Não há homens maus Livro
de Lourdes Fragoso de Lima
Sobre
o LivroAzul Turquesa", foi o primeiro título deste romance, por razões que adiante irá descobrir. Depois, sustentada na convicção do protagonista, alterei-o para "Não há homens maus".
Manuel - um jovem que nasceu no Alentejo profundo e a quem saiu o Euromilhões - ganhou, com a experiência da vida, a convicção de que toda a gente nasce sã e que são as circunstâncias, o meio, a forma como as influências são entendidas e vivenciadas, que determinam o carácter dos homens. Talvez ele tenha razão e tenha consolidado esta tese, ao analisar profundamente o comportamento de dois homens, diferentes, de origens muito distintas, idades afastadas e ambos, respectivamente, a braços com um crime.
Neste romance retrata-se o entendimento que os seus intervenientes fazem daquilo que os rodeia. A história fala de cicatrizes mudas, dores silenciosas, experiências enterradas no fundo da memória e também da mente que atraiçoa, condicionando os comportamentos e a escolha dos caminhos por onde a vida leva. Mas o destino dá-lhes sempre, a dada altura do trajecto, a oportunidade para fazerem o caminho inverso.
Há quem se entregue no vazio, quando já nada há a perder e se renda, depondo as armas com que sempre lutou, deixando que o silêncio o abrace para sempre.
E há os outros, os que se reencontram, se redimem e se reinventam.
Todo o comportamento tem uma razão de ser - por mais difícil que seja descortina-la - mesmo que imperdoável, mesmo que inadmissível e, aparentemente, condenável. E às vezes, só aparentemente.
Não há homens maus, diz Manuel. A vida fá-los assim….