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Um Quarto que Seja Seu

de Virginia Woolf

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 «Uma mulher tem de dispor de dinheiro e de um cantinho seu, para poder escrever ficção - Virginia Woolf». Um Quarto Que Seja Seu nasceu de duas dissertações subordinadas à temática «A Mulher e a Ficção», proferidas pela autora nas universidades femininas de Newnham e Girton, em Cambridge. Nelas Woolf reflecte sobre os efeitos que as condições de vida das mulheres têm sobre o que escrevem — a sua sujeição intelectual. Contudo, esta obra, plena de subtileza e espírito, é muito mais do que um ensaio sobre as mulheres e a ficção; trata-se de uma construção arquitectónica de ideias de todo o género, habilidosamente dispostas como ilustração do tema central.
Um Bom Escritor é Um Escritor Morto - Antologia de Escritores Iranianos

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 Nos últimos vinte e cinco anos, eventos traumáticos - uma revolução, uma guerra sangrenta, purgas polítcas, dificuldades económicas, repressão religiosa e censura - tiveram lugar no Irão. Contudo, um verdadeiro renas-cimento cultural está a ocorrer na literatura, na arte, na música e no cinema do país. O público ocidental tem tido contacto com este surto de criatividade através do fascínio recente pelo cinema iraniano. Apreciar os novos rumos na literatura tem sido mais difícil, uma vez que não está disponível em traduções para os leitores que não dominam a língua. No ano em que se assinalam os 30 anos da Revolução de 1979, e num momento especial-mente conturbado da história política do país, esta antologia constitui um passo para remediar essa situação, apresentando uma amostra, ou, como traduz a palavra persa golchine, um bouquet dos melhores contos e excertos de romances escritos dentro e fora do Irão desde a Revolução, proporcionando assim um novo acesso a uma literatura em grande parte ainda por descobrir e um contributo para o melhor entendimento de uma cultura rica e complexa. Esta selecção de escritores iranianos divide-se em duas partes. O primeiro grupo é composto pelos escritores já publicados e estabelecidos antes da revolução e que continuaram a escrever depois dela, como Mahmud Dowlatabadi, Hushgang Golshiri, Simin Daneshvar (a primeira mulher romancista), Nassim Khaksar e Iraj Pezeshkad. O segundo grupo é composto por escritores que começaram a escrever, publicar e a ser lidos depois da revolução. Este grupo diversificado aborda temas novos e tabu, ancorados em situações menos ideológicas. Figuram neste grupo Reza Daneshavar, Farkondeh Aghai, Assghar Abdollahi, Seyyed Ebrahim Nabavi, Shahriyar Mandanipur, Ghazi Rabihavi e Goli Taraghi.
Contos de Amor

de Hermann Hesse

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 Colectânea das mais belas histórias de amor escritas por Hermann Hesse em várias fazes da sua vida, algumas delas com fundo autobiográfico do próprio autor. O volume foi organizado cronologicamente de forma a que o leitor acompanhe a evolução dos sentimentos em diferentes idades. Começa no encantamento idealístico da juventude, passa pela união e compromisso, representados pelo casamento, e aborda outras formas de explanar o afecto maior, quer a um nível platónico quer ao abrigo do amor abnegado do próximo, sem parceiro definido. A intemporalidade dos contos, a atmosfera e ambiente retratados, a clareza de cada enredo, a profundidade e o rigor na observação psicológica e a elegância da escrita, fazem desta obra um marco da moderna literatura alemã. Segundo Thomas Mann, a obra de Hesse «eleva o familiar a um novo nível espiritual, que pode ser denominado de revolucionário, não em termos políticos e sociais, mas num sentido psicológico e poético; é verdadeira e autenticamente aberta e sensível ao futuro.»
O Peregrino Encantado

de Nikolai Leskov

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 Durante a travessia do lago Ládoga, os passageiros de um barco começam a sentir alguma curiosidade a respeito da figura colossal de um homem já maduro, um gigante vestido com a sotaina de um noviço e com ar de herói lendário. Era de facto enorme, com uma cara aberta, trigueira, e uma espessa cabeleira ondulada cor de chumbo. O seu nome era Ivan Severianitch e dirigia-se ao mosteiro das ilhas Solovki, onde esperava encontrar um sentido para toda a sua vida anterior, uma vida exuberante e atormentada, cheia de aventuras e de visões, de ousadias e castigos. O Peregrino Encantado é uma obra-prima da literatura russa do século XIX.

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A Insígnia Vermelha da Coragem

de Stephen Crane

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 Esta é a primeira obra escrita sobre a Guerra da Secessão que não trata o seu tema de forma romântica, amaneirada, e por isso provocou muita controvérsia e contestação: certos grupos patrióticos e militaristas condenaram-na como um insulto à reputação do exército norte-americano; outros colocaram-lhe (injustificadas) objecções de ordem estilística, clamando contra as suas pretensas transparência temática e deselegância estilística. A tudo isso resistiu com orgulho o romance de Crane, justamente por ser essa primeira e distintiva abordagem moderna da guerra no âmbito da Literatura Norte-americana. Narra a história de tristes realidades de um campo de batalha na Guerra Civil Americana, do ponto de vista de um assustado soldado de infantaria. Stephen Crane desvenda, com um génio raro, o terror, o medo cego e a proximidade da morte num moderno campo de batalha, num livro que se tornou um estudo clássico da psicologia do medo. Se a obra não possuísse inúmeros méritos por direito próprio, bastaria a influência que exerceu para a tornar ímpar.
O Fumo de Birkenau

de Liana Millu

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 Apesar de serem muito abundantes as memórias (e até as ficções) relativas ao universo concentracionário alemão do período da Segunda Guerra Mundial, são ainda relativamente escassos, entre nós, os textos que, dentro desse universo, focam em particular a experiência das mulheres. Aliás, está por fazer, de forma global, uma história do modo como as mulheres viveram e sofreram a guerra. Como se entusiasmaram e aderiram às ideolo-gias em presença, como experimentaram as dificuldades e mesmo a miséria da vida quotidiana, como partici-param no esforço de guerra e nas organizações de resistência, como muitas vezes foram ferozmente tor-turadas, como enfim as conduziram, através de um infame labirinto de cumplicidades que cobriu quase toda a Europa, aos campos de extermínio em que morreram às centenas de milhar. O Fumo de Birkenau conta-nos uma parte dessa história. Uma pequena parte, apenas, relevantíssima no entanto pela coragem revelada e pelo sofrimento envolvido. Que este livro, escrito por uma sobrevivente, sirva de homenagem a todas as mulheres que pereceram.
Histórias do Bom Deus

de Rainer Maria Rilke

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 Conjunto de narrativas inesquecíveis, imbuídas de um forte sentimento religioso e humanitário inspirado por Tolstoi, em que Rilke, fazendo uso dos casos muito concretos que foi observando ao longo da sua vida, faz a apologia do Deus que cada homem tem de construir para si. Celebrando uma união transcendental do mundo e do homem, a sua obra donde sobressai este livro, exerceu grande influência em muitos autores e intelectuais do seu tempo e depois dele.
Abençoa-me, Ultima

de Rudolfo Anaya

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 Nesta obra-prima da Literatura Mexicana-Americana surge-nos Ultima, La Grande, uma bruxa velha e sábia, cheia de segredos, que ajuda o pequeno Antonio a encontrar a sua identidade pessoal e étnica. Ultima ensina-lhe que as perguntas mais difíceis sobre a vida podem nunca ser respondidas por uma única religião ou por uma tradição cultural. Ele entende que é essencial escutar as revelações da natureza, sentir o poder que emerge das planícies, acordar as maravilhas da criação e unidade universal. A aceitação das suas heranças conduzirá Antonio ao equilíbrio cultural, condição essencial para a formação da sua identidade. Abençoa-me, Ultima é um exemplo perfeito do realismo mágico e da procura da espiritualidade. O autor obteve ao longo da sua carreira inúmeras distinções, entre as quais o «Prémio Quinto Sol» e o «PEN Award».

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Sua Alteza Real

de Thomas Mann

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 Thomas Mann é um dos autores germânicos que melhor soube descrever a decadência da classe burguesa e aristocrática da Alemanha do século XX. O presente romance, Sua Alteza Real, inscreve-se nessa linha. Nele nos é dada também uma descrição do confronto da velha Europa monárquica com o emergente capitalismo estadunidense. Esse novo riquismo é representado por um milionário americano que vem instalar-se na Europa num pequeno principado à beira da bancarrota. Porque já não possui a fé necessária no que deve realizar, resol-ve ajudar a restaurar o principado a troco do casamento da sua filha com o príncipe herdeiro. Troca que natural-mente é aceite pelo grão-ducado. Embora conscientes dos interesses em jogo, os jovens, devido ao isolamento em que vivem, aceitam-nos e, procurando conhecer-se, acabam por se apaixonar. Aparentemente uma história, pois, em que o poder, o amor e o dinheiro são os prota-gonistas. Aprofundando-a, logo vemos porém que vai muito além disso e que, tal como noutras obras, também esta constitui uma análise objectiva das contradições que paralisam e subvertem certos extractos sociais do mundo conturbado que o escritor conheceu.

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O Fim dos Judeus

de Adam Mansbach

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 Neste romance transgeracional, Adam Mansbach plasma três gerações através de um épico familiar que se desenrola com a história do século XX e a contemporaneidade do século XXI como pano de fundo. Posicionado pela crítica na linhagem de Bernard Malamud, Saul Bellow e Philip Roth, Mansbach alia ao romance judeu a experiência contemporânea e a percepção da hibridação cultural. Tristan Brodsky, escritor directamente saído do Bronx da Era da Depressão, é um daqueles génios judeus que deixam uma marca indelével na cultura americana, enquanto sufoca a sua mulher, uma poeta com segredos bem guardados; Nina Hricek, uma jovem e enérgica fotógrafa checa, evade-se do outro lado da Cortina de Ferro com um grupo de músicos negros para se encontrar de novo encurralada, desta feita num caso amoroso condenado; e Tris Freedman, neto de Tristan e amante de Nina, um artista graffiti e revolucionário desancorado, canibaliza a história da sua família para alimentar a sua musa. As suas histórias convergem e a sobrevivência de cada um implica o sacrifício do outro.
Breakfast on Pluto

de Patrick McCabe

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 Nomeado para o Booker Prize, este romance foi já adaptado para cinema pela mão do conceituado realizador Neil Jordan e é uma pedrada no charco nos preconceitos sobre o transsexualismo. Este livro narra-nos a história de Patrick Braden, que desde cedo sobreviveu a uma realidade hostil graças ao seu encanto e recusa em deixar que lhe ditem as regras e a forma de estar e ser. É um provocador nato, um homem que vive num "corpo trocado", vive a sua "condição de ser feminino" com grande entrega e sem pudor. Um verdadeiro hino à coragem, à busca da descoberta das origens e de quem se é, à crença na vida e nos outros, à ingenuidade, à procura de ser em cada dia um ser autêntico. Um romance selvagem, divertido, implacável, absolutamente inteligente que irá certamente conquistar vários públicos.
A Alquimia do Unicórnio

de Antonio Rodríguez Jiménez

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 Rámon Pino, um arquitecto de quarenta anos interessado em alquimia, decide aceitar o convite do seu amigo Ricardo Lanza para passar uns dias em Londres. Aí conhece as irmãs Violeta e Jane Flamel com as quais inicia uma amizade. O encontro mudará radicalmente a sua vida ao introduzir-se de forma aparentemente casual no mundo secreto dos filósofos herméticos até chegar ao conhecimento da existência do manuscrito de Abraham, o Judeu, que contém as chaves da ciência de Hermes ou Pedra Filosofal guardada pelo mesmíssimo Nicolas Flamel, uma personagem do século XIV que, segundo alguns testemunhos, alcançou a imortalidade e vive algures em Itália. A realidade do mundo corruptível confrontar-se-á com cidades inscritas noutras dimensões, tais como Badagas, Sete Luas, Sambala, Atlântida, cuja mitologia inflama a imaginação desta personagem atormentada pela ideia de não morrer nunca e que possui a alquimia do Unicórnio. Uma novela apaixonante, escrita com um ritmo e uma profundidade que surpreenderá o leitor desde as suas primeiras páginas e lhe permite penetrar no misterioso mundo da alquimia, uma ciência que, ao contrário do que muitos pensam, continua bem viva nos nossos dias.
Areias Movediças

de Krassin Krastev

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 "Em Areias Movediças, o autor desnuda-se das suas multifacetadas potencialidades. Prosador e poeta, perspicaz analista da alma humana, historiador e crítico mordaz e implacável das atitudes egocêntricas e egoísticas do Homem, escravo do oportunismo quase sempre, mas principalmente em fases de viragem política e sociocultural da História. Através da personagem, ora narrador ora interlocutor de si mesmo, Krassin Krastev dá ao texto esse ondular que não permite ao leitor estacionar na monotonia. E é desta simbiose - da realidade crua com a utopia; da diversidade das imagens poéticas perfumadas de sensibilidade com o discurso duro e despojado; dos sonhos infantilmente senis com as metáforas argutas, por vezes cáusticas; do ontem enredado no hoje e no amanhã - que o autor faz desta novela um irisado voluptuoso e aliciante por onde viajamos em espiral, esquecidos do tempo." Carmo Vasconcelos
Contos Indianos

de Stéphane Mallarmé

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 Contendo todos os ingredientes dos contos tradicionais (templos, florestas, crianças que fogem de casa, errância sinalizada, retratos encantados, eremitas, anacoretas, talismãs, encruzilhadas, ogres, palácios, presságios, disfarces, amores que se tornam possíveis) os contos que enformam o presente volume, conquanto não sejam da autoria do grande poeta Stéphane Mallarmé, foram por si reescritos sobressaindo em todos eles um cuidado construtivo, a utilização de palavras cujo fulgor, invulgaridade e expressividade parecem denotar algumas das suas pacientes e deliberadas opções. De realçar ainda a vivacidade visual, o cromatismo descritivo, a nitidez expressiva das imagens, em tantos momentos destes contos, que os tornam de leitura aliciante para quem saiba ainda encantar-se com as narrativas de pendor oriental que a partir do séc. XVI não pararam de enfeitiçar o ocidente.
O Secreto Exílio

de Ricardo Bellveser

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Um Diamante do Tamanho do Ritz -

de F. Scott Fitzgerald

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Horror em Red Hook

de Howard Phillips Lovecraft

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A Senhora Koula

de Menis Koumandareas

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A Marcha de Radetzky

de Joseph Roth

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 Considerada unanimemente como a obra maior de Joseph Roth e uma das mais representativas da literatura contemporânea de expressão alemã, A Marcha de Radetzky, conta-nos a lenta desintegração de três gerações no seio da mesma família, e, simbolicamente do Império Austro-Húngaro. Testemunha privilegiada do malogro da revolução alemã e da mudança da estrutura social na Rússia, acontecimentos que transformaram a face da Europa, Joseph Roth reflectiu esta experiência no conjunto da sua obra, sendo este romance o exemplo mais ilustrativo. Na apresentação incluída nesta edição, Stefan Zweig destaca os valores que Roth propugnou na Marcha de Radetzky: «O declínio da velha cultura austríaca, plena de distinção, tornada impotente pela sua nobreza de alma, foi o que ele quis mostrar através da personagem de um Austríaco, derradeiro representante de uma raça em vias de extinção. Era um livro de despedida, melancólico e profético, como sempre são os livros dos verdadeiros poetas.»

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Carta a Bosie

de Oscar Wilde

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 Só o Amor, qualquer que seja a sua natureza, pode explicar o enorme sofrimento que há no mundo. É este o tom da carta escrita por Oscar Wilde ao seu amante Lord Alfred Douglas na prisão de Reading, onde cumpria pena por "ultraje aos costumes". Vítima da paixão destrutiva que manteve por Douglas, um monstro com cara de anjo a quem carinhosamente chamava "Bosie", a vida de Wilde divide-se em duas fases: antes e depois de Bosie. Antes, o sucesso e a glória de um dandy. Depois, a decadência que culminará na humilhação e na desgraça. Deste texto já De Profundis nos dera um extracto desenvolvido, porém eivado de lacunas que deixavam na sombra a violência da "experiência mais amarga de uma vida amarga" que nela é testemunhada. Daí que Albert Camus se tenha referido a esta carta como "um dos mais belos livros que nasceram do sofrimento de um homem."
Contos Místicos e Sobrenaturais

de H. P. Blavatsky

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 Tendo-se notabilizado principalmente no âmbito da moderna Teosofia e das ciências ocultas, Helena Blavatsky também no campo da ficção literária deu provas da sua excepcionalidade. Comprova-o em absoluto este conjunto de contos que pela primeira vez se dá a conhecer ao público leitor português sob o título Contos Místicos e Sobrenaturais. Nele podemos admirar não só a mestria da escrita como o poder de efabulação em narrativas que transcendem a realidade para se situarem no domínio do sobrenatural, sem que falte a algumas a visão espiritual e mística que a tornou conhecida em todo o mundo.
Iracema - Lenda do Ceará

de José de Alencar

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 Iracema é sem dúvida a obra-prima de José de Alencar, o mais talentoso e renomado vulto da ficção romântica brasileira. (…) Definida pelo autor como lenda ou mito da terra selvagem, recria poeticamente os primeiros passos da conquista portuguesa, ao contar a história da paixão despertada, na virgem ameríndia cujo nome dá título à obra, por Martim, um guerreiro português que chegara perdido às terras da sua tribo. A união amorosa dos dois será fatal para Iracema, mas deixará como fruto uma criança — Moacir — em quem pela primeira vez se misturam naquele espaço os sangues da raça autóctone e do povo invasor. O argumento histórico do romance — as invasões francesas e a fundação por Martim Soares Moreno do primeiro núcleo de povoamento português no Ceará, no início do século XVII — é apenas a tela sobre a qual Alencar forja uma lenda que a crítica tem aplaudido como a mais bela criação ficcional do indianismo brasileiro do século XIX. (Do Prefácio de Vânia P. Chaves)
Lotte em Weimar - O Regresso da Bem-Amada

de Thomas Mann; Tradução: Teresa Seruya

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 Fascinado com o conceito de génio e com a riqueza da alma nacional do seu país, Thomas Mann encontrou em Johann Wolfgang von Goethe a personalização dessa alma, num tempo em que o confronto do classicismo com o romantismo e o nacionalismo nascentes tornavam os traços característicos da mesma particularmente evidentes. O romance Lotte em Weimar - O Regresso da Bem-Amada foi originalmente publicado em 1940, sendo esta a sua primeira tradução portuguesa. Trata-se de uma obra-prima, uma verdadeira jóia da literatura contemporânea, talvez o romance mais estruturado e extraordinário de Thomas Mann, em que estão presentes todas as contradições e todos os mitos da vida alemã do século XIX e em que, ao mesmo tempo, se adivinham as fraquezas e mesmo os abismos presentes na Alemanha da primeira metade do século XX.

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Os Palácios Distantes

de Abilio Estévez

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 Neste romance, Abilio Estévez, autor cubano naturalizado espanhol, explora os segredos, a decadência, a sensualidade, a loucura e a morte de Havana, com a contradição à flor da pele. A relação entre a vida, a cidade e o teatro é dramática. Aqui as personagens – um velho palhaço, uma prostituta e um homossexual – estão condenadas à sua cidade. Personagens à beira do vazio, vidas ociosas por falta de trabalho, o desespero e a languidez seguem juntos nestas páginas. Havana, cidade de vícios e ruínas, não é apenas o cenário, mas uma importante personagem da história, uma presença opressora que forçará, a cada dia, uma luta maior desse trio pela sobrevivência. Os Palácios Distantes é uma narrativa poética e melancólica sobre a batalha do espírito pela sobrevivência diante das adversidades.

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