Snu e a Vida Privada com Sá Carneiro
de Cândida Pinto
Sobre
o LivroQuis o destino que as vidas de Snu Abecassis e Sá Carneiro se cruzassem um dia, para nunca mais voltarem a ser iguais. A «Princesa que veio do frio», como se referiam a ela, era uma mulher obstinada, forte e cheia de vida. Fundadora das Publicações Dom Quixote, Snu criou uma linha editorial que não se cansava de enfrentar o regime. Ela era uma mulher que não tinha medo de nada. Assim foi Snu na vida profissional, mas também na pessoal, cuja grande paixão com Sá Carneiro desafiou todas as leis do Estado Novo. Por Sá Carneiro, Snu pediu o divórcio, o que era um escândalo na época. Por Snu, Sá Carneiro abandonou um casamento ultra conservador (não conseguindo, porém, de imediato o divórcio). Contra tudo e contra todos, assumiram uma união de facto, muito mal vista na época, e comportavam-se como marido e mulher. Mesmo sabendo que a sua carreira política poderia ficar ameaçada por esta união, Sá Carneiro não desarmou nunca, chegando a dizer inclusive em 1977 que «Se a situação for considerada incompatível com as minhas funções, escolherei a mulher que amo».
Este livro vai fazê-lo reviver uma das mais emocionantes histórias de amor já vividas em Portugal, uma história inspiradora interrompida apenas pelo trágico acidente/atentado de Camarate, onde ambos perderam a vida. Revivendo a história de Snu e Sá Carneiro o leitor terá ainda a oportunidade de viajar por alguns dos capítulos mais importantes da história da democracia em Portugal, nos quais Sá Carneiro era um dos protagonistas principais.
Opinião
dos leitoresDetalhes
do ProdutoLivros em Português > Literatura > Memórias e Testemunhos
Snu foi uma figura sem igual no mundo editorial e na sua visão aquando da criação da D. Quixote. Este livro fala sobre a constituição e rumo da editora Publicações Dom Quixote, o desenvolvimento de coleções e foca-se no modo como esta foi dirigida pela dinamarquesa Snu Abecassis, desde 1965 até 1980, ano da sua morte. Nesse período a editora teve de lidar com dificuldades advindas do período de ditadura militar, que se traduziu na vigilância rigorosa da PIDE e na apreensão de livros que tratavam temáticas sensíveis segundo o regime. Nesta obra compreende-se que a Snu e a sua atividade editorial tencionava dar a conhecer a sua ideologia liberalista e seu espírito democrata. Apenas lamento que se tenha dado destaque ao romance com Sá Carneiro e não se tenha dado mais importância à Snu, enquanto indivíduo e uma figura inspiradora no mundo editorial português, da grandeza do seu contributo para a cultura portuguesa e na sua luta pela difusão do pensamento crítico.
Uma relação entre dois seres maiores e o impacto da mesma numa sociedade livre mas ainda com amarras a um passado bastante recente
É uma história de uma grandeza única que ultrapassa a barreira do tempo. Snu e Sá Carneiro são a maior revolução dos seus tempos. Uma hisotira imperdível, com relatos únicos de quem viveu de perto o amor destas duas ilustres personalidades
nos dias de hoje, em que cada vez mais o feminismo e a necessidade de igualdade das mulheres num mundo masculino se torna tão relevante, este livro retrata a vida de uma mulher que graças à sua cultura, inteligência e dinamismo, criou uma das maiores editoras no nosso tempo, mas que devido à era em que viveu, ficou apenas conhecida por ser a mulher não-oficial do primeiro ministro.