De Todos se Faz um País Livro
de Oscar Monteiro
Sobre
o LivroPara nós, Campo da Comunicação, é uma grande honra
editar em Portugal De todos se faz um País por tudo
aquilo que, desde há muito, Oscar Monteiro representa
no panorama político, social e cultural de Moçambique
e também como marcante personalidade de referência
para outros países de África.
Sólida figura de humanista e de cidadania construída ao
longo de décadas e em várias geografias Óscar
Monteiro, além de muitas outras vivências, transmite ao
leitor como os anos em que esteve em Portugal
contribuíram para sedimentar aqueles alicerces.
Estadia que se iniciou em 58 com a sua integração na
efervescente vida académica de Coimbra credenciado
pela "respeitabilidade" dos seus 16 anos colados à
imagem de um "puto" recém-chegado de Moçambique
e que, naquela vida estudantil e noutras actividades,
rapidamente estendeu a Lisboa e outros locais deste
país e do mundo.
De todos se faz um País, constituindo um muito
interessante e bem referenciado relato vivo de quem
participou activamente nos factos históricos ali citados,
hoje património comum dos dois países, revela em Portugal
uma faceta menos conhecida de Óscar Monteiro - um
fluente narrador de histórias a partir da sua autobiografia
a que não falta o seu "lendário" sentido de humor.
Além desse inegável mérito literário, o livro desperta
uma natural emotividade em todos aqueles, e muitos
foram, que ao longo dos anos com ele conviveram a
partir dos inolvidáveis anos 60 e que, no meu caso
pessoal, é sentimentalmente reforçada por me recordar
o companheirismo académico (e de outras lides!...) que
o ligava ao meu irmão Carlos.
Mais do que a história de um percurso de vida a leitura
deste livro constitui um registo imperdível,
particularmente para as gerações mais novas e dos
países em crise de desespero, ensinando como "em
tempos de solidão" se podem construir aparentemente
impossíveis teias de solidariedade.
Elos indispensáveis para permitir às cidadãs e cidadãos
de um povo, por mais desfavoráveis que as circunstâncias
se apresentem, serem pilares conscientes e essenciais na
consolidação da sua Pátria:
De todos se faz um País.
Henrique de Melo