Cartas de Amor para Quem não Vê Livro
de João Revolução
Sobre
o Livro"Uma coisa é ter futuro, outra é ter a vida toda pela frente." Assim, nesse fluxo e refluxo de reflexões, o poeta João Revolução surpreende e emociona o leitor neste belo e sensível Cartas de amor para quem não lê, seja pelo desalento a transparecer a cada instante, seja pela comedida desesperança a pontuar a narrativa.
À certa altura, a personagem admite: "fui feliz onde morava / mas ainda não sabia do que estava a falar".
Não há espaço, portanto, para sentimentos outros que não tragam em seu bojo a ideia do desapreço pelo mundo ao seu redor. Exposto a certa altura, em toda a sua crueza assim: "Moro num jardim de inverno perto do cemitério. / Acho que enterram lá pessoas, pelo menos nas imensas caixas de madeira com medidas perfeitas para depois da juventude".
Estonteante, a presente obra. Um pedaço de silêncio que nos completa.
Odir Ramos da Costa
Escritor
Rio de Janeiro