Um pouco de desejo e uma pitada de proibido– entrevista a Elsie Silver

Por Vera Dantas
27 de novembro de 2024
Os livros sempre foram o refúgio preferido de Elsie Silver. Com uma paixão por romances, o desejo de se tornar escritora crescia a cada obra lida. Curiosamente, foi durante o confinamento pandémico que a sua jornada como escritora começou, tendo a autora abraçado um dos subgéneros mais populares da ficção romântica, o “enemies to lovers”.

Os cenários do Canadá, onde vive, servem de pano de fundo para os seus romances envolventes, sempre recheados de diálogos intensos e relações com a tensão ao rubro.

Entre as suas personagens favoritas estão Winter e Theo, de Reckless, o livro mais recente da série Chestnut Springs a ser lançado em Portugal. É uma história cheia de momentos de tirar o fôlego, em que a tensão e o romance levam os leitores numa verdadeira montanha-russa emocional. Quer saber mais? Prepare-se, porque a conversa está só a começar!
Elsie Silver
Elsie Silver
Lias muitos romances na juventude. O desejo de te tornares escritora surgiu do teu gosto pela leitura?
Sempre fui uma grande leitora! Mas sempre adorei escrever, também. Acho que descobri o meu amor pela escrita quando trabalhava como colunista desportiva no jornal da faculdade e, a partir daí, tornou-se mais fácil imaginar-me a fazê-lo profissionalmente.

Quais são os teus autores preferidos? Há algum que influencie particularmente o teu trabalho?
O meu gosto pela leitura é tão variado que sinto que os meus autores favoritos estão sempre a mudar. Mas diria que Mariana Zapata é uma das minhas favoritas de sempre. Se ela tiver um novo lançamento, vou definitivamente a correr comprar o meu exemplar.
«(…) é tudo uma questão de equilibrar o sentimento de desejo com uma pitada de proibido.»
Houve algum acontecimento específico que tenha desencadeado o teu percurso de escritora?
Na verdade, comecei a escrever durante o confinamento pandémico apenas para afastar o tédio. Não estava a trabalhar e estava presa em casa com o meu filho de três anos e escrever deu-me o escape perfeito!

Viver no Canadá é uma inspiração constante para criar cenários como Chestnut Springs? É importante escreveres sobre elementos que conheces bem?
Sem dúvida! Tenho muito orgulho em ser canadiana e os cenários daqui são perfeitos para os meus livros. Escrever sobre sítios onde vivi ou visitei é muito mais envolvente!

Como é que te sentiste quando os teus livros começaram a ganhar popularidade e sucesso? Qual foi a importância das redes sociais neste processo?
Foram dois anos verdadeiramente surreais. Sinto-me como se tivesse piscado os olhos e tudo tivesse mudado. Estou incrivelmente grata por estar onde estou hoje. E, sem dúvida, as redes sociais desempenharam um papel muito importante na partilha dos meus livros.
Por que escolheste centrar-te no subgénero “enemies to lovers” e como consegues que criar os momentos certos de tensão para que resultem?
É um dos meus géneros preferidos! A tensão e o diálogo internos, e todos os avanços e recuos prestam-se mesmo bem ao tipo de romances que adoro escrever. Acho que é tudo uma questão de equilibrar esse sentimento de desejo com uma pitada de proibido. Tem de haver uma razão muito boa para não gostarem um do outro e uma razão muito boa para não poderem ficar juntos.

Planeias os enredos com antecedência? Fazes muitas revisões na fase de edição?
Quando estou a escrever, gosto de ter um plano geral para a minha história. Normalmente, planeio os principais pontos do enredo e depois preencho-os a partir daí. E as revisões são a minha parte preferida do processo! Quando tenho um primeiro rascunho, sinto que tenho algo com que trabalhar. Depois, posso realmente aprofundar a história durante as edições.

Se tivesses de descrever o teu processo de escrita como uma relação romântica, em que fase te encontrarias: a fase da lua de mel, a rotina confortável ou aquela tensão picante dos “enemies to lovers”?
Acho que passo por todas estas fases em diferentes momentos de um manuscrito. Haha. Uns dias é fácil, outros dias... nem por isso!

Qual é a tua altura do dia preferida para escrever? Tens uma rotina de escrita?
Sem dúvida, a manhã! A minha rotina quando estou a escrever normalmente envolve acordar às 5 da manhã e embrenhar-me logo no meu manuscrito. Sempre com um café!

De entre todas as personagens que criaste, quais são as tuas favoritas e os que as torna especiais para ti?
Na série Chestnut Springs, eu diria que Winter e Theo, de Reckless, são os meus favoritos. Tenho um grande fraquinho pela personagem da Winter. Ela tem um arco de personagem incrível desde a sua primeira aparição em Flawless, em que era bastante antipática, e depois em Reckless, temos este olhar de partir o coração dentro da sua cabeça, e ela faz muito mais sentido. Os meus tipos de personagens preferidos são aqueles com personalidades complexas, que por vezes cometem erros, mas que estão sempre a crescer. E adoro o Theo porque... bem, ele é tão encantador! É impossível não o adorar, e é exatamente aquilo de que a Winter precisa.

Podes dar aos leitores portugueses uma pequena antevisão de Reckless? Tem mais cenas picantes e tensas do que os livros anteriores da série?
Hum.... Há certamente algumas voltas e reviravoltas neste livro. Podem esperar picante, angústia e muita tensão, juntamente com alguns momentos em que talvez queiram atirar o livro para o outro lado da sala. Mas confiem em mim! Tudo dá certo e a “viagem” vale muito a pena!

Já tiveste um encontro na vida real que parecesse saído de um livro?
Conheci o meu marido ao ajudar dois amigos comuns a mudarem-se para viverem juntos. Disseram-lhe para ir comigo no meu carro e às vezes penso que, se ele estivesse no veículo de outra pessoa nesse dia, talvez nunca nos tivéssemos conhecido!

Qual foi o melhor feedback que recebeste dos seus leitores?
Sempre que um leitor me diz que os meus livros são uma leitura de conforto, fico contente. Saber que as minhas histórias fazem as pessoas sentirem-se bem é o maior elogio.

Além de escreveres e estares com a tua família, o que te faz mais feliz?
Passar tempo ao ar livre! Provavelmente nas montanhas. Especialmente quanto está sol. Não há nada melhor do que um dia solarengo nas Montanhas Rochosas Canadianas.

Livros relacionados

Wook está a dar

Subscreva!