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Sargento Costinha

(O Último Herói da Índia)

de Amílcar de Melo
editor: Librum Editora, novembro de 2018
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Esta pequena obra, simples e modesta, tal como se pretendeu fazer, e, porque não podia deixar de assim ser, devido ao facto da invasão de Goa, pelas tropas da União Indiana, se ter realizado em dezembro de 1961, há 57 anos, portanto, e, o seu autor, um dos prisioneiros de guerra do Campo de Alparqueiros, denominado, pomposamente, de "Charly POW", ter feito esta narrativa quase toda ela de memória, servindo-se apenas dum ou outro apontamento ligado a alguns dos factos e a algumas das datas aqui indicadas, para, assim, poder dar a esta "história", em forma duma ligeira monografia biográfica, um conjunto de informações, o mais verdadeiras possíveis, sobre o que foi a queda dos territórios coloniais, situados na costa ocidental do Indostão, que acabou por anunciar o início do encerramento dum ciclo da história de Portugal, isto é, do fim do Império Português. E, assim sendo, findo este ciclo histórico, com a descolonização das colónias, Portugal voltou aos seus territórios da Europa.

Com esta história, que, no fundo, relata a vida dum sargento português que se encontrava em Goa, na altura da invasão pelas tropas indianas, pretendeu-se homenagear todos os militares portugueses que se encontravam nos territórios da Índia, sob a administração colonial portuguesa, e que se encontravam encravados na península do Indostão, tendo como confrontos o Mar Arábico e o território do Estado da União Indiana. Aos quais, o Estado Novo batizou de Estado Português da Índia, composto pelos territórios de Goa, Damão e Diu.

Estes territórios, que ficavam muito distantes uns dos outros, tinham sido divididos em distritos pela nova organização político-administrativa do Estado Novo. Sendo Diu o mais a norte e o mais pequeno de todos, com apenas 52,50 kilómetros quadrados, localizado na parte sul da Costa da Península de Guzerate, tendo, na altura da sua invasão pelas tropas da União Indiana, em Dezembro de 1961, uma população com cerca de 12 mil habitantes.

Damão ficava também a norte, perto de Diu, situado na costa do golfo de Cambaia. Ocupava uma área de 546,71 kilómetros quadrados, contando ainda com alguns territórios já na posse da União Indiana, tais como Dadrá e Nagar-Aveli, depois do assalto que lhes fora feito por grupos de satyagrahas em 1954. A sua população, em 1961, andaria pelos 70 mil habitantes.

Quanto a Goa, que constituía o maior distrito do Estado Português da Índia, ficava mais para sul, na costa ocidental da península indostânica, mais propriamente, na costa do Malabar. Com um território de 3402 kilómetros quadrados e com uma população, em 1961, de 589200 habitantes. Era ali que ficava o Governador Geral da Índia, e era ali que se encontrava instalado o comando geral das forças armadas, o poder político e o poder administrativo do Estado Português da Índia.

Estes territórios, aquando da invasão pelas tropas indianas, em dezembro de 1961, era o que restava do que foi o antigo império português do Oriente, com exclusão, evidentemente, de Macau e de Timor.

Aconteceu que, depois da União Indiana se ter tornado independente da tutela colonial do Reino Unido, em 1947, os seus governantes, embora se apresentassem externamente como sendo defensores duma política pacifista da integração dos territórios ainda sob a tutela das potências coloniais, dos quais se destacaram Mohandas Karamchand Gandhi e o Cri Jawaharlal Nerhu, a verdade é que estes e outros políticos indianos, tal como foi o caso do ministro da defesa da altura, Kengalil Krishnam Krishna Menon que, estando ligados ao arco da governação, consentiram e até fomentaram a criação de grupos organizados que atuavam no sentido de integrar na União Indiana os territórios ainda sob a tutela colonial, tal como foi o caso dos enclaves portugueses de Dadrá e Nagar-Aveli, perto de Damão, e da colónia francesa de Pondichery, situada na costa SE da Península do Indostão, perto de Madrasta, com um território de cerca de 480 kilómetros quadrados e com cerca de 375000 habitantes, em 1960. Em 1954, uma parte deste territótio começou a passar para a União Indiana, e a outra passou, definitivamente, em 1956, embora a sua ratificação pela França só viesse a verificar-se em 1962.

A União Indiana vendo que Portugal, com a política seguida na altura, por Salazar, nunca iria entregar esses territórios duma forma pacífica, negociada diplomaticamente, enveredou por tomá-los pela força das armas. Para tal, preparou e levou a cabo a invasão desses territórios, que começou em 17 de Dezembro de 1961 e que levou o comando das torpas portuguesas a se render ao meio dia do dia 19, por ter chegado à conclusão de que qualquer resistência seria completamente inútil, face à superioridade dos exércitos indianos, quer em homens, quer em armamentos.

Esta obra não é mais do que uma breve abordagem do que foi a invasão de Goa, em Dezembro de 1961. E uma informação da situação militar dos territórios na Península do Indostão sob administração portuguesa, que era quase simbólica, com falta de efetivos e com falta de armamento moderno. Por outro lado, verificava-se, a olho nu, a falta de preparação dos militares portugueses, pois que, muitos dos soldados tinham pouco mais de meia dúzia de meses de serviço militar. Na classe dos sargentos, muitos deles eram milicianos, com pouco tempo de instrução militar. E, nos oficiais, também se verificava a mesma coisa, nomeadamente nos oficiais de patentes mais baixas, pois que, a maior parte dos alferes era composta por milicianos.

Nesta narrativa é dado um certo relevo à classe dos sargentos, e foi por isso mesmo que se construiu toda esta história à volta duma figura do exército português, à qual foi dado o nome de sargento Costinha. Tentando-se, assim, mostrar algumas facetas das origens desses sargentos, na época em que estes acontecimentos se passaram. Dando-se um certo relevo à sua condição familiar, e à sua situação cultural, económica e social.

No entanto, é denotar que o sargento do exército português, tal como o de outros exércitos, representa uma figura de grande importância no funcionamento dos quartéis, quer no que respeita à burocracia das secretarias dos comandos, quer, também, no que respeita à instrução militar dos soldados recrutas. E, no desempenho das tropas em combate, são eles o elo de ligação entre os oficiais e os soldados, tendo a seu cargo as tarefas mais imediatas e de maior eficácia na execução das pequenas operações militares, tal como foi o caso da guerra nas colónias, que assentava, fundamentalmente, numa guerra de guerrilhas, levada a cabo por pequenos grupos humanos.

Depois da invasão das tropas indianas, os militares portugueses, feitos prisioneiros, foram encerrados em campos de concentração, em Goa. Os militares que se encontravam em Damão e Diu foram trazidos para Goa para junto dos outros prisioneiros que já se encontravam nos campos. No início, foram constituídos três campos de prisioneiros: o do Forte da Aguada, o do quartel de Engenharia, em Pondá e o do quartel do Agrupamento Vasco da Gama, em Alparqueiros.

Mais tarde, foi suprimido o campo de prisioneiros do Forte da Aguada, tendo os prisioneiros sido levados para o campo de Pondá.
Ficaram, assim, a funcionar apenas os dois campos de prisioneiros dos militares portugueses: o de Pondá e o de Alparqueiros.
Esta obra é feita à roda da rendição das tropas portuguesas, no seu último reduto, em Vasco da Gama, e do Campo de Prisioneiros de Alparqueiros, que ficava em Vasco da Gama.

Foi esse o lugar para onde foram levados os últimos militares que ainda não tinham sido aprisionados pelas tropas indianas, e que se encontravam ainda em condições de combate, já sob o comando geral das tropas portuguesas que, entretanto, se tinha deslocado de Pangim para Vasco da Gama.

Sargento Costinha

(O Último Herói da Índia)

de Amílcar de Melo

Propriedade Descrição
ISBN: 9789895407477
Editor: Librum Editora
Data de Lançamento: novembro de 2018
Idioma: Português
Dimensões: 163 x 230 x 15 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 248
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Estória Livros em Português > Literatura > Memórias e Testemunhos
EAN: 9789895407477
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