Os Flechas foram inicialmente recrutados na população da milenária raça Bosquímano de caçadores-coletores, habitantes das planícies e savanas do Leste de Angola, Namíbia e deserto do Karoo, muito antes da chegada dos africanos de raça Banto. De pequena estatura, cor da pele acastanhada e com rostos de aparência asiática, o seu modo de atuação em operações de reconhecimento independentes era pautado pelo espartanismo e a discrição.
Essas missões consistiam em patrulhas de longo raio de ação, com penetração profunda em áreas inimigas conhecidas ou suspeitas. Revelaram igualmente grande competência em operações conjuntas com forças terrestres regulares. Nessas missões, respondiam não apenas à PIDE/DGS, que os criou e com quem estavam integrados como organização paramilitar, mas também ao comandante local do Exército que os empregava pelos seus superiores dotes de pisteiros e batedores silenciosos, para guiar forças regulares.
Organizavam-se em grupos de combate em moldes idênticos aos das unidades do Exército, nunca excedendo os 30 homens. Uniformizados, recebiam um intenso treino específico de utilidade militar e mais tarde de tiro com armas de fogo, mas revelavam sempre uma forma africana única de resolver problemas. Os seus grupos operavam invariavelmente em zonas onde a língua e o terreno lhes eram familiares. no seu início em 1966, existiam apenas oito Flechas, mas em 1974 eram mais de 1.000. no Norte de Angola existiram Flechas organizados com ex-prisioneiros de grupos nacionalistas reconvertidos.
Esta é a história da ascensão para a fama dos Flechas, com as suas inigualáveis qualidades de competência e eficácia como caçadores-guerreiros, mestres na utilização do terreno, características que lhes eram próprias pela sua ancestral vivência como caçadores-coletores, e que as souberam aplicar nas contingências próprias da guerra moderna nas matas africanas. o sucesso militar do conceito de utilização dos Flechas será copiado pelas forças armadas da África do Sul, pelo que será dramático mais tarde o quase-desaparecimento deste povo com a cessação geral do conflito em Angola e no Sudeste Africano nos finais de 1980.
É uma narrativa histórica, e culturalmente importante, acerca do aproveitamento militar de um povo talentoso, dedicado e leal, que utilizado pelas suas qualidades únicas, foi igualmente dramaticamente traído por Portugal e pelos seus novos governos nacionais de Angola, Namíbia e África do Sul.
ISBN: | 9789898219510 |
Editor: | Tribuna da História |
Ano: | 2018 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 201 x 267 x 9 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 128 |
Tipo de produto: | Livro |
Classificação temática: | Livros em Português > História > História da África |
EAN: | 9789898219510 |
Os Flechas
Francisco Pereira
Documento extraordinário sobre o povo Khun do sul de Angola, utilizados como combatentes por Portugal e infelizmente abandonados e esquecidos. Um excelente livro sobre a nossa História, que insistimos em não querer conhecer.
Heróis de Portugal
Pedro Santos da Cunha
Excelente livro documentário fotográfico dos Flechas. Só os Portugueses sabem lidar com os outros Povos sem ferir as suas culturas e aproveitando as suas qualidades para o Bem da Pátria Portuguesa e desses Povos que ainda hoje festejam as nossas vitórias como se fossem deles. Este livro é mais uma lição para quem duvide do que andamos a fazer durante 500 anos por esse Mundo fora. E escrito por um Americano!? Obrigado Flechas. Não mais serão esquecidos pelos Portugueses verdadeiros!