10% de desconto

O Rosto de Deus

de Ana Teresa Pereira
editor: Relógio D'Água, abril de 1999
14,13€
10% DE DESCONTO CARTÃO
A escrita de Ana Teresa Pereira vem do fundo, e tal como dizia Marisa no seu romance anterior, As Rosas Mortas, acerca dos versos de que gosta, esta é feita de encantamentos e feitiços. E deixa-nos enfeitiçados a nós leitores, que não conseguimos desprender-nos da leitura. Em O ROSTO DE DEUS, o seu mais recente livro, há duas histórias, "A Rainha dos Infernos" e "O Rosto de Deus", que lhe dá o título, mas que acabam por ser uma só. Tom, o que "tem o rosto de Deus", passa de uma para a outra e, provavelmente, voltará de novo para a primeira, quando chega o Outono, "a altura de se ir embora"). Quatro personagens. Tom, Marisa, Patrícia, Paulo. Que se fundem em dois. Que são um. Se desdobram em pintores, escritores, livreiros, que vivem em casas velhas, com jardins e flores, onde a cidade acaba, no meio da montanha, sobre o mar. Mágicos como a escrita, respondem aos chamamentos mais antigos, dos mitos gregos aos rituais Xamãs. Leêm James, Yeats, Iris Murdoch. À sua espera leitor...

Ana Teresa Pereira quase não dá entrevistas, não habita os corredores da vida cultural, e as suas referências (múltiplas, aliás, e às vezes desconcertantes, passando pela literatura, o cinema, a pintura, a música, certos ícones da cultura de massas, certos pensadores, alguma psicanálise, alguma obsessão do fantástico: "A mulher de Branco", de Wilkie Collins, é uma das obras mais insistentes neste livro mas também Iris Murdoch) são deliberadamente internacionais, mesmo cosmopolitas. Tudo se passa como se a sua presença na literatura excluísse qualquer compromisso mundano e se definisse sobretudo em termos de uma experiência-em-palavras que se renova incessantemente e que, pela sua insistência e invulgaridade, não pode deixar de nos fascinar.

Eduardo Prado Coelho. Público. "Leituras"

Tão desprevenido como Alice a cair no buraco, o leitor pega num livro de Ana Teresa Pereira (neste caso, "O rosto de Deus") e cai do outro lado do espelho, onde Céu e Inferno não se sucedem, coincidem: sol e lua sobrepostos num eclipse. É aqui que o leitor se vai reconhecer: de volta à infância, ao sono ao que dorme em si. O que há nesse lado de lá (que é sempre dentro) são fadas que são bruxas que são raparigas ruivas a entrançar os cabelos que são raparigas morenas de cabelo curto que andam de longos vestidos e descalças que andam de jeens e sandálias que usam velhas pedras que usam pérolas que são deuses que são demónios que são rapazes louros sem marcas no rosto que são homens grisalhos com marcas no rosto que são Rainhas dos Infernos que são o Rosto de Deus. Todos tem um e um em todos.

Alexandra Lucas Coelho, Público, "Leituras"

O Rosto de Deus

de Ana Teresa Pereira

Propriedade Descrição
ISBN: 9789727085361
Editor: Relógio D'Água
Data de Lançamento: abril de 1999
Idioma: Português
Dimensões: 143 x 212 x 11 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 182
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789727085361
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável

Geógrafa da Existência

João Gonçalves

Ana Pereira é uma geógrafa da existência. Nas suas palavras, (re)visitamos os lugares mais recônditos de onde tantas vezes nos esquivamos. A tensão entre o estar e o ser, faz-se presente na simbólica da acção criada pelo texto, ora tão real ora tão de outro mundo. É um livro que mais do que ser lido necessita de criar corpo em nós; é uma obra que se entranha até a célula mais básica do existir.

SOBRE O AUTOR

Ana Teresa Pereira

Ana Teresa Pereira é autora de mais de vinte romances, novelas e coletâneas de contos. O romance Karen venceu o Prémio Oceanos de Literatura em Língua Portuguesa 2017. O seu livro anterior, Como numa História de William Irish, foi publicado em 2024. Os seus contos escritos em inglês estão publicados em antologias e revistas no Reino Unido, nos Estados Unidos da América e no Canadá. O conto Até que a Morte Nos Separe esteve na origem da ópera com o mesmo título de Ana Seara, estreada no Operafest Lisboa em 2021.

(ver mais)

DO MESMO AUTOR