10% de desconto

Vou Emigrar para o meu País

de Nuno Costa Santos
editor: Escritório Editora, maio de 2014
13,95€
10% DE DESCONTO CARTÃO
EM STOCK -
"Apetecer" é um verbo demasiado leviano nestes tempos em que tudo tem de ser justificado, cada decisão deve ser fundamentada por uma data de estudos e previsões. Apetece-me uma coisa qualquer e vem logo um especialista com as suas opiniões sustentadas. Veja lá bem, pense duas, três, quatro vezes. Pior do que tudo, por me apetecer entro na categoria dos Tipos a Quem Apetece Esse Tipo de Coisa. Chegou a altura de ir para as janelas gritar que há estudos a mais. Ou por outra: os estudos são mais do que as mães e, tal como as mães, às vezes podem ser muito chatos.
Quero acreditar que Gaudi desenhou a Sagrada Família porque lhe apeteceu. Que Fernando Pessoa escreveu o poema Tabacaria porque lhe apeteceu. Que Deus, se existir (se calhar não lhe apetece existir, está no seu direito), criou o mundo e o Homem porque lhe apeteceu. Porque lhe deu na telha. E nada nem ninguém - nenhum estudo e nenhum especialista - tem alguma coisa a ver com isso.

«“Vou Emigrar para o Meu País” é um livro que reúne o meu pensamento e o meu sentimento sobre vários tópicos e assuntos sobre os quais tenho escrito e publicado ao longo dos anos. A escolha dos textos, que numa primeira fase eram muitos, foi feita pelo jornalista João Pombeiro.
É um ensaio em fragmentos com reflexões sobre Portugal e os portugueses, os nossos costumes, as nossas virtudes e os nossos defeitos. Mas também é uma consagração de paixões várias – como a literatura, a filosofia e a música. E um modo próprio de tratar a natureza humana, nos seus dados, nas suas miragens e nos seus medos.
Dizem-me que tem esperança, que tem zanga, que tem humor, que tem poesia, que tem crença, que tem ironia, que tem utopia, que tem nostalgia. Se tem isso tudo é porque isso tudo faz parte da minha programação. Não tirei nenhuma dessas licenciaturas.
Um das minhas obsessões – e, como Nelson Rodrigues, dou-lhes de comer todos os dias – é a de fazer conviver a “alta cultura” com o rádio de casa de banho. Grandes obras literárias e visitas à mercearia. Faço-o intencionalmente? Não. É uma forma de respirar. A Dona Lurdes, Claudio Magris, Herman José, Bernardo Soares, Fernando Lopes, Giorgio Agamben, o Senhor Justino estão juntos neste volume. Porquê? Porque todos me disseram alguma coisa nalgum momento da minha vida.
O título é uma forma de declaração de amor a Portugal. Não sou patriota. Amo o meu país, que é algo diferente. E por isso tanto o mimo com as melhores palavras que consigo encontrar no dicionário como me meto com ele e com os portugueses. Por vezes pode parecer que me coloco de fora da categoria mas quando critico os portugueses sinto que me estou a criticar também. A pôr-me em jogo, se quiserem.
A ideia de emigrar para o meu país parte da sensação frequente de que, neste momento, não habito o meu país. É uma maneira de dizer que não me reconheço no clima que vou sentindo, no qual há demasiadas pessoas que não vivem com dignidade, que muitos emigraram e queriam ficar, que há muito egoísmo e frieza - nos prédios, nas estradas, nos escritórios - entre gente que se diz quente e latina. É uma forma de afirmar que acredito no “país possível”, expressão feliz de um poeta - que me marca desde os 18 anos e que tenho perseguido num trabalho biográfico - chamado Ruy Belo.
O subtítulo do livro é “Crónicas do Marginal Ameno”. Roubei a expressão “Marginal Ameno” ao poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade e vem num texto que define com felicidade a condição de cronista. O cronista não representa nenhuma instituição ou nenhum partido. Representa-se a si próprio – na sua contingência, nos seus humores. Não tem a obrigação de escrever sobre nada e tem a liberdade de escrever sobre tudo. Em vez de doutrinar ou orientar, escreve para conversar com os leitores.»
Nuno Costa Santos, no Prefácio

Vou Emigrar para o meu País

de Nuno Costa Santos

Propriedade Descrição
ISBN: 9789898507419
Editor: Escritório Editora
Data de Lançamento: maio de 2014
Idioma: Português
Dimensões: 149 x 211 x 9 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 160
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Crónicas
EAN: 9789898507419

Crónicas de um olhar atento

FGL

Este livro é uma lupa sobre o quotidiano dos portugueses: da avenida da cidade à ruela da aldeia, pouco ou nada escapa a uma observação cuidada que transporta o(a) leitor(a) para realidades e vivências tão próximas que a maior parte das vezes escapam na voracidade dos dias.

SOBRE O AUTOR

Nuno Costa Santos

Nuno Costa Santos é escritor e argumentista. Tem trabalhado em vários géneros.
Autor de livros como "Céu Nublado com Boas Abertas" (romance) "Trabalhos e Paixões de Fernando Assis Pacheco" ( biografia), "A Mais Absurda das Religiões" (crónica) e de peças de teatro como "Mundo Distante", "I Don't Belong Here" e "Em Mudanças".
No audiovisual, fez parte da equipa de programas como "Zapping", "Os Contemporâneos", "Mal Amanhados — Os Novos Corsários das Ilhas".
A personagem melancómico que criou e protagoniza, teve diversas consagrações — do livro à rádio.
Assina colaborações em diferentes jornais e revistas e integra o painel do programa Novo Normal.
É dos fundadores da produtora Alga Viva, com sede nos Açores, dirige a revista literária Grotta e o Encontro Arquipélago de Escritores.

(ver mais)

DO MESMO AUTOR

QUEM COMPROU TAMBÉM COMPROU