Com Navalhas e Navios
de Urbano Bettencourt
editor:
Companhia das Ilhas, setembro de 2019
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Prefácio de Carlos Bessa
«O desencanto, a melancolia e as perdas que perpassam pelos versos de Urbano são esse misto de geografia e história, parábolas da condição humana. Contá-las, mesmo que elipticamente, é um modo de registar poeticamente um tempo, um lugar, uma cultura, uma tradição comuns a várias gerações e ao que vulgarmente se designa de alma humana, sintetizando e deixando memória de uma resiliência, até contra os chavões com que nos querem aprisionar e cegar: Onde for o lugar de tudo isto e a memória / desse lugar, / aí encontrarás a raiz exacta / das palavras, / a seiva / de que a vida se sustenta.
O título desta colectânea, com navalhas e navios, onde se deixa um livro e vários poemas de fora, numa obra já de si bastante breve, constitui, pois, não só o balanço de perto de meio século de escrita poética, como dá bem a medida de uma tensão entre os tumultos interiores e as metáforas que exprimem as dinâmicas do que se observa, sonha, pensa e sente, numa luta constante entre o sofrimento e a alegria, entre as manhas do tempo, uivos /e fantasmas e as sílabas que estremecem sob a pele / ao rumor do vento ou as palavras afundadas no abismo do corpo, todos esses sedimentos, o secreto / fulgor das mais antigas fundações. Podendo mesmo, de quando em quando, entregar o seu estro ao humor deletor ou deletante, transformando o deletor / na matéria deletada.»
Carlos Bessa (do Prefácio)
«O desencanto, a melancolia e as perdas que perpassam pelos versos de Urbano são esse misto de geografia e história, parábolas da condição humana. Contá-las, mesmo que elipticamente, é um modo de registar poeticamente um tempo, um lugar, uma cultura, uma tradição comuns a várias gerações e ao que vulgarmente se designa de alma humana, sintetizando e deixando memória de uma resiliência, até contra os chavões com que nos querem aprisionar e cegar: Onde for o lugar de tudo isto e a memória / desse lugar, / aí encontrarás a raiz exacta / das palavras, / a seiva / de que a vida se sustenta.
O título desta colectânea, com navalhas e navios, onde se deixa um livro e vários poemas de fora, numa obra já de si bastante breve, constitui, pois, não só o balanço de perto de meio século de escrita poética, como dá bem a medida de uma tensão entre os tumultos interiores e as metáforas que exprimem as dinâmicas do que se observa, sonha, pensa e sente, numa luta constante entre o sofrimento e a alegria, entre as manhas do tempo, uivos /e fantasmas e as sílabas que estremecem sob a pele / ao rumor do vento ou as palavras afundadas no abismo do corpo, todos esses sedimentos, o secreto / fulgor das mais antigas fundações. Podendo mesmo, de quando em quando, entregar o seu estro ao humor deletor ou deletante, transformando o deletor / na matéria deletada.»
Carlos Bessa (do Prefácio)
Propriedade | Descrição |
---|---|
ISBN: | 9789898828798 |
Editor: | Companhia das Ilhas |
Data de Lançamento: | setembro de 2019 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 152 x 176 x 9 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 168 |
Tipo de produto: | Livro |
Coleção: | Azulcobalto |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Poesia |
EAN: | 9789898828798 |
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