Instinto

Este livro é sem dúvida dos mais intensos e arrepiantes que já li. Consegui entrar completamente na história e sentir todas as emoções da personagem principal. Identifiquei-me imenso com a história; é uma realidade pouco explorada mas muito real! Diferente, arrebatador, intenso, original. Aconselho imenso a leitura deste livro!

Este é um livro que mexe connosco, sobretudo se o leitor é mulher. Quando nasce um filho há logo uma relação de amor de mãe? Será que o instinto materno surge logo que damos à luz? Depois de algum tempo casados, Blythe e Fox decidem dar mais um passo na relação e ter um bebé. Blythe deseja ser a mãe que nunca teve, mas assim que o bebé nasce o sentimento de amor materno não surge e, depois do que me parece ser uma depressão pós-parto, Blythe começa a perceber que algo de estranho se passa com a sua filha. Incapaz de conseguir criar laços com ela, já que Violet também parece não se sentir à vontade com a mãe, a relação de ambas torna-se cada vez mais distante, ao passo que o relacionamento com o pai se torna cada vez mais fortalecido. Até que nasce um segundo filho e tudo parece mudar. A relação de Blythe com Sam é totalmente diferente e até Violet parece estar mudada, mas de repente algo vai acontecer... Vamos ver esta história de várias perspectivas. Contada na segunda pessoa pela protagonista, numa espécie de carta que deixa ao seu marido, na primeira pessoa, narrado por Violet, e na terceira pessoa contado pela avó e mãe de Blythe, o que nos faz entrar melhor na história e perceber o que se passa bem para lá dela. Esta é uma história que agarra o leito e que coloca questões sobre a maternidade, o que é se mãe, colocando as mulheres permanentemente à prova. Apesar de não ter tido um final surpreendente este é um livro marcante.

Este livro tem sido bastante falado embora muitas pessoas ainda não o tenham lido e algumas achem o desenvolvimento lento. Devo dizer que é um dos melhores livros que li e que me trouxe novamente o gosto pela leitura. Aborda o lado obscuro da maternidade numa narrativa viciante, que nos leva a vários momentos de reflexão. Diria que para quem não está habituado ou não aprecia livros com narrativas longas e poucas falas, este é o livro perfeito para aprender a gostar. Espero ver mais trabalhos desta autora em breve.

Adorei tudo! A forma como a autora escreve, a temática da maternidade abordada de uma perspetiva completamente diferente daquela a que estamos habituados e o facto da história ser narrada pela Blythe são os aspetos que mais me fascinaram neste livro. Todo o suspense criado desde o início do livro nos deixa sem saber a verdade até ao último momento, é absolutamente incrível.

Não foi preciso chegar à ultima frase do livro para saber quem estava certa. A narrativa e a minha intuição direccionaram-me nesse sentido, numa leitura que foi voraz, pese embora os picos de ansiedade. Passo a explicar... Houve imensas alturas em que sentia necessidade de fazer uma pausa, face ao cariz de certos comportamentos, mas a escrita é de tal forma escorreita e real que faz com não se consiga deixar o livro de lado. Um dos pontos que me cativou logo de início foi a personagem principal, Blythe, mostrar logo ao que vem. E assentar a sua própria estória no seu passado enquanto criança. A desconstrução que faz da visão idílica da maternidade, explorando o seu lado negro, é a grande mais-valia desta obra.

Desconcertante. Se tivesse de resumir este thriller da Ashley Audrain numa só palavra seria desconcertante. Instinto é a desconstrução da maternidade, o explorar do lado mais negro mas real. É mais do que uma história de mãe e filha, é na verdade, a história de quatro gerações completamente diferentes, que pode ser a história de tantas mães e filhas. que nos deixa abalados e em reflexão. Gostei da escrita acessível, honesta da Ashley Audrain, torna a leitura sem dúvida intensa e marcante. Todo o livro é escrito sem tabus, a maternidade pode ser algo bonito, mas nem todas as mulheres reagem da mesma maneira e a sociedade continua a pressionar e a alimentar a ideia de que se és mulher, tens de ser mãe e tens de adorar sê-lo todos os dias da tua vida, até que a morte te venha buscar. A autora demonstra de forma nua e crua os sentimentos menos positivos que a personagem teve e que, tantas mulheres têm. Quando terminei a leitura, sentia-me sem chão, o estômago num nó e de coração apertado. Não estava preparada para um livro tão intenso, tão desconcertante, tão chocante, tão verdadeiro e...brilhante.

Vivemos cada página de “Instinto” pelos olhos de Blythe, uma mãe que é ao mesmo tempo uma vítima e o seu pior inimigo, ainda que tenhamos acesso não só a flashbacks da sua infância, como da infância da sua mãe, avó e bisavó maternas. Blythe e as mulheres da sua família têm tendência a não se adaptarem bem à maternidade, sendo visível uma certa predisposição para se perpetuarem no tempo atitudes e estilos de vinculação vivenciados. A influência que todos estes relacionamentos problemáticos tem nas gerações seguintes é inevitável e assustadora, principalmente por ser algo que acontece “na vida real” com tanta frequência. A relação mais explorada neste livro é a de Blythe com a sua filha, Violet. É um relacionamento completamente descompensado e chega a ser angustiante perceber a dinâmica familiar que têm, é quase paranóica. “Instinto” é um livro com uma carga emocional tremenda, misterioso, sinistro e perturbador - principalmente para todas as mães. Retrata a maternidade e o significado de se ser mãe, com um foco especial nos desafios que estão inerentes a desempenhar esse papel, não esquecendo que esta realidade pode ter um grande impacto psicológico. Imaginem que não podem confiar em vocês próprios e naquilo que consideram real. É isto que Blythe sente a maior parte do tempo. Será que pode seguir o seu instinto?

"(...) As mulheres do passado de Blythe não me revelaram mães exemplares e extremosas. Será que isso influenciou o percurso de Blythe enquanto mãe? Ou será Violet, a sua filha, que tem comportamentos desapropriados para uma criança? Acontecimentos estranhos, reações estranhas, tudo envolto num ambiente tenso. De personagens ricas psicologicamente. Mexendo com o leitor. Toda a carga e comportamentos, na vertente psicológica, inerentes a esta história são a grande questão deste livro. Os detalhes psicológicos de todas as personagens levam o leitor a envolver-se numa montanha russa de pensamentos e emoções. A paranóia associada às personagens cria um ambiente de ansiedade e inquietação, intenso, profundo. (...)"

Gente já começo dizendo que leitura mais viciante, é impossível de largar. A atmosfera é tensa durante toda a história e você acaba duvidando de tudo e todos, sem saber o que é real ou não! Sem contar com a narrativa que é um dos pontos altos deste livro, narrado como se fosse uma “carta” de Blythe ao ex-marido. Mesmo após o término da leitura você não consegue tirar os personagens da cabeça. E o final é daqueles que nos faz perder totalmente o sono. Com certeza esse é um drama psicológico que vai impactar todos os tipos de leitores. . 5¿¿.