viena, Londres, Tóquio, entre outros lugares do mundo. O livro foi premiado com o Costa Award na categoria de Biografia e bem o mereceu. Encontramos os primeiros Ephrussi no início do século XIX a viver em Paris e a privar com os grandes das artes, Monet, Manet, Renoir, Degas. Charles Ephrussi é mesmo retratado em quadros de Renoir. Foi ele a adquirir a incrível colecção de 264 netsukes que orientam esta biografia familiar e que, mais à frente, encontra Elisabeth Eprussi a corresponder-se com Rilke. É incrível o percurso desta família, a forma como atravessaram duas grandes regras e a surpresa dos destinos que foram dados àquela incrível colecção de pequenos objectos orientais. Maravilhoso!

Uma espantosa viagem real pela história da Europa do século XX, em busca do passado de um pequeno netzuke de olhos cor de âmbar.Fantástico e deliciosamente arrepiante.

Uma saga comovente, uma busca com um pretexto - uma colecção de netzuke herdada pelo autor. Uma viagem através de espaços e tempos perdidos, agora reconquistados. História, Pintura, Literatura, Política - com tacto.