Bossas Sob um Céu Zangado Livro
de Joaquim Major
Sobre
o LivroDurante a primeira metade do século XX, Timóteo Chamusca, português que cedo emigrou para o agreste sertão brasileiro, aí construiu, ao longo de vários anos, uma vistosa fazenda que despertou a cobiça do influente coronel Tarcíso Fogacho, homem com as costas bem guardadas por jagunços, inclusive, pelo lendário jagunço Abelardo Bang-Bang que, fazendo fé na lenda, até moscas matava a tiro de pistola. a persistente recusa de o português aceitar as ofertas de compra vindas do poderoso coronel, gerou graves desentendimentos que originaram um violento tiroteio envolvendo bastantes jagunços, e, o português, vencido na contenda, viu-se obrigado sob ameaça de morte a vender a sua fazenda ao coronel Tarcíso Fogacho, homem guloso por terras.
Receando pela vida, Timóteo Chamusca regressou a Portugal, onde construiu uma casa num lugar paradisíaco a que deu o nome de Bossas, por se situar num vale ladeado por duas montanhas gémeas que se assemelhavam às bossas de um camelo. o lugar foi-se engordando de casas, dando origem à aldeia de Bossas. A-Arca-Das-Consolações era a única taberna plantada na aldeia e tornou-se naturalmente o centro da vida social temperada com personagens incomuns como: o Procurador-De-Cores e o Homem-Sorriso. Foi neste lugarejo que cresceu o miúdo Belarmino Pouco, abandonado pela mãe, mulher fervilhante de mais para um lugar tão quieto.
Este abandono baralhou a vida do pai que, de desgosto, deixou-se afogar numa maré de bagaços. Como terá Belarmino Pouco suportado esta dupla perda? Terá voltado a conviver com a sua sumida mãe? Quem sabe? o que se sabe é que o austero Timóteo Chamusca, fundador do lugarejo, deixou, pouco antes de o seu cansado coração ter desistido de batucar, uma carta dirigida a todos os bossenses com regras precisas a serem cumpridas, e que, se quebradas, fá-lo-iam regressar do além mundo para os punir, servindo-se das brutais forças da natureza. Depois…
Um livro revelador de uma imaginação singular e escrito com um talento que nos vai surpreendendo amiúde. Gostei muito.
Estória de leitura fácil e agradável, com personagens curiosos e uma descrição rica de toda a envolvente rica.
Uma obra de eleição. O autor rompe com a actual escola dominante de escrita artística, que faz com que todos pareçam escrever da mesma maneira, para utilizar um estilo único, categórico, sem dúvida uma lufada de ar fresco no panorama literário nacional. Indubitavelmente, uma grande perda para quem passar ao lado desta obra