O Presente e o Futuro de Portugal
SINOPSE
Companheiro de Eça de Queiroz, de Ramalho Ortigão e de Antero de Quental em diversas batalhas cívicas e intelectuais, Augusto Fuschini foi um dos Conferencistas do Casino que em 1871 viu proibida a sua palestra por decisão governamental.
Com certeiras e acutilantes pinceladas, Fuschini, escrevendo em 1899, retrata os caracteres principais da sociedade portuguesa do seu tempo - que representam afinal, ainda hoje, as debilidades e os vícios da portugalidade.
O que mais impressiona neste luminoso fresco do final do nosso século XIX é, com efeito, a sua espantosa - e deveras preocupante - actualidade: a imoralidade dos governantes, sempre escudada na impunidade; a resignação fatalista e a subserviência medrosa dos governados; a falta de verdadeiros estadistas, assim como o cinismo e a inépcia dos poderes públicos; a inveja e o egoísmo; a repugnância pelo trabalho, mas também a profunda indiferença pelo pensamento e pela discussão crítica…
EXCERTOS
"A sociedade portuguesa parece um bando de escravos que, indiferentes, inertes e semi-nus, assistem a discussões do preço por que devem ser vendidos, pouco lhes importando ser propriedade deste ou daquele senhor, esperando apenas humildemente que lhes seja garantida a minguada subsistência."
Capítulo Primeiro: Psicologia do povo português no fim do século XIX
"Não nos faltam homens inteligentes e competentes, nem o país está absolutamente desprovido de recursos, para intentar e realizar, em período mais ou menos longo, a própria regeneração económica e financeira. A habilidade e a seriedade na administração, principalmente este último requisito, desenvolvidas em planos simples e meditados, poderiam ainda fazer verdadeiros milagres, criando a ordem moral e material no interior e conquistando a consideração no estrangeiro…"
Capítulo Terceiro: Como se perdem nacionalidades
"A simples transformação do regime político de um país, não correspondendo a profunda reforma nos costumes públicos, nos processos de administração e no organismo económico da respectiva sociedade, é pelo menos um acto inútil, que satisfaz, talvez, as vaidades e as ambições de certos grupos, sem, contudo, corresponder a verdadeiros interesses nacionais. Constitui, sem dúvida, uma substituição de indivíduos; deixando, porém, subsistir em grande parte as causas essenciais da ruína social."
Capítulo Quarto: O que se pode antever no futuro
"Se tudo for inútil, se não tivermos energia para reagir, (…) dissolvendo-nos a pouco e pouco, miseráveis sem vontade, sem pudor e sem princípios, daremos ao mundo o exemplo abjecto e repugnante de um povo abastardado, que não soube defender a própria honra e não merece, porque a não sustenta, a glória dos antepassados."
Capítulo Quarto: O que se pode antever no futuro
DETALHES
Propriedade | Descrição |
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ISBN: | 9789729975714 |
Editor: | Fronteira do Caos |
Data de Lançamento: | novembro de 2005 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 134 x 210 x 12 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 136 |
Tipo de produto: | Livro |
Classificação temática: | Livros em Português > Ciências Sociais e Humanas > Sociologia |
EAN: | 9789729975714 |
Idade Mínima Recomendada: | Não aplicável |
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