Vou Emigrar para o meu País
SINOPSE
Quero acreditar que Gaudi desenhou a Sagrada Família porque lhe apeteceu. Que Fernando Pessoa escreveu o poema Tabacaria porque lhe apeteceu. Que Deus, se existir (se calhar não lhe apetece existir, está no seu direito), criou o mundo e o Homem porque lhe apeteceu. Porque lhe deu na telha. E nada nem ninguém - nenhum estudo e nenhum especialista - tem alguma coisa a ver com isso.
EXCERTOS
«“Vou Emigrar para o Meu País” é um livro que reúne o meu pensamento e o meu sentimento sobre vários tópicos e assuntos sobre os quais tenho escrito e publicado ao longo dos anos. A escolha dos textos, que numa primeira fase eram muitos, foi feita pelo jornalista João Pombeiro.
É um ensaio em fragmentos com reflexões sobre Portugal e os portugueses, os nossos costumes, as nossas virtudes e os nossos defeitos. Mas também é uma consagração de paixões várias – como a literatura, a filosofia e a música. E um modo próprio de tratar a natureza humana, nos seus dados, nas suas miragens e nos seus medos.
Dizem-me que tem esperança, que tem zanga, que tem humor, que tem poesia, que tem crença, que tem ironia, que tem utopia, que tem nostalgia. Se tem isso tudo é porque isso tudo faz parte da minha programação. Não tirei nenhuma dessas licenciaturas.
Um das minhas obsessões – e, como Nelson Rodrigues, dou-lhes de comer todos os dias – é a de fazer conviver a “alta cultura” com o rádio de casa de banho. Grandes obras literárias e visitas à mercearia. Faço-o intencionalmente? Não. É uma forma de respirar. A Dona Lurdes, Claudio Magris, Herman José, Bernardo Soares, Fernando Lopes, Giorgio Agamben, o Senhor Justino estão juntos neste volume. Porquê? Porque todos me disseram alguma coisa nalgum momento da minha vida.
O título é uma forma de declaração de amor a Portugal. Não sou patriota. Amo o meu país, que é algo diferente. E por isso tanto o mimo com as melhores palavras que consigo encontrar no dicionário como me meto com ele e com os portugueses. Por vezes pode parecer que me coloco de fora da categoria mas quando critico os portugueses sinto que me estou a criticar também. A pôr-me em jogo, se quiserem.
A ideia de emigrar para o meu país parte da sensação frequente de que, neste momento, não habito o meu país. É uma maneira de dizer que não me reconheço no clima que vou sentindo, no qual há demasiadas pessoas que não vivem com dignidade, que muitos emigraram e queriam ficar, que há muito egoísmo e frieza - nos prédios, nas estradas, nos escritórios - entre gente que se diz quente e latina. É uma forma de afirmar que acredito no “país possível”, expressão feliz de um poeta - que me marca desde os 18 anos e que tenho perseguido num trabalho biográfico - chamado Ruy Belo.
O subtítulo do livro é “Crónicas do Marginal Ameno”. Roubei a expressão “Marginal Ameno” ao poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade e vem num texto que define com felicidade a condição de cronista. O cronista não representa nenhuma instituição ou nenhum partido. Representa-se a si próprio – na sua contingência, nos seus humores. Não tem a obrigação de escrever sobre nada e tem a liberdade de escrever sobre tudo. Em vez de doutrinar ou orientar, escreve para conversar com os leitores.»
Nuno Costa Santos, no Prefácio
DETALHES
Propriedade | Descrição |
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ISBN: | 9789898507419 |
Editor: | Escritório Editora |
Data de Lançamento: | maio de 2014 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 149 x 211 x 9 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 160 |
Tipo de produto: | Livro |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Crónicas |
EAN: | 9789898507419 |
OPINIÃO DOS LEITORES
Crónicas de um olhar atento
FGL
Este livro é uma lupa sobre o quotidiano dos portugueses: da avenida da cidade à ruela da aldeia, pouco ou nada escapa a uma observação cuidada que transporta o(a) leitor(a) para realidades e vivências tão próximas que a maior parte das vezes escapam na voracidade dos dias.
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