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Todos os Poemas

de Ruy Belo

editor: Assírio & Alvim, abril de 2009
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura.

Esta edição segue o estabelecimento de texto efectuado por Gastão Cruz e Teresa Belo, passando o presente volume a constituir a edição de referência da poesia de Ruy Belo. Respeitou-se o critério de iniciais maiúsculas e minúsculas usado nas últimas edições de cada livro publicadas em vida do autor.

EPÍGRAFE PARA A NOSSA SOLIDÃO

Cruzámos os nossos olhos em alguma esquina
Demos civicamente os bons dias:
Chamar-nos-ão vais ver contemporâneos

«O poeta, sensível e até mais sensível porventura que os outros homens, imolou o coração à palavra, fugiu da autobiografia, tentou evitar a todo o custo a vida privada. Ai dele se não desceu à rua, se não sujou as mãos nos problemas do seu tempo, mas ai dele também se, sem esperar por uma imortalidade rotundamente incompatível com a sua condição mortal, não teve sempre os olhos postos no futuro, no dia de amanhã, quando houver mais justiça, mais beleza sobre esta terra sob a qual jazerá, finalmente tranquilo, finalmente pacífico, finalmente adormecido, finalmente senhor e súbdito do silêncio que em vão tentou apreender com palavras, finalmente disponível não já tanto para o som dos sinos como para o som dos guizos e chocalhos dos animais que comem a erva que afinal pôde crescer no solo que ele, apodrecendo, adubou com o seu corpo merecidamente morto e sepultado.»
Ruy Belo

Novidades poema

«O Portugal Futuro»

O Portugal Futuro

O portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
portugal será e lá serei feliz
Poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o portugal futuro

Ruy Belo, Todos os Poemas

Novidades poema

«Um Dia Não Muito Longe, Não Muito Perto»


UM DIA NÃO MUITO LONGE, NÃO MUITO PERTO

Às vezes sabes sinto-me farto
por tudo isto ser sempre assim
Um dia não muito longe não muito perto
um dia muito normal um dia quotidiano
um dia não é que eu pareça lá muito hirto
entrarás no quarto e chamarás por mim
e digo-te já que tenho pena de não responder
de não sair do meu ar vagamente absorto
farei um esforço parece mas nada a fazer
hás-de dizer que pareço morto
que disparate dizias tu que houve um surto
não sabes de quê não muito perto
e eu sem nada pra te dizer
um pouco farto não muito hirto e vagamente absorto
não muito perto desse tal surto
queres tu ver que hei-de estar morto?

Ruy Belo, Todos Os Poemas

Novidades Poema - novo

«E Tudo Era Possível»

E TUDO ERA POSSÍVEL

Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido

Chegava o mês de maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido

E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer

Só sei que tinha o poder duma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer
Ruy Belo, Todos os Poemas

Todos os Poemas

de Ruy Belo

Propriedade Descrição
ISBN: 978-972-37-1417-3
Editor: Assírio & Alvim
Data de Lançamento: abril de 2009
Idioma: Português
Dimensões: 170 x 228 x 49 mm
Encadernação: Capa dura
Páginas: 896
Tipo de produto: Livro
Coleção: Obras de Ruy Belo
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Poesia
EAN: 978972371417312
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
e e e e e

Ancorar na Poesia de Ruy Belo

LTC

Um livro obrigatório a constar na estante de qualquer ser que não consegue viver sem Poesia. Nele moram poemas que Ruy Belo, um dos poetas portugueses mais representativos e importantes, nos deixou e que com toda a certeza deixarão marcas indeléveis a quem neles ancorar.

e e e e e

O melhor Ruy Belo

MA

Este livro é uma viagem cronológica pelo trabalho de Ruy Belo, contém muitos dos seus poemas mais icónicos como " Contigo aprendi coisas tão simples" e "Ácidos e óxidos". Um livro que vale definitivamente o preço tendo em conta a quantidade e qualidade do conteúdo. Contêm ma grande parte da obra do poeta , pois a sua obra é muito extensa. Um autor obrigatório da lingua portuguesa.

e e e e e

UM DOS MAIORES POETAS DO SÉCULO XX

José Maria Alves

Sem esquecer Pessoa, Pascoaes e Torga, Ruy Belo foi um dos maiores poetas do século XX. Um poeta "escondido" e desconhecido da maioria dos portugueses. Ele, afinal como tantos outros, preterido por escritores de "ocasião" e "vendedores de palavras" sem substância, num país onde ser-se culto é saber falar de futebol e conhecer a vida das "estrelas" dos jornais dos borra-botas e das revistas cor-de-rosa. Ler Ruy Belo é sair do coração terceiro-mundista desta sociedade, onde se pensa que Agostinho da Silva, só porque se chama Silva, deve ter uma mercearia lá para os lados da Amadora e Cesário Verde deverá ser um arbusto, porque é verde, e Cesariny porque tem nome de futebolista poderá ser defesa central no Bayern, (Provavelmente este comentário não será aprovado, mas hoje, porque não, senti um intenso ânimo provocatório). Em síntese: Obrigatório ler Ruy Belo

Ruy Belo

Ruy Belo nasceu em Rio Maior a 27 de fevereiro de 1933. Licenciou-se em Filologia Românica e Direito pela Universidade de Lisboa, mais tarde doutorando-se em Direito Canónico pela Universidade de S. Tomás de Aquino, em Roma. Lecionou no ensino secundário e foi leitor de português na Universidade de Madrid. Abarcando a crítica irónica da realidade social e a denúncia das diversas problemáticas que equacionam o ser humano, desde a sua vivência espiritual e religiosa até ao envolvimento concreto e existencial, a sua poesia é um dos maiores marcos na literatura portuguesa. Destacam-se os livros Aquele Grande Rio Eufrates (1961), País Possível (1973) ou Toda a Terra (1976). Morreu precocemente, vítima de um edema pulmonar, a 8 de agosto de 1978.

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País Possível

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Toda a Terra

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