Planos para o ano
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26 de dezembro de 2024
Bem sei que surgirão grandes e boas novidades ao longo de 2025. Porém, estes fazem parte dos incontornáveis: não passo mais um ano sem os ler. Não apenas por serem livros de formação de um leitor, mas porque as belas-letras têm esta coisa de se ajudarem umas às outras. E, quem sabe, não serão também eles inspirações para outras histórias.
Em busca do tempo perdido II
O tiro de partida foi dado no último verão. Veio a mim a vontade de ler Proust , não obstante a deificação que os grandes literatos fazem do autor. Não me custou nada dar-lhes razão, já que Do Lafo de Swann foi uma das obras mais transformadoras que li na vida. Para o Verão de 2025, quem sabe de novo no Alentejo, numa semana de sossego, quero entrar de novo nesta recriação do passado através dos artifícios da memória. Espero pelos salões de Paris, pela vida das damas francesas do séc. XIX, e é com uma expectativa que me reencontrarei com personagens como a Madame Aubernon ou a Senhora de Verdurin. Até porque o primeiro volume acabou com um enigma que espero ver agora resolvido.
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Memórias de Adriano
Já cá anda em casa há mais de uma década. A edição foi amarelecendo e o livro passando sempre para segundo lugar. Mas, recentemente, num festival literário, houve quem me dissesse que parasse com isso e passasse definitivamente à frente, na lista, estas memórias de Imperador, em época turbulenta. Falaram-me da maneira como Yourcenar deu voz aos seus amores, como era bela a descrição de uma paixão marginal. Espero neste livro conhecer o homem por trás das grandes decisões, nas suas dúvidas e nas suas hesitações, mas também numa intimidade povoada de leituras e de admirações. Um clássico que, de certeza, de 2025 não passa. E se sou capaz de comprar esta nova edição, com tradução de Maria Lamas? Não confirmo nem desminto!
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Agosto
Mais uma recomendação vinda de quem sabe do que fala. Do autor, já li A Grande Arte e fiquei preso à forma como caracteriza as suas personagens, ao ambiente noir e àquela sensação de não conseguirmos parar de ler, aproveitando todos os minutos livres do dia para o fazer. Este Agosto promete não ser nada diferente. Muito pelo contrário. Quem já o leu diz que é de tirar o fôlego a qualquer um. Ainda para mais tratando-se de uma série de incidentes que levou ao suicídio de Getúlio Vargas, uma das páginas menos explicadas da História contemporânea brasileira. Pelos vistos, um crime leva a outro e o resultado é, segundo várias pessoas, um dos melhores livros brasileiros de sempre.
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História do cerco de lisboa
Sensação boa, esta de ainda não ter lido todos os Saramagos. É como saber que ainda há memórias para construir junto de uma das pessoas de quem mais gostamos. Em 2024, foi a vez de Levantado do Chão. O próximo ano verá, de certeza, esta História do Cerco de Lisboa sair do armário para finalmente a conhecer. Espero encontrar aquilo de que tanto gosto no autor, as viagens entre o imaginado e o vivido, a realidade e o mágico aliados a uma escrita onde cada palavra conta. Sobretudo nesta história, de um importante “não” que espoleta uma discórdia, numa cidade que vou aprendendo a conhecer aos poucos. É que a um portuense de gema é com calma que se deve apresentar tanta informação sobre a distante capital. Mas confio em Saramago para o fazer como nenhum outro.
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