Relevos

de Virgínia do Carmo

editor: Poética Edições, setembro de 2014
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Este livro chama-se Relevos. A plurissignificação obriga a um esclarecimento: um vocábulo, três acepções. Cabe ao leitor a escolha da que entende mais adaptada ao teor dos poemas. Ele tem essa liberdade. Por mim, opto pelo segundo sentido. Porque ele me sugere a orografia transmontana, as suas fragas - altos-relevos esculpidos em pedra ("E há fragas de pó no teu peito sem janelas"). Em contraste com a com a brandura lisa e amarela da planície alentejana. E também porque a vida da autora nos surge pautada por uma não linearidade, antes por percursos acidentados, sinuosos, exterior e interiormente. A própria afirma: Não sou uma linha recta; …não sei ir direito para dentro de mim. O seu caminho, no duplo sentido de o caminho por onde vai e o caminho que é, é feito de sobressaltos, de ciladas, de incidentes e acidentes, de desafios, ilusões e desilusões, de mais dúvidas do que certezas: Não sou caminho de bermas simétricas.
Alheia a um mundo que a rodeia onde os ditames sociais imperam, ela orienta "os seus próprios passos" , como afirma José Régio em "Cântico Negro, segundo o que lhe pede o peito, esse reduto inviolável do seu ser, essa caixinha de segredos, esse espaço onde gostaria de guardar constelações e penedias, essa redoma onde se refugia "dos ares contaminados: […] O corpo é um lugar que podes adormecer para / dissecar. Mas o peito não. O peito é uma pedra dura…" (in "Dor")

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Além do que, creio, ficou patente quanto ao valor literário da poesia de Virgínia do Carmo, gostaria de referir pormenores que me não passaram desapercebidos. Falo da riqueza vocabular por vezes conseguida pela inusitada adjectivação (liquidez inabraçável do mar; gritos angulares; um anseio vertical; flores acéfalas; aresta áspera e estrídula) pelo recurso a termos eruditos (atérmico, admonição; disfásicas; assíncronos; ambular), pela pluralidade de léxicos relativos a áreas do saber convocadas como a geologia, a geografia, a psicologia e a filosofia, a física e a química e, sobretudo, a geometria. Não se trata de intromissões abusivas e arbitrárias, antes surgem como elementos de clarificação de ideias:
Perdi […] a triangulação das estrelas e a síntese química das pedras;
…na rota recta dos/ olhos, na planura esguia dos ângulos do tempo // [obtusos demais];
…Não tenho ângulos para / medir a congruência dos passos.

[...]

excertos do texto de apresentação da obra por Hercília Agarez

Relevos

de Virgínia do Carmo

ISBN: 9789899850996
Editor: Poética Edições
Ano: 2014
Idioma: Português
Dimensões: 118 x 219 x 5 mm
Encadernação: Capa mole
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Poesia
EAN: 9789899850996
Virgínia do Carmo

Virgínia do Carmo nasceu em França, em 1973, mas o seu sangue é transmontano. É licenciada em Comunicação Social, tendo exercido jornalismo no início da sua vida profissional. Nos últimos anos o seu trabalho vem-se concentrando no mundo dos livros, primeiro como livreira e desde há cinco anos como editora à frente da Poética Edições. Antes de "Ecos e Green Rose", publicou as obras, "Tempos Cruzados" (poesia, Pé de Página Editores, Coimbra, 2004), "Sou, e Sinto" (poesia, Temas Originais, Coimbra, 2010), "Uma luz que nos nasce por dentro" (contos, Lua de Marfim Editora, Lisboa, 2011), "Relevos" (poesia, Poética Edições, Setembro de 2014) e "Poemas simples para corações inteiros" (poesia, Poética Edições, 2017).

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