Oríon
de Mário Cláudio
Abel é o narrador e o seu "discurso é impregnado pela febre tropical" (mesma entrevista), de que ressalta uma grande carga erótica, uma grande intensidade de vida (" Quem teve a experiência de viver num contexto tropical apercebe-se de que os sentidos funcionam no máximo da sua intensidade. Necessariamente que esses impulsos, que são básicos, tal como a voracidade, que também aparece - porque o estômago e o sexo são o sustentáculo da vida humana - , surgem com muita força." - mesma entrevista).
"Em Oríon, o escritor serve-se do episódio verídico, mas pouco conhecido, da deportação de crianças judias para São Tomé e Príncipe, no séc. XV. São sete menores despejados num meio adverso, todos com nomes bíblicos, num romance que reclama para título o nome de uma constelação de grande importância no universo judaico. De novo, o que encena e questiona é o discurso do poder e as suas relações com uma minoria, neste caso étnica e etária."
Valdemar Cruz, Expresso, Actual, 15/03/03
"Mário Cláudio regressa ao universo da infância, faz de Abel um rapaz que é o seu duplo, a sua projecção, e que conta passagens assustadas e ao mesmo tempo lúcidas. Os factos, que não fazem propriamente parte de um romance histórico, são entrelaçados por uma forte carga erótica. Raquel, Débora ou Perpétua são mulheres atraentes, que não escapam à visão febril de um adolescente (...). Num misto de poesia, história e ficção, Oríon é um livro de amores, de justiça (...)"
Nuno F. Santos, Primeiro de Janeiro, 16/03/03
Propriedade | Descrição |
---|---|
ISBN: | 9789722023337 |
Editor: | Dom Quixote |
Data de Lançamento: | abril de 2003 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 133 x 208 x 14 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 200 |
Tipo de produto: | Livro |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Romance |
EAN: | 9789722023337 |
Idade Mínima Recomendada: | Não aplicável |
O maravilhoso em Oríon
daniel vecchio alves
Em Orion (2003), o segundo romance da trilogia das constelações , começamos a nos aproximar daquilo que vem a ser a original manifestação do maravilhoso nas obras de Mário Cláudio. O livro traça o destino de sete crianças judias deportadas, no final do século XV, pelo rei D. João II de Portugal, rumo ao arquipélago de São Tomé e Príncipe: É através do sentimento de desterro que perdurará no crescimento dessas crianças que tal ilha servirá de palco de prodígios e lendas várias que alimentam a índole imaginária desses hebreus deportados que sempre imaginavam se aproximar do reino da onde foram retirados ou mesmo de uma lendária terra prometida onde desejam chegar.