O Tempo Morto é um Bom Lugar
de Manuel Jorge Marmelo
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Depois de acordar ao lado do cadáver de Soraya - a mestiça belíssima, estrela televisiva, com quem mantinha uma relação íntima a pretexto de lhe escrever a autobiografia -, o jornalista desempregado Herculano Vermelho entrega-se à polícia e é preso. Não tem memória de nada, nem de que possa ter sido ele a matar a jovem mulher, mas a prisão parece-lhe ser o lugar ideal, o espaço de sossego e de liberdade (sem contas para pagar, sem apresentações regulares no centro de emprego, sem pressões de qualquer espécie), para passar a sua vida em revista, a relação com as mulheres, e escrever a autobiografia da rapariga morta.
Propriedade | Descrição |
---|---|
ISBN: | 9789897221736 |
Editor: | Quetzal Editores |
Data de Lançamento: | julho de 2014 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 148 x 234 x 20 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 280 |
Tipo de produto: | Livro |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Romance |
EAN: | 9789897221736 |
Idade Mínima Recomendada: | Não aplicável |
O cárcere libertador
SMC
Manuel Jorge Marmelo é, definitivamente, um autor a seguir. Apesar de o meu livro preferido do autor ser "Uma mentira mil vezes repetida" - que julgo ter laivos de genealidade - este "O tempo morto é um bom lugar" é também um livro a ler. O tempo morto é lugar de liberdade, liberdade maior do que a que, num outro tempo, sentiu o narrador. O Herculano, preso liberto, é uma personagem que perdurará na memória dos leitores.
Uma agradabilíssima surpresa
FT
Há alguns anos li dois livros de Manuel Jorge Marmelo.Não desgostei, mas estiveram longe de me entusiasmar. Agora, quando a WOOK me disponibilizou um extrato deste último romance, comecei a lê-lo com algum ceticismo. E não é que me entusiasmou? Claro que adquiri o livro (em e-book). E li um romance muito bem escrito, com uma história muito original. Recomendo-o vivamente.
o tempo morto é, definitivamente, um bom lugar
Nuno Casimiro
O mais recente “O tempo morto é um bom lugar” confirma tudo o que se espera de bom do MJM, além de uma certa maturidade que se vem instalando, definitiva, pelo menos desde o magnífico “uma mentira mil vezes repetida”. Como em “uma mentira...”, “o tempo morto...” está desenhado em vários níveis que se complementam, mas não tanto numa lógica de história dentro de (meta)história, como uma boneca russa, e mais como poliedro, em que a mesma história é abordada por distintas personagens, com discursos e tons bem distintos. O estratagema permite deambulações imperdíveis em torno do (mau) mundo em que vivemos, sem os vícios Faulknerianos típicos de uma catrefada de gente a querer ser romancista. A cada uma das três partes que compõem o livro corresponde, de facto, um discurso próprio. MJM, na sua modéstia de rapaz tímido, não se põe a driblar a equipa inteira da argentina por página, mas deixa bem claro do que é capaz. Usa, de forma inteligente e sensível, a inesperada morte de uma celebridade instantânea no momento em que um jornalista desempregado estava encarregue de lhe escrever a auto-biografia, para oferecer três retratos distintos da desgraça (que é a vida, a literatura, Portugal dos anos 2000, Lisboa). Ora, sendo cada um desses momentos escrito num tom bem individualizado, achei no entanto o resultado um tanto desigual. Isto é, entre a raiva do narrador jornalista-no-desemprego, o melancólico abandono da estrela do “reality show” e o desencanto cínico do jornalista veterano (o centro de cada uma das partes), a consistência própria de cada discurso mantém-se, mas sem o mesmo impacto. Isto é, o testemunho do ex-jornalista lança, com toda a premência, os desagravos contra o que são hoje os jornais, o espanto pela manipulação aceite pela sociedade, o absurdo goulag para onde vão os desempregados, mas fá-lo com palavras mais próprias do MJM do que do personagem. E, a certo ponto, diria que exagera na repetição do leit-motiv. Já na terceira parte do livro, escrita na terceira pessoa, o mesmo tipo de discurso ganha muito maior intensidade. Aqui, recorrendo a comportamentos e personagens tipo de certa novela negra, o narrador aponta os males do mundo com uma assertividade inversamente proporcional ao número de vezes que são referidos de forma explícita. Ao apresentar, por exemplo, os sem-abrigo como elementos do cenário em que se move o personagem principal, o narrador magoa muito mais do que quando liberta, na primeira pessoa, a raiva justificada pela condenação ao desemprego. Parece-me assim que as duas partes mais confessionais (sobretudo a primeira) necessitavam apenas de algum distanciamento, alguma têmpera, para afinar o tom. Para todos os efeitos, este é um texto indispensável para quantos ainda se espantam com o espectáculo do mundo.